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21/06/2005 - 20h11

Região peruana oficializa livre cultivo de folhas de coca

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da Folha Online

A região de Cusco, no sudeste do Peru, oficializou o livre cultivo de folhas de coca nesta terça-feira, apesar da oposição do governo de Lima e de vários especialistas na luta contra o tráfico de drogas.

A medida reconhece como zonas de produção tradicional de coca três vales da região de Cusco. Segundo a decisão, a folha milenar é usada para fins medicinais e em rituais religiosos, além de ser mascada por parte dos camponeses da região.

A autorização do cultivo foi assinada pelo presidente da região, Carlos Cuaresma, em um ato na praça de Armas de Cusco --antiga capital do Império dos Incas.

Cuaresma, que pertence à Frente Independente Moralizadora (FIM), partido aliado a Toledo, afirmou que a decisão não será modificada e que "não se trata apenas da folha de coca, mas também do processo de descentralização de poder proposto pelo governo nacional".

Além disso, ele disse que "só são reconhecidas as folhas de coca destinadas para fins legais, medicinais e culturais", negando assim as advertências de pesquisadores e funcionários do governo central, no sentido de que o cultivo fortalece o tráfico de drogas.

Tráfico

O especialista em assuntos ligados ao narcotráfico, Jaime Antezana, expressou preocupação com a nova medida e alertou que o excedente da produção das folhas de coca que é destinado a atividades ilícitas cresce a cada dia.

Segundo Antezana, das cerca de 17 mil toneladas de folhas de coca que são colhidas nos três vales de Cusco, cerca de 2 mil são compradas pela Empresa Nacional de Coca (Enaco) --entidade oficial encarregado de comprar a coca para sua comercialização --e outra cifra similar é vendida para o consumo tradicional informal.

De acordo com Antezana, sobra um enorme excedente que se destina ao tráfico de drogas.

Polêmica

Há alguns dias, o governo central manifestou mal-estar quando o primeiro- ministro peruano, Carlos Ferrero, qualificou a idéia de "erro gravíssimo, completamente ilegítima, inválida e contrária à lei".

"No Peru, não se pode disseminar uma quantidade ilimitada de coca e pretender que se espalhe livremente a planta é prejudicar severamente os interesses nacionais, introduzir um mecanismo perigoso para a segurança do país e propiciar o incremento do narcotráfico", afirmou Ferrero.

Já Washington Mendoza, dirigente da Confederação Camponesa do Peru, disse que as associações agrícolas apóiam ativamente a medida adotada em Cusco. "Essa medida é uma iniciativa histórica e um avanço nas lutas dos produtores da sagrada folha de coca", afirmou.

Com "Clarín"

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