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14/06/2005 - 08h47

Jornalista francesa recebeu anéis e perfume de seqüestradores

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da EFE, em Paris

Os seqüestradores da jornalista francesa Florence Aubenas lhe deram dois anéis e um frasco de perfume horas antes de libertá-la no sábado (11) ao lado de seu guia iraquiano Hussein Hanoun, informou nesta terça-feira o jornal "Libération", para o qual a jornalista trabalha.

"Um guarda me disse: 'Preparamos presentes para você'. Ofereceram-me dois anéis e um frasco de perfume. Após ter ficado de cócoras e na escuridão durante semanas, ofereceram-nos duas cadeiras. Era a primeira vez que me sentava desde 5 de janeiro", disse Aubenas ao jornal.

A jornalista, que esta tarde dará uma entrevista coletiva em Paris, afirmou que após sair pela última vez do esconderijo subterrâneo no qual permaneceu presa durante cinco meses, os seqüestradores também lhe ofereceram chá e frango assado, "como se fossemos convidados".

Batizados pelos seqüestradores como "número cinco e número seis", os dois reféns ficaram 157 dias desaparecidos.

"Eles me diziam que eu seria libertada em uma semana. É algo que permanentemente tinha em minha cabeça e que pensava sem parar", disse.

Nove dias antes da libertação, a jornalista gravou um vídeo ao lado de seu tradutor.

No último sábado, os seqüestradores explicaram a Aubenas que, para enganar os pontos de controle americanos e iraquianos, diriam que ela era jornalista e Hussein seu chofer, e que mostraria sua verdadeira documentação.

No entanto, ao longo do dia o plano mudou e a jornalista teve que fazer-se passar pela mulher de Hussein e ficar com seu rosto coberto. "Se alguém falar com você comece a chorar, diremos que vocês está com uma depressão", ordenaram.

Finalmente, fizeram com que ela descesse do carro, e quando alguém descobriu seus olhos, era um oficial francês, que lhe disse: "acabou".

Aubenas viajou até o aeroporto acompanhada do embaixador francês em Bagdá e de vários oficiais, todos vestidos com coletes à prova de balas para evitar uma repetição do trágico episódio da libertação da jornalista italiana Giuliana Sgrena, cujo comboio foi atacado por soldados americanos, que mataram um agente dos serviços secretos da Itália.

A jornalista francesa embarcou em um avião Hércules fretado pela França com destino ao Chipre. De lá, ela viajou a Paris.

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