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21/04/2005
-
13h03
CLAUDIA RAHOLA
da France Presse, no Vaticano
O Vaticano se preparava nesta quinta-feira para a nova era Bento 16, que começará oficialmente neste domingo com uma missa solene, apesar do sucessor de João Paulo 2º já ter começado a atuar como papa.
O novo pontífice confirmou nesta quinta-feira Angelo Sodano no cargo de secretário de Estado, posto que ocupava desde 1990, a primeira nomeação desde sua eleição desta terça-feira.
Assim como o novo papa, o cardeal alemão Joseph Ratzinger, Sodano, 77, é um homem da Cúria vaticana.
Antes de chegar à secretaria de Estado, onde num primeiro momento trabalhou como "chanceler", ocupou vários cargos eclesiásticos na América Latina. Foi núncio apostólico no Chile durante dez anos, a partir de 1977, e sempre foi criticado por sua proximidade com o ditador Augusto Pinochet (1973-90).
Seus dois principais colaboradores, o substituto da secretaria de Estado, Leonardo Sandri, e o atual secretário para as Relações com os Estados, o chanceler do Vaticano, Giovanni Lajolo, também foram mantidos em seus cargos donec aliter provideatur [até decisão contrária], assim como o resto da Cúria romana, considerada o governo central da igreja.
O arcebispo argentino Sandri, que foi a voz do papa durante os últimos dias de sua vida, e o prelado italiano Lajolo haviam sido nomeados em 2000 e 2003, respectivamente.
Esta decisão, muito esperada, não significa que o novo papa manterá intacta a Cúria romana, que conhece bem já que faz parte dela desde 1981, mas que concederá um tempo para introduzir as mudanças progressivamente, como fez João Paulo 2º.
O papa Bento 16, que nesta quarta-feira anunciou suas prioridades à frente da Igreja Católica, saiu nesta quinta-feira à tarde do Vaticano em um automóvel e seguiu para a praça Citta Leonina, onde fica seu antigo apartamento.
Um pequeno grupo de curiosos e jornalistas testemunhou a segunda incursão do novo sumo pontífice, de 78 anos, fora do reduzido perímetro da basílica de São Pedro, da Casa Santa Marta e do Palácio Pontifício.
Ratzinger saudou as pessoas com um sorriso durante o breve trajeto.
Nesta sexta-feira, ele se reunirá com os cardeais presentes em Roma e, no sábado (23), terá seu primeiro encontro com a imprensa, como seu antecessor havia feito poucos dias depois de sua nomeação.
Ao mesmo tempo, Roma já se prepara para a missa oficial de inauguração do pontificado de Bento 16, que se celebrará na manhã deste domingo, e para a qual se prevê um dispositivo de segurança similar ao do funeral de João Paulo 2º, no dia 8 de abril.
Entre as medidas que serão adotadas estão o fechamento do espaço aéreo, que estará vigiado por caças, restrições ao tráfego viário e a mobilização de 10 mil agentes de segurança e de 2.000 voluntários. Tudo isso para proteger e atender meio milhão de fiéis e as 150 delegações oficiais que acompanharão a cerimônia.
Entre as personalidades esperadas, os destaques serão os integrantes da delegação da Alemanha, o país natal do novo papa, liderada pelo chanceler Gerhard Schröder e o presidente Hosrt Köhler.
Também viajarão a Roma os reis da Espanha, Juan Carlos e Sofia, e os presidentes colombiano, Álvaro Uribe, e argentino, Néstor Kirchner. Todos eles serão recebidos em audiência pelo novo papa na manhã desta segunda-feira.
Bento 16 residirá na Casa Santa Marta durante as reformas no apartamento oficial, situado dentro do Palácio Apostólico.
A Casa Santa Marta foi a residência dos 115 cardeais eleitores durante o Conclave, que acabou em pouco mais de 24 horas e foi um dos mais curtos dos últimos séculos.
A imprensa tenta reconstituir o que aconteceu nas quatro votações celebradas na Capela Sistina entre segunda-feira (18) e terça-feira (19).
Segundo vaticanistas, Ratzinger, que para ser eleito precisava de 77 votos, foi ampliando consideravelmente sua vantagem depois da primeira votação e teria obtido entre 95 e 107 votos na rodada decisiva.
"O que está claro é que a candidatura do cardeal alemão foi crescendo desde a primeira noite (segunda-feira), de forma constante, sem que nenhuma candidatura de oposição tivesse a oportunidade de bloqueá-la", afirmou o vaticanista do jornal "La Stampa", Marco Tosatti.
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Análise: Vaticano se prepara para a era Bento 16
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da France Presse, no Vaticano
O Vaticano se preparava nesta quinta-feira para a nova era Bento 16, que começará oficialmente neste domingo com uma missa solene, apesar do sucessor de João Paulo 2º já ter começado a atuar como papa.
O novo pontífice confirmou nesta quinta-feira Angelo Sodano no cargo de secretário de Estado, posto que ocupava desde 1990, a primeira nomeação desde sua eleição desta terça-feira.
Assim como o novo papa, o cardeal alemão Joseph Ratzinger, Sodano, 77, é um homem da Cúria vaticana.
Antes de chegar à secretaria de Estado, onde num primeiro momento trabalhou como "chanceler", ocupou vários cargos eclesiásticos na América Latina. Foi núncio apostólico no Chile durante dez anos, a partir de 1977, e sempre foi criticado por sua proximidade com o ditador Augusto Pinochet (1973-90).
Seus dois principais colaboradores, o substituto da secretaria de Estado, Leonardo Sandri, e o atual secretário para as Relações com os Estados, o chanceler do Vaticano, Giovanni Lajolo, também foram mantidos em seus cargos donec aliter provideatur [até decisão contrária], assim como o resto da Cúria romana, considerada o governo central da igreja.
O arcebispo argentino Sandri, que foi a voz do papa durante os últimos dias de sua vida, e o prelado italiano Lajolo haviam sido nomeados em 2000 e 2003, respectivamente.
Esta decisão, muito esperada, não significa que o novo papa manterá intacta a Cúria romana, que conhece bem já que faz parte dela desde 1981, mas que concederá um tempo para introduzir as mudanças progressivamente, como fez João Paulo 2º.
O papa Bento 16, que nesta quarta-feira anunciou suas prioridades à frente da Igreja Católica, saiu nesta quinta-feira à tarde do Vaticano em um automóvel e seguiu para a praça Citta Leonina, onde fica seu antigo apartamento.
Um pequeno grupo de curiosos e jornalistas testemunhou a segunda incursão do novo sumo pontífice, de 78 anos, fora do reduzido perímetro da basílica de São Pedro, da Casa Santa Marta e do Palácio Pontifício.
Ratzinger saudou as pessoas com um sorriso durante o breve trajeto.
Nesta sexta-feira, ele se reunirá com os cardeais presentes em Roma e, no sábado (23), terá seu primeiro encontro com a imprensa, como seu antecessor havia feito poucos dias depois de sua nomeação.
Ao mesmo tempo, Roma já se prepara para a missa oficial de inauguração do pontificado de Bento 16, que se celebrará na manhã deste domingo, e para a qual se prevê um dispositivo de segurança similar ao do funeral de João Paulo 2º, no dia 8 de abril.
Entre as medidas que serão adotadas estão o fechamento do espaço aéreo, que estará vigiado por caças, restrições ao tráfego viário e a mobilização de 10 mil agentes de segurança e de 2.000 voluntários. Tudo isso para proteger e atender meio milhão de fiéis e as 150 delegações oficiais que acompanharão a cerimônia.
Entre as personalidades esperadas, os destaques serão os integrantes da delegação da Alemanha, o país natal do novo papa, liderada pelo chanceler Gerhard Schröder e o presidente Hosrt Köhler.
Também viajarão a Roma os reis da Espanha, Juan Carlos e Sofia, e os presidentes colombiano, Álvaro Uribe, e argentino, Néstor Kirchner. Todos eles serão recebidos em audiência pelo novo papa na manhã desta segunda-feira.
Bento 16 residirá na Casa Santa Marta durante as reformas no apartamento oficial, situado dentro do Palácio Apostólico.
A Casa Santa Marta foi a residência dos 115 cardeais eleitores durante o Conclave, que acabou em pouco mais de 24 horas e foi um dos mais curtos dos últimos séculos.
A imprensa tenta reconstituir o que aconteceu nas quatro votações celebradas na Capela Sistina entre segunda-feira (18) e terça-feira (19).
Segundo vaticanistas, Ratzinger, que para ser eleito precisava de 77 votos, foi ampliando consideravelmente sua vantagem depois da primeira votação e teria obtido entre 95 e 107 votos na rodada decisiva.
"O que está claro é que a candidatura do cardeal alemão foi crescendo desde a primeira noite (segunda-feira), de forma constante, sem que nenhuma candidatura de oposição tivesse a oportunidade de bloqueá-la", afirmou o vaticanista do jornal "La Stampa", Marco Tosatti.
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