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28/04/2005 - 12h00

Venda de armas à Síria marca encontro Putin-Sharon

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da Folha Online

O presidente russo, Vladimir Putin, encontrou-se nesta quinta-feira com o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, como parte do programa de sua visita à Israel, marco histórico nas relações entre os dois países.

Os dois líderes devem discutir sobre várias ações polêmicas do governo russo, como a venda de mísseis à Síria e a ajuda ao Irã.

Segundo a rádio pública de Israel, ao encontrar Putin, Sharon cumprimentou o presidente em russo, e disse que estava "entre amigos". Os pais do primeiro-ministro israelense nasceram na Rússia.

Mas o clima cordial não esconde a tensão que paira sobre a visita de Putin a Israel. De acordo com informações divulgadas pelo jornal israelense "Haaretz", Sharon tentará dissuadir o líder russo da venda dos mísseis à Síria.

Na manhã desta quinta-feira, o presidente russo encontrou-se com seu colega israelense, Moshe Katzav. Após a reunião, Putin defendeu a venda de armas para a Rússia e a ajuda prestada ao Irã, durante uma coletiva de imprensa.

"O sistema que vamos proporcionar à Síria é de curto alcance e não ameaça de modo algum o território israelense", afirmou o presidente russo, durante uma coletiva de imprensa após a reunião com Katzav.

Em resposta, o presidente israelense disse que "há divergências entre o presidente russo" e ele, "apesar dos passos que o presidente [Putin] tomou para minimizar o perigo. Recentemente, a Síria deu ao Hizbollah [grupo extremista islâmico libanês que recebe apoio sírio e iraniano] mais armamentos."

Putin disse "conhecer a preocupação israelense" em respeito à venda de mísseis à Síria, e a possibilidade dessas armas "caírem nas mãos das guerrilhas libanesas", mas afirmou que as suspeitas das autoridades de Israel eram "infundadas".

Irã

O presidente russo também afirmou que se opõe ao desenvolvimento de armas nucleares por parte do Irã e afirmou que a cooperação entre os dois governos se limita ao âmbito civil. Teerã "deve fazer mais para provar ao mundo que não tenta construir armas atômicas", disse.

O acordo entre Rússia e Irã envolve a ajuda tecnológica para a construção de usinas nucleares. Em troca, os russos receberão combustível nuclear iraniano.

Ele também pediu que as autoridades iranianas "não obstruam suas usinas nucleares ao controle internacional."

Anti-semitismo

Katzav disse a Putin que a Rússia tem a responsabilidade de lutar contra o crescente anti-semitismo no país, enquanto os dois países tiverem interesse em se aproximar.

Mais do que se comprometer em erradicar o anti-semitismo, Putin pediu a Katzav para que pudesse ajudar o país a combater o terrorismo.

"É preciso prosseguir na luta contra o terrorismo e o extremismo, a xenofobia e a falta de tolerância", afirmou o presidente russo.

Palestinos

Nesta sexta-feira, Putin deve dirigir-se a Ramallah, sede do governo palestino na Cisjordânia, onde se reúne com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.

Ele também deve visitar o túmulo do líder Iasser Arafat, morto em 11 de novembro passado.

Nesta quarta-feira, Putin teve um encontro com o presidente do Egito, Hosni Mubarak, para tratar da retomada de uma cooperação entre os dois países.

Em coletiva de imprensa após o encontro com o presidente egípcio, Putin propôs a realização de uma conferência internacional sobre o Oriente Médio, a ser sediada em Moscou, que deve reunir o Quarteto, grupo formado pelos Estados Unidos, União Européia (UE), ONU e também a Rússia, no segundo semestre.

A idéia foi recebida com frieza pelos israelenses, mas imediatamente aceita pelas autoridades palestinas.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Vladimir Putin
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