Publicidade
Publicidade
23/06/2005
-
17h33
DANIELA LORETO
da Folha Online
Os Estados Unidos continuam a liderar a lista de países que enfrentam os maiores índices de rejeição, segundo pesquisa feita com 16 países e publicada nesta quinta-feira pelo Pew Research Center, instituto independente e respeitado dos EUA.
Segundo o estudo Pew, o principal motivo da rejeição internacional aos EUA é a invasão do Iraque, ocorrida em 2003. Outro motivo é a reeleição do presidente George W. Bush, em novembro de 2004.
Dos 16 países que participaram do estudo [Alemanha, Canadá, China, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Índia, Indonésia, Jordânia, Líbano, Paquistão, Polônia, Reino Unido, Rússia e Turquia], apenas seis têm imagem positiva sobre os EUA.
Os dois extremos, "pró e contra EUA", são liderados por Índia [70% dos entrevistados dizem aprovar os EUA] e Jordânia [onde apenas 21% dos participantes disseram aprovar o país].
Os próprios americanos parecem detectar uma "falha" na imagem que seu país exibe: apenas 26% dos entrevistados disseram que o território norte-americano é querido no resto do mundo.
Auto-imagem
Após a divulgação dos resultados da pesquisa, o porta-voz do Departamento de Defesa americano, Adam Ereli, assumiu que os EUA têm muito o que fazer para melhorar sua imagem frente a outros países.
"Claramente, com ou sem essa pesquisa, nós sabemos que temos um desafio diplomático, que não será vencido em um dia", disse Ereli.
O porta-voz acrescentou que os EUA estão tentando reverter o problema de sua imagem, citando as freqüentes viagens da secretária de Estado, Condoleezza Rice --que encerrou nesta quinta-feira uma visita de seis dias ao Oriente Médio e à Europa.
"Nós chegaremos lá. Nós estamos abertos e deixamos claro o que pensamos, no que acreditamos, o que defendemos", disse. "Nós estamos tentando ouvir o que as pessoas pensam, e escutar também o que elas pensam sobre nós", acrescentou.
Reeleição
A reeleição de Bush foi apontada por grande parte dos entrevistados --principalmente na Europa Ocidental-- como a principal causa de rejeição aos EUA.
Um total de 77% dos alemães, 74% dos franceses e 75% dos canadenses afirmaram ser a reeleição do presidente americano o principal fator que os faz sentir desfavoráveis ao país.
Em relação ao povo americano, os chineses foram os que se mostraram mais críticos. Um total de 61% dos entrevistados na China disseram que os americanos são violentos e 57% afirmaram que eles são gananciosos. Apenas 35% dos chineses afirmaram acreditar que os americanos são honestos.
Por outro lado, os indianos demonstraram ter uma imagem bastante positiva dos americanos. A maioria --86%-- os vê como inventivos, 81% os consideram trabalhadores e 58%, honestos.
A população americana também identifica falhas em seus próprios cidadãos. Segundo o estudo, 70% dos americanos entrevistados afirmaram que são gananciosos e 49% disseram que seus compatriotas são violentos.
Em relação ao Iraque, a guerra continua a ser um ponto de forte oposição internacional, e há pouca expectativa de que as eleições realizadas em janeiro passado tragam estabilidade ao país.
Segundo o estudo, apenas os americanos e os indianos dizem acreditar, em sua maioria, que a queda do ex-ditador Saddam Hussein transformou o mundo em um local mais seguro.
Pontos sem influência
Pontos abordados na pesquisa mostram que algumas ações dos EUA em favor da paz ou do bem-estar de outras populações apresentaram pouca influência na opinião dos entrevistados.
Os esforços dos EUA e o apoio de Bush à instalação da democracia no Oriente Médio também não melhoram a avaliação do país na opinião dos entrevistados.
Nem a ajuda americana às vítimas do maremoto que devastou vários países do sul da Ásia e leste da África, em 26 de dezembro último, apareceu como fator de forte impacto na imagem favorável do país.
O instituto Pew entrevistou 17 mil pessoas nos EUA e em outros 15 países entre os dias 20 de abril e 31 de maio deste ano. A margem de erro é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a imagem dos EUA
Leia o que já foi publicado sobre a guerra no Iraque
Leia o que já foi publicado sobre a reeleição de Bush
EUA lideram ranking de países malvistos e rejeitados, diz pesquisa
Publicidade
da Folha Online
Os Estados Unidos continuam a liderar a lista de países que enfrentam os maiores índices de rejeição, segundo pesquisa feita com 16 países e publicada nesta quinta-feira pelo Pew Research Center, instituto independente e respeitado dos EUA.
Segundo o estudo Pew, o principal motivo da rejeição internacional aos EUA é a invasão do Iraque, ocorrida em 2003. Outro motivo é a reeleição do presidente George W. Bush, em novembro de 2004.
Dos 16 países que participaram do estudo [Alemanha, Canadá, China, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Índia, Indonésia, Jordânia, Líbano, Paquistão, Polônia, Reino Unido, Rússia e Turquia], apenas seis têm imagem positiva sobre os EUA.
Os dois extremos, "pró e contra EUA", são liderados por Índia [70% dos entrevistados dizem aprovar os EUA] e Jordânia [onde apenas 21% dos participantes disseram aprovar o país].
Os próprios americanos parecem detectar uma "falha" na imagem que seu país exibe: apenas 26% dos entrevistados disseram que o território norte-americano é querido no resto do mundo.
Auto-imagem
Após a divulgação dos resultados da pesquisa, o porta-voz do Departamento de Defesa americano, Adam Ereli, assumiu que os EUA têm muito o que fazer para melhorar sua imagem frente a outros países.
"Claramente, com ou sem essa pesquisa, nós sabemos que temos um desafio diplomático, que não será vencido em um dia", disse Ereli.
O porta-voz acrescentou que os EUA estão tentando reverter o problema de sua imagem, citando as freqüentes viagens da secretária de Estado, Condoleezza Rice --que encerrou nesta quinta-feira uma visita de seis dias ao Oriente Médio e à Europa.
"Nós chegaremos lá. Nós estamos abertos e deixamos claro o que pensamos, no que acreditamos, o que defendemos", disse. "Nós estamos tentando ouvir o que as pessoas pensam, e escutar também o que elas pensam sobre nós", acrescentou.
Reeleição
A reeleição de Bush foi apontada por grande parte dos entrevistados --principalmente na Europa Ocidental-- como a principal causa de rejeição aos EUA.
Um total de 77% dos alemães, 74% dos franceses e 75% dos canadenses afirmaram ser a reeleição do presidente americano o principal fator que os faz sentir desfavoráveis ao país.
Em relação ao povo americano, os chineses foram os que se mostraram mais críticos. Um total de 61% dos entrevistados na China disseram que os americanos são violentos e 57% afirmaram que eles são gananciosos. Apenas 35% dos chineses afirmaram acreditar que os americanos são honestos.
Por outro lado, os indianos demonstraram ter uma imagem bastante positiva dos americanos. A maioria --86%-- os vê como inventivos, 81% os consideram trabalhadores e 58%, honestos.
A população americana também identifica falhas em seus próprios cidadãos. Segundo o estudo, 70% dos americanos entrevistados afirmaram que são gananciosos e 49% disseram que seus compatriotas são violentos.
Em relação ao Iraque, a guerra continua a ser um ponto de forte oposição internacional, e há pouca expectativa de que as eleições realizadas em janeiro passado tragam estabilidade ao país.
Segundo o estudo, apenas os americanos e os indianos dizem acreditar, em sua maioria, que a queda do ex-ditador Saddam Hussein transformou o mundo em um local mais seguro.
Pontos sem influência
Pontos abordados na pesquisa mostram que algumas ações dos EUA em favor da paz ou do bem-estar de outras populações apresentaram pouca influência na opinião dos entrevistados.
Os esforços dos EUA e o apoio de Bush à instalação da democracia no Oriente Médio também não melhoram a avaliação do país na opinião dos entrevistados.
Nem a ajuda americana às vítimas do maremoto que devastou vários países do sul da Ásia e leste da África, em 26 de dezembro último, apareceu como fator de forte impacto na imagem favorável do país.
O instituto Pew entrevistou 17 mil pessoas nos EUA e em outros 15 países entre os dias 20 de abril e 31 de maio deste ano. A margem de erro é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice