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15/04/2005 - 13h11

Cardeal cubano Ortega pode aparecer como opção ao Vaticano

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da France Presse, no Vaticano

Com um sorriso permanente e modos suaves, o cardeal cubano Jaime Ortega Alamino, 68, não está na primeira fila dos considerados "papáveis", mas os vaticanistas não descartam que seu nome possa surgir como uma solução de compromisso.

Seu rosto, que a muitos lembra o do famoso ator Marlon Brando, fez-se muito presente nas telas de televisão de todo o mundo em janeiro de 1998, quando o papa João Paulo 2º visitou Cuba, e os especialistas descobriram um possível substituto do sumo pontífice, cuja saúde já estava deteriorada.

Onze anos depois de receber o capelo (chapéu cardinalício), o arcebispo de Havana leva um ministério marcado pela paciência, a perseverança e uma inegável habilidade para ser fator de equilíbrio.

Ordenado sacerdote aos 28 anos (1964), elevado a bispo aos 34 (1978) e a cardeal aos 58 (1994), Ortega foi eleito várias vezes como presidente da Conferência dos Bispos Católicos de Cuba (Cocc), integrada por prelados de diferentes idades, formações e óticas eclesiásticas, após o Concílio Vaticano.

Um deles, o arcebispo de Santiago de Cuba, Pedro Meurice, foi a nota discordante durante a visita do papa ao pronunciar uma homilia crítica ao governo de Fidel Castro, que levantou uma nova e surda diferença com as autoridades, que esteve latente até a véspera dos funerais do papa, quando Fidel Castro deu por resolvida publicamente.

De sua posição à frente da Igreja Católica local, monsenhor Ortega teve de lidar com as ondulantes tensões igreja-Estado e as pressões de grupos opositores e do exílio, que buscam um maior enfrentamento político da igreja com o governo.

No entanto, o cardeal teve uma formação que lhe permitiu preservar o coração cálido para a fé e a cabeça fria para assuntos mundanos.

Inserido em uma igreja local com forte influência conceitual da linha espanhola e que recebe ajuda financeira da americana, Ortega se formou sacerdote com os Padres das Missões Estrangeiras, de Quebec, Canadá, onde terminou seus estudos.

Conheceu muito cedo as contradições entre a religião e o ateísmo marxista, na verdade, quando viu interrompido seu ministério em 1967 e acabou detido por um ano nas Unidades Militares de Ajuda à Produção (Umap), onde o governo enviava para cumprir seu serviço militar para crentes, homossexuais e desocupados.

Com estas vivências, o segundo cardeal da história de Cuba, recebeu o capelo em um momento em que a ilha enfrentava uma forte crise econômica, de conotações políticas e ideológicas, após o desaparecimento da União Soviética.


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