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06/06/2005 - 22h30

Iraquianos estão "desesperados" por julgar Saddam, diz porta-voz

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da Folha Online

O porta-voz do primeiro-ministro iraquiano Ibrahim al Jaafari, Laith Kuba, afirmou nesta segunda-feira que os iraquianos estão "desesperados" para que o julgamento do ex-ditador Saddam Hussein comece e, mais ainda, para que termine.

Segundo Kuba, o julgamento irá "fechar a porta para um período feio da história do Iraque".

"O primeiro-ministro recebeu muitas mensagens da população, que dizem coisas como: "Por que a demora em julgar Saddam?", disse Kuba. "Ele procurou os juízes e perguntou: "Há um atraso no processo, e em que ponto estamos no processo?"

Se acontecer em dois meses, o julgamento terá início em meio a outra mudança importante no Iraque pós-Saddam --os passos finais da elaboração de uma nova Constituição.

A carta estará pronta em 15 de agosto e deverá ser aprovada em um referendo dois meses mais tarde. A Constituição não pode entrar em vigor sem a aprovação dos árabes sunitas.

O impacto dos dois eventos acontecerem simultaneamente ainda não é claro, mas devem garantir a atenção internacional e podem aumentar as tensões internas no Iraque.

Crimes

Saddam foi derrubado do poder em dezembro de 2003 por tropas americanas e está detido em uma prisão secreta controlada por americanos desde então. Ele será julgado por 12 crimes cometidos no país durante seu regime, que durou mais de 20 anos.

Uma lista judicial obtida nesta segunda-feira pela agência de notícias Associated Press indica que, entre os crimes pelos quais Saddam será julgado estão:

- a execução de pelo menos 50 iraquianos em 1982, na cidade xiita de Dujail [80 km ao norte de Bagdá], em retaliação por uma tentativa de assassinato contra Saddam

- a morte e deportação de 8.000 membros da tribo curda Barzan --da qual o atual líder do Partido Democrático Curdo, Massoud Barzani, é membro

- os ataques com armas químicas de 1988 na cidade curda de Halabja, que mataram pelo menos 5.000 pessoas

- a ocupação que durou sete meses no Kuait, que terminou em 1991 com a Guerra do Golfo, liderada pelos EUA

- a violenta supressão de uma rebelião xiita no sul do Iraque, em 1991

- a execução de proeminentes personalidades religiosas e políticas

Não foram fornecidos detalhes a respeito dos supostos assassinatos contra líderes religiosos e políticos dos quais Saddam é acusado.

Defesa

Na Jordânia, Khalil al Duleimi, um dos advogados de Saddam, criticou o governo iraquiano por acelerar o julgamento.

"Um julgamento justo precisa de um período de pelo menos um ano para a revisão dos documentos, que pesam 36 toneladas", disse Al Duleimi.

Os advogados de Saddam também se queixam que as autoridades iraquianas os impedem de "representar adequadamente" seu cliente.

Al Duleimi visitou Saddam pela última vez em 27 de abril e disse que, apesar da detenção solitária, ele mantém o ânimo.

No entanto, na semana passada, o juiz Raid Juhi, responsável pelo caso, afirmou que Saddam "sofreu um colapso em sua moral porque entende a extensão das acusações contra ele".

Com agências internacionais

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