Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
18/04/2005 - 09h56

Vaticanistas arriscam palpites sobre nome do novo papa

Publicidade

RODRIGO WERNECK
Colaboração para a Folha Online, em Roma

A identidade do substituto de João Paulo 2º começa a ser construída nesta segunda-feira, durante as intrigantes e misteriosas eleições do conclave [reunião de cardeais para a escolha do papa]. No entanto, antes mesmo de os cardeais-eleitores receberem a inspiração do Espírito Santo, os vaticanistas mais respeitados, dos jornais italianos "La Repubblica" e "Corriere della Sera", arriscam um prognóstico.

Embora as incertezas ainda prevaleçam, a escolha do novo papa começa dividida entre dois nomes: o alemão Joseph Ratzinger, decano do Colégio dos Cardeais, e o italiano Carlo Maria Martini, arcebispo emérito de Milão.

Na verdade, não se pode dizer que Ratzinger e Martini sejam propriamente candidatos. Para Marco Politi, do "La Repubblica", os dois são como "balões de ensaio" de grupos antagônicos, conservadores e reformistas, que os escolheram para medir forças nos primeiros escrutínios. Por isso, ambos resistem à indicação dos clérigos aliados.

"Os cardeais Ratzinger e Martini não têm nenhuma vontade de servir como teste de proa. (...) Os dois já fizeram saber aos seus apoiadores que não desejam ser usados como porta-bandeiras nas primeiras votações entre segunda-feira e terça-feira [desta semana]", afirma Politi em seu artigo publicado neste domingo.

Considerado, até a véspera da abertura do conclave, o detentor do maior número de votos, cerca de 50, Ratzinger, 78, representa os conservadores, com o apoio da Cúria Romana, um grupo de 24 cardeais. No entanto, o fortalecimento de seu nome mobilizou seus opositores, segundo Luigi Accattoli, do "Corriere della Sera", o que praticamente inviabilizaria a conquista de dois terços dos votos (77).

"Um grupo orienta-se a votar no cardeal Carlos Maria Martini como candidato de bandeira, para mostrar que a 'proposta Ratzinger' não pode passar e para evitar o desgaste de um verdadeiro papável", diz Accattoli em artigo publicado no último fim de semana.

A estratégia da aliança de reformistas europeus passa por Martini, 78, sugere o vaticanista, porque o arcebispo emérito de Milão já declarou desinteresse pelo pontificado devido ao seu delicado estado de saúde. O italiano sofre do mal de Parkinson. A análise de Accattoli coincide com a de Orazio La Rocca, vaticanista do "La Repubblica". Para La Rocca, Martini é uma "figura de prestígio, embora não considerado mais um papável, mas que exercerá seguramente uma influência significativa".

Em escrutínios seguintes, o vaticanista Luigi Accattoli revela que a manobra dos reformistas seria lançar uma terceira alternativa, a candidatura do arcebispo de Milão, Dionigi Tettamanzi, que contaria com a simpatia o próprio Martini. Intelectual, Tettamanzi, 71, alterna posições conservadoras e liberais, o que faz dele um mediador entre as forças que disputam o poder no Vaticano.

No entanto, assinala o jornalista do "La Repubblica", o nome de Tettamanzi ainda enfrenta adversidades. "Ele não é suficientemente conhecido por muitos cardeais estrangeiros", observa.

Mas, para Enric González, do "El País", Tettamanzi tem condições de avançar na preferência do colégio cardinalício. "Tettamanzi se apresenta como um candidato capaz de capitalizar os consensos contrapostos, inclusive aqueles que sustentam Joseph Ratzinger", diz.

Já no caso de o nome de Ratzinger não decolar, para os vaticanistas, a saída dos doutrinariamente conservadores seria Camillo Ruini, 74, vigário-geral de Roma.

Especial
  • Leia mais na especial sobre a sucessão do papa
  • Veja os principais nomes cotados na sucessão do papa
  • Leia o que já foi publicado sobre sucessão do papa
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página