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19/04/2005
-
16h57
JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio
O novo papa, Joseph Ratzinger, foi praticamente 'satanizado' pela atuação à frente da Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano e principalmente pela punição aos teólogos que defendiam a Teologia da Libertação. Esta é a avaliação do filósofo católico Tarcísio Padilha. Além de membro da ABL (Academia Brasileira de Letras), Padilha foi vice-presidente da União Mundial da Sociedade de Filósofos Católicos.
'É de se presumir que o cardeal considerado um dos maiores teólogos da atualidade, com uma intensa vida espiritual, acabou sendo quase satanizado pelo desempenho de sua função em razão de algumas medidas enérgicas, como o problema de certos teólogos cujas obras extravasaram o limite da ortodoxia', disse.
Para Padilha, o cenário em que Ratzinger assume a Igreja Católica é bastante diferente do período em que João Paulo 2º iniciou seu papado. Segundo o filósofo, João Paulo 2º procurou firmar o solo da igreja depois dos desacertos causados pelo Concílio Vaticano 2º.
'Não era o momento de fazer mudanças e sim de firmar a identidade da igreja', afirmou o filósofo. Com isso, João Paulo 2º priorizou o diálogo com outras religiões e se dedicou a percorrer o mundo.
Segundo o filósofo, o cenário atual permite que o papa Bento 16 repense o limite entre o que é imutável na doutrina católica e o que é puramente disciplinar. Nesta última categoria entrariam questões como o celibato dos padres e o uso do preservativo para pessoas que sabem que são soropositivas.
As divergências com alas mais liberais da igreja não deverão afetar o novo papa, segundo o filósofo. Da experiência com o combate à Teologia da Libertação, a principal lição foi a opção preferencial pelos pobres, segundo Padilha.
Sobre o perfil do novo papa e a possibilidade de Ratzinger repetir o caráter midiático de João Paulo 2º, Padilha foi enfático: 'Ninguém repete ninguém, ele vai ter a comunicação que é característica dele. Vai conquistar pela simplicidade e por uma certa timidez', disse.
A volta ao nome Bento sinaliza, para Padilha, uma prova do sentido da espiritualidade que o novo papa pretende adotar. Segundo o filósofo, a ordem de São Bento é a mais antiga da Igreja Católica e o papa Bento 15 se destacou pela simplicidade e pela generosidade.
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Ratzinger foi "satanizado" por punições a teólogos, diz filósofo
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O novo papa, Joseph Ratzinger, foi praticamente 'satanizado' pela atuação à frente da Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano e principalmente pela punição aos teólogos que defendiam a Teologia da Libertação. Esta é a avaliação do filósofo católico Tarcísio Padilha. Além de membro da ABL (Academia Brasileira de Letras), Padilha foi vice-presidente da União Mundial da Sociedade de Filósofos Católicos.
'É de se presumir que o cardeal considerado um dos maiores teólogos da atualidade, com uma intensa vida espiritual, acabou sendo quase satanizado pelo desempenho de sua função em razão de algumas medidas enérgicas, como o problema de certos teólogos cujas obras extravasaram o limite da ortodoxia', disse.
Para Padilha, o cenário em que Ratzinger assume a Igreja Católica é bastante diferente do período em que João Paulo 2º iniciou seu papado. Segundo o filósofo, João Paulo 2º procurou firmar o solo da igreja depois dos desacertos causados pelo Concílio Vaticano 2º.
'Não era o momento de fazer mudanças e sim de firmar a identidade da igreja', afirmou o filósofo. Com isso, João Paulo 2º priorizou o diálogo com outras religiões e se dedicou a percorrer o mundo.
Segundo o filósofo, o cenário atual permite que o papa Bento 16 repense o limite entre o que é imutável na doutrina católica e o que é puramente disciplinar. Nesta última categoria entrariam questões como o celibato dos padres e o uso do preservativo para pessoas que sabem que são soropositivas.
As divergências com alas mais liberais da igreja não deverão afetar o novo papa, segundo o filósofo. Da experiência com o combate à Teologia da Libertação, a principal lição foi a opção preferencial pelos pobres, segundo Padilha.
Sobre o perfil do novo papa e a possibilidade de Ratzinger repetir o caráter midiático de João Paulo 2º, Padilha foi enfático: 'Ninguém repete ninguém, ele vai ter a comunicação que é característica dele. Vai conquistar pela simplicidade e por uma certa timidez', disse.
A volta ao nome Bento sinaliza, para Padilha, uma prova do sentido da espiritualidade que o novo papa pretende adotar. Segundo o filósofo, a ordem de São Bento é a mais antiga da Igreja Católica e o papa Bento 15 se destacou pela simplicidade e pela generosidade.
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