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26/04/2005 - 15h31

Abstenção em eleições no Reino Unido assusta trabalhistas

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MARÍA ECHEVERRÍA
da France Presse, em Londres

A nove dias das eleições britânicas, previstas para 5 de maio, o principal temor dos trabalhistas [partido do premiê Tony Blair] não são os conservadores, mas a abstenção, que pode afetar a maioria trabalhista no Parlamento ou mesmo inverter o resultado das pesquisas, que prevêem a vitória do partido do atual premiê.

Os especialistas avaliam que a reeleição de Blair corre perigo se muitos ingleses não comparecerem às urnas, particularmente o contingente que em outras ocasiões votou nos trabalhistas.

A participação dos britânicos nas eleições legislativas vem caindo desde 1950, quando chegou a 83,9%, principalmente durante os anos recentes "a era Blair".

Depois de quatro anos com os trabalhistas, o número de votos caiu 12%, ficando, pela primeira vez, abaixo dos 70%.

Durante a última consulta, há quatro anos, a participação eleitoral foi de 59,4%, o nível mais baixo desde 1918.

"Creio que vai baixar ainda mais, para 52%", disse Patrick Dunleavy, professor de Ciências Políticas da London School of Economics (LSE), apontando que essa cifra seria "dramática".

A abstenção seria maior do que a registrada durante as eleições nos Estados Unidos e no Iraque, comentou, destacando que isso "poderia fazer com que as pesquisas pareçam falsas".

Os dois grandes partidos --trabalhistas e conservadores--, assim como o pequeno partido liberal-democrata, a terceira força, estão empreendendo campanhas caras e bem organizadas, que mobilizam milhares de ativistas em todo o país, a fim de garantir um alto comparecimento às urnas.

No entanto, segundo especialistas do instituto de pesquisas Mori, muitos trabalhistas têm se mostrado decepcionados com Blair, em virtude de sua participação na invasão do Iraque, motivo pelo qual podem decidir não tomar parte da eleição.

Os eleitores conservadores, ao contrário, estão mais mobilizados do que há quatro anos.

Além disso, as mulheres, que em 1997 apoiaram fortemente os trabalhistas, não parecem tão decididas neste ano, segundo as pesquisas.

Os trabalhistas perderam apoio também na comunidade muçulmana, que na última eleição votou, em grande maioria (71%), nos trabalhistas, devido à guerra do Iraque e à aliança de Blair com o presidente dos EUA, George W. Bush.

Os jovens tampouco se mostram mobilizados, e boa parte deles (57%) se diz desinteressada por partidos políticos.

Consciente do perigo, Blair vem advertindo os eleitores trabalhistas de que uma derrota pode colocar "em perigo a estabilidade da economia", uma das principais bases de seu partido.

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