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17/06/2005 - 09h00

Família de brasileiro desaparecido no Iraque ataca Itamaraty

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da Folha de S.Paulo

Irmã do engenheiro João José de Vasconcellos Jr., desaparecido nos arredores de Beiji (norte do Iraque) desde janeiro, Isabel Vasconcellos disse ontem que a sua família se sente desamparada pelo governo brasileiro.

"Este realmente é o nosso sentimento. Depois de um silêncio de vários dias do governo, procurei o Itamaraty para saber notícia do meu irmão e fui informada que o embaixador Ouro Preto já estava há muito tempo no Brasil", disse Isabel, referindo-se ao embaixador extraordinário para o Oriente Médio, Affonso Celso de Ouro Preto. Há cerca de três meses, ele foi designado para trabalhar no caso em Amã, onde funciona o núcleo de assuntos iraquianos.

"Só posso me sentir indignada. Ele volta ao país e nem nos procura? Disse que tinha saído no jornal e achava que já era suficiente. A minha mãe já diz que só resta rezar", disse Isabel, que passa o dia acessando os sites de notícias de países árabes em busca de informações sobre seu irmão."

Na época, o grupo Esquadrões Al Mujahidin reivindicou a autoria do seqüestro do brasileiro em vídeo divulgado e disse que agiu ao lado do grupo Ansar al Sunna. Vasconcellos trabalhava no país em uma obra da construtora Odebrecht.

"O governo tem que ter humildade para reconhecer que não está conseguindo negociar e encontrar um canal de diálogo com o mundo árabe. Me sinto muito desapontada. Vejo o governo se empenhando para apagar incêndio e não faz nada para defender um cidadão seu", disse Isabel. Ela acredita que o seu irmão ainda está vivo.

"Isto é claro na minha cabeça. Para o grupo, não custava nada mostrar o corpo de uma pessoa morta. Agora, o nosso governo tem que se empenhar muito mais. Acho que o presidente Lula teria que fazer uma manifestação pública. Isto aconteceu em vários países."

Mortes e pressão

A violência prosseguiu ontem no Iraque com a morte de oito policiais em um atentado com um carro-bomba em uma estrada entre Bagdá e o aeroporto da capital. Outros 25 foram feridos.

Além disso, seis soldados americanos foram mortos em um tiroteio em Bagdá e em um ataque a bomba em Ramadi (oeste), e o governo dos EUA indiciou um de seus sargentos pelo assassinato de dois oficiais em uma base em Tikrit. O especialista em suprimentos Alberto Martinez, 37, é acusado de ter matado um tenente e um capitão no último dia 7. O total de baixas militares dos EUA no Iraque desde a invasão, em março de 2003, já chega a 1.714.

O Congresso americano rejeitou ontem uma resolução para fixar um cronograma de retirada das tropas a partir de outubro de 2006, mas as pressões seguem aumentando. Uma pesquisa recente do Pew Research Center mostra que 46% dos americanos apóiam a retirada imediata das tropas do Iraque -eram 42% em fevereiro e 36% em outubro.

Sob pressão, o presidente George W. Bush, prepara nova ofensiva retórica para defender a operação. Segundo o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, Bush vai "afinar seu foco" em torno do Iraque e da economia, tema em que o governo é mal avaliado.

"É importante manter a população americana informada sobre os progressos que estamos fazendo no Iraque, as dificuldades e os perigos que persistem, e nossa estratégia para sermos bem-sucedidos e trazermos nossos soldados de volta para casa", afirmou.

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