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20/04/2005
-
06h50
RODRIGO WERNECK
Colaboração para a Folha Online, de Roma
Como previsto, o conclave que aclamou o papa Bento 16 foi polarizado pelos cardeais Joseph Ratzinger e Carlo Maria Martini, arcebispo-emérito de Milão. A avaliação é dos vaticanistas dos jornais italianos "La Repubblica" e "Corriere della Sera".
Nas edições de hoje, os diários não chegam a trazer números das quatro
votações realizadas pelo Colégio de Cardeais, mas indicam que a escolha do novo pontífice foi assegurada depois de Martini autorizar a transferência de votos dos cardeais reformistas que o apoiavam para Ratzinger.
Marco Politi, do "La Repubblica", escreve que os reformistas mostraram-se desunidos na primeira votação, na segunda-feira à noite, o que começou a fortalecer o coeso grupo conservador de Bento 16.
"Ao meio-dia de ontem a fumaça era ainda negra, mas a posição de Ratzinger era tão forte que convencia os outros eleitores a dar um passo para a convergência de votos sobre o candidato mais prestigioso e, ao fim, mais unificante. E é isso o que aconteceu com a benção de Martini", revela.
Segundo o vaticanista, a decisão dos cardeais foi tomada levando em conta a necessidade de não "dar uma impressão de rompimento, desastrosa para a imagem internacional da Igreja".
Também considerado um papável, o cardeal italiano Dionigi Tettamanzi teria "entrado no conclave com as possibilidades fortemente reduzidas", escreve Politi, devido à eficiente articulação dos conservadores, que teriam conseguido a adesão do cardeal italiano Angelo Sodano, secretário de Estado do Vaticano no pontificado de João Paulo 2o.
Missa
Já o vaticanista Gian Guido Vecchi, do "Corriere", afirma que Martini "deixou o caminho aberto" para Ratzinger.
A avaliação dele é que o desfecho para o conclave aconteceu, na verdade, horas antes do seu início, durante a missa "Pela eleição do pontífice romano", na manhã de segunda-feira, quando o cardeal italiano acompanhou a homilia de Ratzinger, na condição de decano do Colégio de Cardeais, ao seu lado.
"É naquele momento, enquanto o decano adocicava o rigor de sua homilia e falava da 'verdade na caridade', em que a situação se resolveu", aponta.
Conclave foi polarizado entre Ratzinger e Martini, avaliam vaticanistas
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Colaboração para a Folha Online, de Roma
Como previsto, o conclave que aclamou o papa Bento 16 foi polarizado pelos cardeais Joseph Ratzinger e Carlo Maria Martini, arcebispo-emérito de Milão. A avaliação é dos vaticanistas dos jornais italianos "La Repubblica" e "Corriere della Sera".
Nas edições de hoje, os diários não chegam a trazer números das quatro
votações realizadas pelo Colégio de Cardeais, mas indicam que a escolha do novo pontífice foi assegurada depois de Martini autorizar a transferência de votos dos cardeais reformistas que o apoiavam para Ratzinger.
Marco Politi, do "La Repubblica", escreve que os reformistas mostraram-se desunidos na primeira votação, na segunda-feira à noite, o que começou a fortalecer o coeso grupo conservador de Bento 16.
"Ao meio-dia de ontem a fumaça era ainda negra, mas a posição de Ratzinger era tão forte que convencia os outros eleitores a dar um passo para a convergência de votos sobre o candidato mais prestigioso e, ao fim, mais unificante. E é isso o que aconteceu com a benção de Martini", revela.
Segundo o vaticanista, a decisão dos cardeais foi tomada levando em conta a necessidade de não "dar uma impressão de rompimento, desastrosa para a imagem internacional da Igreja".
Também considerado um papável, o cardeal italiano Dionigi Tettamanzi teria "entrado no conclave com as possibilidades fortemente reduzidas", escreve Politi, devido à eficiente articulação dos conservadores, que teriam conseguido a adesão do cardeal italiano Angelo Sodano, secretário de Estado do Vaticano no pontificado de João Paulo 2o.
Missa
Já o vaticanista Gian Guido Vecchi, do "Corriere", afirma que Martini "deixou o caminho aberto" para Ratzinger.
A avaliação dele é que o desfecho para o conclave aconteceu, na verdade, horas antes do seu início, durante a missa "Pela eleição do pontífice romano", na manhã de segunda-feira, quando o cardeal italiano acompanhou a homilia de Ratzinger, na condição de decano do Colégio de Cardeais, ao seu lado.
"É naquele momento, enquanto o decano adocicava o rigor de sua homilia e falava da 'verdade na caridade', em que a situação se resolveu", aponta.
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