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17/05/2005
-
20h08
KAMAL TAHA
da France Presse, em Bagdá
Inimigos mortais ontem e comandados hoje por elites xiitas, o Iraque e o Irã se comprometeram nesta terça-feira a inaugurar uma nova página em suas relações, apesar da presença estrangeira em território iraquiano.
A ocasião desta reaproximação foi a visita histórica a Bagdá (capital do Iraque) do ministro iraniano das Relações Exteriores, Kamal Kharazi, qualificada por seu colega iraquiano, Hoshyar Zebari, de mensagem política forte e de início de uma nova era entre as duas nações inimigas sob o regime de Saddam Hussein.
Os dois países travaram uma guerra sangrenta de oito anos entre 1980 e 1988.
"Não tenho qualquer dúvida de que esta visita abrirá novos horizontes na cooperação entre nossos países", declarou Zebari numa entrevista coletiva com seu colega iraniano.
Zebari lembrou que o Irã havia sido "um dos primeiros países a reconhecer o novo governo iraquiano" procedente das eleições de 30 de janeiro passado, e afirmou: "o Iraque pós-Saddam Hussein não é uma nação bélica".
"Temos de virar a página do passado e construir relações em todos os setores com base no respeito mútuo e no princípio da não-ingerência", disse também.
Kharazi afirmou o desejo de seu país de controlar as fronteiras comuns com seu vizinho iraquiano. Por sua vez, Zebari avisou que não era do interesse de Teerã ver o fundamentalista jordaniano Abu Musab al Zarqawi estabelecer no Iraque um "emirado" hostil ao Irã.
Depois de sua reunião com Zebari, o líder da diplomacia iraniana se encontrou com Ibrahim al Jaafari, que dirige o primeiro governo iraquiano dominado pelos xiitas e que passou muitos anos exilado no Irã.
Kharazi deve se encontrar amanhã em Bagdá com outras autoridades iraquianas.
O poder iraniano recebeu com satisfação em abril de 2003 o anúncio da queda de Saddam Hussein, e viu com bons olhos a vitória dos xiitas, maioria no Iraque, nas eleições de 30 de janeiro passado.
Entretanto, muitas divergências persistem. Os dois países ainda não assinaram um tratado de paz.
Calcula-se que 500 mil combatentes iranianos e iraquianos morreram entre 1980 e 1988, o que não inclui os civis. Iranianos estão morrendo até hoje por causa dos efeitos das armas químicas utilizadas pelo Exército de Saddam Hussein.
A visita de Kharazi acontece em meio à persistência da violência no Iraque. Pelo menos dez pessoas foram mortas nesta terça-feira, entre elas um soldado americano, e o governo anunciou a intenção de aprovar leis prevendo duras sanções para os autores ou os cúmplices de atos de violência.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Guerra Irã-Iraque
Iraque e Irã querem normalizar suas relações após anos de guerra
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da France Presse, em Bagdá
Inimigos mortais ontem e comandados hoje por elites xiitas, o Iraque e o Irã se comprometeram nesta terça-feira a inaugurar uma nova página em suas relações, apesar da presença estrangeira em território iraquiano.
A ocasião desta reaproximação foi a visita histórica a Bagdá (capital do Iraque) do ministro iraniano das Relações Exteriores, Kamal Kharazi, qualificada por seu colega iraquiano, Hoshyar Zebari, de mensagem política forte e de início de uma nova era entre as duas nações inimigas sob o regime de Saddam Hussein.
Os dois países travaram uma guerra sangrenta de oito anos entre 1980 e 1988.
"Não tenho qualquer dúvida de que esta visita abrirá novos horizontes na cooperação entre nossos países", declarou Zebari numa entrevista coletiva com seu colega iraniano.
Zebari lembrou que o Irã havia sido "um dos primeiros países a reconhecer o novo governo iraquiano" procedente das eleições de 30 de janeiro passado, e afirmou: "o Iraque pós-Saddam Hussein não é uma nação bélica".
"Temos de virar a página do passado e construir relações em todos os setores com base no respeito mútuo e no princípio da não-ingerência", disse também.
Kharazi afirmou o desejo de seu país de controlar as fronteiras comuns com seu vizinho iraquiano. Por sua vez, Zebari avisou que não era do interesse de Teerã ver o fundamentalista jordaniano Abu Musab al Zarqawi estabelecer no Iraque um "emirado" hostil ao Irã.
Depois de sua reunião com Zebari, o líder da diplomacia iraniana se encontrou com Ibrahim al Jaafari, que dirige o primeiro governo iraquiano dominado pelos xiitas e que passou muitos anos exilado no Irã.
Kharazi deve se encontrar amanhã em Bagdá com outras autoridades iraquianas.
O poder iraniano recebeu com satisfação em abril de 2003 o anúncio da queda de Saddam Hussein, e viu com bons olhos a vitória dos xiitas, maioria no Iraque, nas eleições de 30 de janeiro passado.
Entretanto, muitas divergências persistem. Os dois países ainda não assinaram um tratado de paz.
Calcula-se que 500 mil combatentes iranianos e iraquianos morreram entre 1980 e 1988, o que não inclui os civis. Iranianos estão morrendo até hoje por causa dos efeitos das armas químicas utilizadas pelo Exército de Saddam Hussein.
A visita de Kharazi acontece em meio à persistência da violência no Iraque. Pelo menos dez pessoas foram mortas nesta terça-feira, entre elas um soldado americano, e o governo anunciou a intenção de aprovar leis prevendo duras sanções para os autores ou os cúmplices de atos de violência.
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