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28/06/2005 - 17h42

Iraque registra 22 mortes em aniversário da "soberania"

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da Folha Online

O presidente americano, George W. Bush, fará nesta terça-feira um discurso para marcar o 1º aniversário da entrega da "soberania" do Iraque às autoridades do país --em um dia em que a fragilidade da segurança ficou mais uma vez exposta com a morte de 22 pessoas.

Bush tentará reverter a queda de sua popularidade e de apoio a suas ações no Iraque, apontadas por várias pesquisas populares realizadas nos Estados Unidos. Até o momento, a Guerra do Iraque, iniciada em março de 2003, já matou 1.740 soldados dos EUA, e milhares de civis iraquianos.

Na manhã desta terça-feira, em mais um ato que mostra a falta do controle da segurança no Iraque, a explosão de um carro-bomba na capital Bagdá matou o parlamentar xiita Dhari Ali al Fayadh, 87, seu filho e mais dois guarda-costas. A ação reivindicada pelo principal inimigo dos EUA em liberdade no Iraque: o terrorista jordaniano Abu Musab al Zarqawi. Por sua captura, o Pentágono oferece US$ 25 milhões.

Ataques rebeldes fizeram ainda outras 21 vítimas, incluindo dois soldados dos EUA, além de policias e civis iraquianos.

Al Fayadh era membro do Supremo Conselho para a Revolução Islâmica no Iraque, coalizão que agrega todos os partidos xiitas. Ademais, ele exercia o papel de líder interino do Parlamento.

A soberania do Iraque foi entregue em 28 de junho de 2004 pelo administrador americano Paul Bremer a Iyad Allawi, que, à época, era primeiro-ministro interino do Iraque.

Nesta segunda-feira, o jornal americano "The Washington Post" divulgou uma pesquisa em que mostra que, pela primeira vez, a maioria dos americanos (53%) diz acreditar que o governo dos EUA os "enganou deliberadamente" durante a preparação para a guerra no Iraque.

Ainda de acordo com a pesquisa, um número maior (57%) dos americanos pensam que o governo do presidente Bush, "intencionalmente exagerou as evidências de que o Iraque pré-guerra tinha armas nucleares, químicas e biológicas".

Paciência

Em uma entrevista realizada nesta terça-feira, a secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, falou à rede de TV NBC que Bush deve pedir "paciência" aos americanos, pois os iraquianos "caminham na direção de um governo democrático permanente".

Nesta segunda-feira, em discurso em Fort Bragg (Carolina do Norte), Bush já falara da necessidade de manter o "curso da operação no Iraque", apesar das "tristes imagens" dos ataques insurgentes, realizados diariamente. Um dia antes, o secretário de Estado dos EUA, Donald Rumsfeld, disse que a luta contra a insurgência pode durar até 12 anos.

Bush também afirmou que não vai sair do Iraque até que as forças de segurança iraquianas estejam devidamente treinadas e equipadas para manter a paz.

Oposição

Congressistas democratas e alguns republicanos (partidários de Bush) apóiam uma resolução que tramita do Congresso americano para que a retirada americana do Iraque seja iniciada em outubro de 2006.

O senador democrata, John Kerry, que concorreu com Bush à Presidência dos EUA em 2004, pediu para que o presidente "conte a verdade ao povo americano".

"Esse discurso [de Bush] dizendo que a insurgência está 'nas últimas horas' leva [os americanos] a uma expectativa frustrada", disse o senador em artigo publicado pelo jornal "The New York Times" nesta terça-feira.

"O presidente precisa anunciar imediatamente que os EUA não vão ter uma presença militar permanente no Iraque", afirma Kerry.

Com agências internacionais

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