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12/05/2005
-
13h12
LIGIA BRASLAUSKAS
editora de Mundo
Apesar de as forças americanas permanecerem em ação e em luta constante pela garantia da segurança em certas regiões, os Estados Unidos venceram as últimas guerras que enfrentaram recentemente: a do Afeganistão, em 2001, e, dois anos depois, a Guerra do Iraque.
Os americanos também conseguiram realizar as primeiras eleições democráticas no Iraque em 50 anos [com fronteiras fechadas, estradas e postos de votação fortemente policiados e toque de recolher], e prometeram estabelecer a paz e a ordem para o povo iraquiano, que sofrera anos sob o comando do ditador Saddam Hussein.
Mas, paralelamente a esse cenário de conquistas e vitórias, o que se vê é uma resposta pesada da insurgência iraquiana contra os EUA e o novo governo do país, que tomou posse há duas semanas. Desde então, cerca de 400 pessoas morreram em ataques rebeldes, derrubando a imagem de calmaria imposta pela coalizão liderada pelos EUA logo após as eleições iraquianas, em janeiro deste ano.
É visível e escancarado o aumento do "preço" da democracia que o governo dos EUA prometeu ao Iraque. O "sonho americano da democracia iraquiana" já custa aos cofres dos Estados Unidos algo em torno de US$ 200 bilhões --10% desse valor é o estimado pelas Nações Unidas para vencer outra guerra: o controle da epidemia de HIV em todo o mundo.
Mas a inflação do custo da democracia no Iraque não pára nos cofres públicos. O país hoje é uma espécie de palco do medo: civis iraquianos estão sujeitos a ter seus corpos arrebentados por bombas poderosas a qualquer momento, as pessoas devem evitar concentrações --o que inclui casamentos e cerimônias fúnebres-- e seqüestros e decapitações de estrangeiros viraram ação comum entre os rebeldes [ao ponto de a crueldade da degola deixar de ser o "espetáculo" principal dos insurgentes]. Além disso, mais de 1.600 soldados americanos [até o momento] não voltarão aos EUA para contar sua experiência.
A democracia no Iraque está custando caro, talvez mais do que o previsto pelas autoridades americanas, mas uma "coincidência" pode tornar este valor ainda mais elevado.
A exemplo da maior "sombra" que pesa sobre os EUA [a falta de notícias sobre o paradeiro de Osama bin Laden, líder da rede terrorista Al Qaeda], em mais de dois anos de guerra, as forças americanas ainda não conseguiram capturar seu principal inimigo no país: o terrorista jordaniano Abu Musab al Zarqawi --considerado o arquiteto das ações da "poderosa" insurgência iraquiana e líder da Al Qaeda no Iraque.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a violência no Iraque
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Comentário: O preço da democracia no Iraque
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editora de Mundo
Apesar de as forças americanas permanecerem em ação e em luta constante pela garantia da segurança em certas regiões, os Estados Unidos venceram as últimas guerras que enfrentaram recentemente: a do Afeganistão, em 2001, e, dois anos depois, a Guerra do Iraque.
Os americanos também conseguiram realizar as primeiras eleições democráticas no Iraque em 50 anos [com fronteiras fechadas, estradas e postos de votação fortemente policiados e toque de recolher], e prometeram estabelecer a paz e a ordem para o povo iraquiano, que sofrera anos sob o comando do ditador Saddam Hussein.
Mas, paralelamente a esse cenário de conquistas e vitórias, o que se vê é uma resposta pesada da insurgência iraquiana contra os EUA e o novo governo do país, que tomou posse há duas semanas. Desde então, cerca de 400 pessoas morreram em ataques rebeldes, derrubando a imagem de calmaria imposta pela coalizão liderada pelos EUA logo após as eleições iraquianas, em janeiro deste ano.
É visível e escancarado o aumento do "preço" da democracia que o governo dos EUA prometeu ao Iraque. O "sonho americano da democracia iraquiana" já custa aos cofres dos Estados Unidos algo em torno de US$ 200 bilhões --10% desse valor é o estimado pelas Nações Unidas para vencer outra guerra: o controle da epidemia de HIV em todo o mundo.
Mas a inflação do custo da democracia no Iraque não pára nos cofres públicos. O país hoje é uma espécie de palco do medo: civis iraquianos estão sujeitos a ter seus corpos arrebentados por bombas poderosas a qualquer momento, as pessoas devem evitar concentrações --o que inclui casamentos e cerimônias fúnebres-- e seqüestros e decapitações de estrangeiros viraram ação comum entre os rebeldes [ao ponto de a crueldade da degola deixar de ser o "espetáculo" principal dos insurgentes]. Além disso, mais de 1.600 soldados americanos [até o momento] não voltarão aos EUA para contar sua experiência.
A democracia no Iraque está custando caro, talvez mais do que o previsto pelas autoridades americanas, mas uma "coincidência" pode tornar este valor ainda mais elevado.
A exemplo da maior "sombra" que pesa sobre os EUA [a falta de notícias sobre o paradeiro de Osama bin Laden, líder da rede terrorista Al Qaeda], em mais de dois anos de guerra, as forças americanas ainda não conseguiram capturar seu principal inimigo no país: o terrorista jordaniano Abu Musab al Zarqawi --considerado o arquiteto das ações da "poderosa" insurgência iraquiana e líder da Al Qaeda no Iraque.
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