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20/06/2005
-
21h31
da Folha Online
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e o premiê israelense, Ariel Sharon, se reúnem nesta terça-feira, no primeiro encontro entre os dois líderes desde o acordo de cessar-fogo, em 8 de fevereiro.
O plano de retirada dos colonos judeus de Gaza e de parte da Cisjordânia --elaborado por Sharon e previsto para ter início em agosto-- deve ser o principal assunto a ser discutido no encontro.
A reunião acontece em meio à onda de violência em Gaza e na Cisjordânia, e ao receio de que a histórica oportunidade de paz entre israelenses e palestinos --uma nova chance após quatro anos e meio de disputas-- possa estar se esgotando.
O compromisso entre os dois líderes ocorre após a visita de dois dias da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, que pediu aos dois lados que cooperem para que a retirada de Gaza aconteça de maneira pacífica.
Depois de encontros com dirigentes israelenses e palestinos, Rice anunciou, no último domingo (19), que as duas partes concordaram que as casas da faixa de Gaza --das quais serão retirados os judeus-- devem ser destruídas.
Segundo a rádio israelense, Israel deve pagar milhões de dólares aos palestinos para os gastos de limpeza dos escombros das casas dos colonos que serão destruídas.
Violência
A segunda-feira foi de violência na região. Um israelense foi morto quando seu veículo caiu numa emboscada armada por palestinos em Jenin, ao norte da Cisjordânia, segundo fontes militares israelenses. Um segundo israelense ficou levemente ferido.
Os agressores conseguiram fugir no carro que usaram para ataque, reivindicado pelo grupo extremista palestino Jihad islâmico.
O novo ataque palestino aconteceu menos de 24 horas depois de um soldado israelense ter sido morto na faixa de Gaza. Na ação, um palestino de 17 anos foi morto por soldados israelenses, e outro ficou ferido, perto de um trecho da cerca que separa a faixa de Gaza de Israel.
Nesta segunda-feira, o ministro palestino das Relações Exteriores, Nasser al Kidwa, condenou a violência, afirmando que violações de ambos os lados "não servem aos interesses dos palestinos".
"Nós reafirmamos nosso compromisso com o cessar-fogo e esperamos que os recentes episódios de violência não afetem o encontro entre Abbas e Sharon", disse Al Kidwa.
Acordo
Sharon e Abbas selaram o cessar-fogo em 8 de fevereiro, na cúpula de Sharm el Sheik, no Egito. Nos meses seguintes, Israel tem resistido em cumprir os compromissos de libertar prisioneiros, devolver cidades palestinas e remover barreiras --que restringem severamente a liberdade de movimento dos palestinos.
Israel afirma que o progresso depende do controle dos extremistas pelas autoridades palestinas e faz duras críticas a Abbas nessa área. O líder palestino escolheu a persuasão em vez do confronto para acabar com seu principal rival, o grupo extremista Hamas -- uma estratégia que Israel considera ingênua e destinada ao fracasso.
"O que estamos vendo nos últimos dias é muito preocupante", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores israelense, Mark Regev. "Não há dúvida de que o Hamas esteja usando esse período para se reagrupar e rearmar", disse
"Nós temos que fortalecer os moderados e, ao mesmo tempo, isolar e neutralizar os extremistas", acrescentou o porta-voz.
Exigências
Os palestinos também tecem críticas a Israel --principalmente pela contínua expansão de assentamentos judeus em territórios palestinos e pela construção de uma barreira na Cisjordânia. Eles também insistem em seu direito de lidar com o Hamas a seu modo.
"Nós conhecemos nossas condições, nossa realidade interna, e sabemos as melhores maneiras de alcançar o fim da violência", disse Hanan Ashrawi, membro do Parlamento palestino. "Se você começa a prender, atirar e matar, acaba causando uma guerra civil".
No encontro de amanhã, Sharon deve se concentrar na questão da segurança. Segundo fontes do governo, ele deve questionar Abbas sobre os planos da ANP para impedir que militantes ataquem os assentamentos judeus e os soldados israelenses durante a retirada de Gaza.
Os palestinos também têm suas exigências: a garantia de que os moradores de Gaza terão acesso à Cisjordânia após a retirada de Israel, a possibilidade de construir um aeroporto na região e o controle da fronteira de Gaza com o Egito.
Com agências internacionais
Especial
Leia cobertura completa sobre o conflito no Oriente Médio
Leia o que já foi publicado sobre grupos extremistas palestinos
Leia o que já foi publicado sobre Mahmoud Abbas
Leia o que já foi publicado sobre Ariel Sharon
Em meio à violência, Sharon e Abbas se reúnem para discutir retirada
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O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e o premiê israelense, Ariel Sharon, se reúnem nesta terça-feira, no primeiro encontro entre os dois líderes desde o acordo de cessar-fogo, em 8 de fevereiro.
O plano de retirada dos colonos judeus de Gaza e de parte da Cisjordânia --elaborado por Sharon e previsto para ter início em agosto-- deve ser o principal assunto a ser discutido no encontro.
A reunião acontece em meio à onda de violência em Gaza e na Cisjordânia, e ao receio de que a histórica oportunidade de paz entre israelenses e palestinos --uma nova chance após quatro anos e meio de disputas-- possa estar se esgotando.
Fotomontagem/Reuters |
Mahmoud Abbas, da ANP, e o premiê de Israel, Ariel Sharon |
Depois de encontros com dirigentes israelenses e palestinos, Rice anunciou, no último domingo (19), que as duas partes concordaram que as casas da faixa de Gaza --das quais serão retirados os judeus-- devem ser destruídas.
Segundo a rádio israelense, Israel deve pagar milhões de dólares aos palestinos para os gastos de limpeza dos escombros das casas dos colonos que serão destruídas.
Violência
A segunda-feira foi de violência na região. Um israelense foi morto quando seu veículo caiu numa emboscada armada por palestinos em Jenin, ao norte da Cisjordânia, segundo fontes militares israelenses. Um segundo israelense ficou levemente ferido.
Os agressores conseguiram fugir no carro que usaram para ataque, reivindicado pelo grupo extremista palestino Jihad islâmico.
O novo ataque palestino aconteceu menos de 24 horas depois de um soldado israelense ter sido morto na faixa de Gaza. Na ação, um palestino de 17 anos foi morto por soldados israelenses, e outro ficou ferido, perto de um trecho da cerca que separa a faixa de Gaza de Israel.
Nesta segunda-feira, o ministro palestino das Relações Exteriores, Nasser al Kidwa, condenou a violência, afirmando que violações de ambos os lados "não servem aos interesses dos palestinos".
"Nós reafirmamos nosso compromisso com o cessar-fogo e esperamos que os recentes episódios de violência não afetem o encontro entre Abbas e Sharon", disse Al Kidwa.
Acordo
Sharon e Abbas selaram o cessar-fogo em 8 de fevereiro, na cúpula de Sharm el Sheik, no Egito. Nos meses seguintes, Israel tem resistido em cumprir os compromissos de libertar prisioneiros, devolver cidades palestinas e remover barreiras --que restringem severamente a liberdade de movimento dos palestinos.
Israel afirma que o progresso depende do controle dos extremistas pelas autoridades palestinas e faz duras críticas a Abbas nessa área. O líder palestino escolheu a persuasão em vez do confronto para acabar com seu principal rival, o grupo extremista Hamas -- uma estratégia que Israel considera ingênua e destinada ao fracasso.
"O que estamos vendo nos últimos dias é muito preocupante", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores israelense, Mark Regev. "Não há dúvida de que o Hamas esteja usando esse período para se reagrupar e rearmar", disse
"Nós temos que fortalecer os moderados e, ao mesmo tempo, isolar e neutralizar os extremistas", acrescentou o porta-voz.
Exigências
Os palestinos também tecem críticas a Israel --principalmente pela contínua expansão de assentamentos judeus em territórios palestinos e pela construção de uma barreira na Cisjordânia. Eles também insistem em seu direito de lidar com o Hamas a seu modo.
"Nós conhecemos nossas condições, nossa realidade interna, e sabemos as melhores maneiras de alcançar o fim da violência", disse Hanan Ashrawi, membro do Parlamento palestino. "Se você começa a prender, atirar e matar, acaba causando uma guerra civil".
No encontro de amanhã, Sharon deve se concentrar na questão da segurança. Segundo fontes do governo, ele deve questionar Abbas sobre os planos da ANP para impedir que militantes ataquem os assentamentos judeus e os soldados israelenses durante a retirada de Gaza.
Os palestinos também têm suas exigências: a garantia de que os moradores de Gaza terão acesso à Cisjordânia após a retirada de Israel, a possibilidade de construir um aeroporto na região e o controle da fronteira de Gaza com o Egito.
Com agências internacionais
Especial
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