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14/06/2005
-
15h00
da EFE, Nova York
O painel que investiga a suposta corrupção da ONU (Organização das Nações Unidas) no Iraque decidiu nesta terça-feira realizar novas investigações sobre o secretário-geral Kofi Annan, após o surgimento de novos indícios sobre um possível conflito de interesses.
O chamado Comitê de Investigação Independente (IIC, em inglês) tomou a decisão depois de receber informação sobre uma reunião, desconhecida até agora, realizada em 1998 entre Annan e um diretor da empresa suíça Cotecna.
A empresa, em que trabalhava como consultor o filho do secretário-geral, Kojo Annan, recebeu em 1998 um contrato de US$ 10 milhões anuais para supervisionar a entrada de mercadorias no Iraque dentro do programa humanitário Petróleo por Comida.
Segundo o jornal "The New York Times", os novos indícios apareceram em um e-mail enviado em 1998 pelo vice-presidente da Cotecna, Michael Wilson, aos proprietários da empresa.
Na mensagem, Wilson descrevia uma reunião que manteve nessa época, em Paris, com o secretário-geral para falar das aspirações de Cotecna por conseguir um contrato com a ONU.
Segundo as palavras de Wilson no e-mail, Annan animava-os a completar o processo de adjudicação "da melhor forma possível" e oferece seu apoio.
A existência desta reunião contradiz a versão defendida por Annan, que alega não ter nem intercedido para que se adjudicasse este contrato nem discutiu com esta empresa nem com seu filho sobre sua participação no programa.
De fato, o porta-voz da ONU, Fred Eckhard, disse nesta terça-feira que Annan não lembra desta reunião que, além disso, não aparece nos relatórios sobre a viagem que o secretário fez a Paris na época.
"O secretário-geral nem sequer sabia naquele momento que a Cotecna aspirava a ter um contrato com a ONU", acrescentou o porta-voz.
O conteúdo da mensagem foi remitido nos últimos dias pela Cotecna à subcomissão do Congresso americano que investiga a gestão do programa humanitário no Iraque, que acabou facilitando subornos milionários do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein.
Cotecna enviou hoje esta informação ao Comitê de Investigação Independente (IIC), uma equipe nomeada pelo próprio Annan há um ano para esclarecer este escândalo e que é dirigida pelo ex-presidente do Federal Reserve Paul Volcker.
"O IIC está analisando urgentemente esta nova informação (...) sobre a qual realizaremos uma investigação adicional", diz em comunicado o comitê.
Há apenas três meses e após uma longa investigação, o comitê livrou Annan de qualquer caso de má conduta por não ter achado provas que influenciasse de maneira "positiva ou inadequada" na adjudicação do contrato.
De fato, disse que, se Annan tivesse tido conhecimento que a Cotecna aspirava a um contrato, "teria incorrido em um conflito de interesses".
O relatório divulgado revelava alguns elementos interessantes, como que o vice-presidente da Cotecna, a quem Annan não lembra de ter visto em Paris, era um íntimo amigo de sua família.
Foi, além disso, Wilson que introduziu o jovem Kojo Annan na Cotecna em 1995, onde esteve empregado até o ano passado.
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Nova suspeita reabre investigação contra Annan
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O painel que investiga a suposta corrupção da ONU (Organização das Nações Unidas) no Iraque decidiu nesta terça-feira realizar novas investigações sobre o secretário-geral Kofi Annan, após o surgimento de novos indícios sobre um possível conflito de interesses.
O chamado Comitê de Investigação Independente (IIC, em inglês) tomou a decisão depois de receber informação sobre uma reunião, desconhecida até agora, realizada em 1998 entre Annan e um diretor da empresa suíça Cotecna.
A empresa, em que trabalhava como consultor o filho do secretário-geral, Kojo Annan, recebeu em 1998 um contrato de US$ 10 milhões anuais para supervisionar a entrada de mercadorias no Iraque dentro do programa humanitário Petróleo por Comida.
21.mar.2005/Reuters |
Kofi Annan, secretário-geral da ONU |
Na mensagem, Wilson descrevia uma reunião que manteve nessa época, em Paris, com o secretário-geral para falar das aspirações de Cotecna por conseguir um contrato com a ONU.
Segundo as palavras de Wilson no e-mail, Annan animava-os a completar o processo de adjudicação "da melhor forma possível" e oferece seu apoio.
A existência desta reunião contradiz a versão defendida por Annan, que alega não ter nem intercedido para que se adjudicasse este contrato nem discutiu com esta empresa nem com seu filho sobre sua participação no programa.
De fato, o porta-voz da ONU, Fred Eckhard, disse nesta terça-feira que Annan não lembra desta reunião que, além disso, não aparece nos relatórios sobre a viagem que o secretário fez a Paris na época.
"O secretário-geral nem sequer sabia naquele momento que a Cotecna aspirava a ter um contrato com a ONU", acrescentou o porta-voz.
O conteúdo da mensagem foi remitido nos últimos dias pela Cotecna à subcomissão do Congresso americano que investiga a gestão do programa humanitário no Iraque, que acabou facilitando subornos milionários do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein.
Cotecna enviou hoje esta informação ao Comitê de Investigação Independente (IIC), uma equipe nomeada pelo próprio Annan há um ano para esclarecer este escândalo e que é dirigida pelo ex-presidente do Federal Reserve Paul Volcker.
"O IIC está analisando urgentemente esta nova informação (...) sobre a qual realizaremos uma investigação adicional", diz em comunicado o comitê.
Há apenas três meses e após uma longa investigação, o comitê livrou Annan de qualquer caso de má conduta por não ter achado provas que influenciasse de maneira "positiva ou inadequada" na adjudicação do contrato.
De fato, disse que, se Annan tivesse tido conhecimento que a Cotecna aspirava a um contrato, "teria incorrido em um conflito de interesses".
O relatório divulgado revelava alguns elementos interessantes, como que o vice-presidente da Cotecna, a quem Annan não lembra de ter visto em Paris, era um íntimo amigo de sua família.
Foi, além disso, Wilson que introduziu o jovem Kojo Annan na Cotecna em 1995, onde esteve empregado até o ano passado.
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