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04/07/2005
-
17h45
da Folha Online
O presidente da União Africana (UA), Olusegun Obasanjo, pediu nesta segunda-feira aos países ricos que enviem ao continente "sólida" ajuda financeira, dizendo que a África está deixando o passado de golpes militares e seguindo em direção à boa governança.
Alguns dos comentários de Obasanjo vão contra as declarações de Muammar Gaddafi, líder da Líbia, país anfitrião do encontro da UA, que disse que a África deveria recusar ajudas condicionais de países ricos.
Gaddafi afirmou aos líderes africanos que a solução para os problemas do continente seria que os vários países fossem agregados em uma só nação, e não a ajuda do Ocidente.
"Pedir ajuda não irá garantir o futuro da África, pelo contrário, criará um abismo ainda maior entre os grandes e os pequenos", disse.
Mas, segundo diplomatas, Obasanjo é considerado a principal influência no teor da mensagem que os líderes africanos irão mandar aos membros do G8, a respeito da reversão do quadro de pobreza, conflitos e doença do continente de 800 milhões de habitantes.
Presidente da Nigéria --país mais populoso da África-- Obasanjo disse esperar que a próxima reunião do G8 --grupo dos sete países mais ricos do mundo mais a Rússia-- prevista para ter início nesta quarta-feira (6), prolongue o recente cancelamento das dívidas de 14 países africanos.
"Agora não é hora de falar, mas de agir de maneira organizada", disse o líder nigeriano, durante a sessão de abertura da reunião das 53 nações que fazem parte da UA --que acontece a cada seis meses.
O presidente nigeriano disse ainda que as nações ricas deveriam repor os fundos desviados no passado por líderes africanos corrruptos e revertidos para o Ocidente -- avaliados em bilhões de dólares.
"Para a África [acabar com a pobreza] será preciso não só o perdão das dívidas, pelo qual fizemos intensas campanhas, mas também uma sólida ajuda financeira, por meio da nacionalização de fundos de corrupção em bancos estrangeiros, do cumprimento das promessas feitas por nossos parceiros desenvolvidos e da geração de novos fundos por meio de investimentos. (...) Nossa política coletiva também irá fazer sua parte para nosso progresso", disse.
Qualidade
O porta-voz da UA, o nigeriano Desmond Orjiako, afirmou à agência de notícias Reuters que o grupo deve pedir aos países do G8 que melhorem a qualidade da ajuda.
Muitos críticos apontam defeitos na ajuda oferecida pelo Ocidente, dizendo que a condição imposta é que os governos africanos façam negócios com empresas dos países que fazem doações.
Como em todas as reuniões do grupo, a UA apontou os conflitos internos como uma grande barreira para o crescimento dos países da África--- que já sofreram 186 golpes de Estado e 26 conflitos de maiores proporções nos últimos 50 anos.
"Líderes africanos já demonstraram nossa determinação de não mais permitir mudanças inconstitucionais de governo", disse Orjiako.
Mais de 40% dos africanos vivem com menos de US$ 1 por dia, 200 millhões sofrem por falta de comida e mais de 2 milhões morrem todos os anos infectados pelo vírus da Aids.
Com agências internacionais
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a União Africana
Leia o que já foi publicado sobre o G8
Líder da UA pede que países ricos dêem "sólida" ajuda à África
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O presidente da União Africana (UA), Olusegun Obasanjo, pediu nesta segunda-feira aos países ricos que enviem ao continente "sólida" ajuda financeira, dizendo que a África está deixando o passado de golpes militares e seguindo em direção à boa governança.
Alguns dos comentários de Obasanjo vão contra as declarações de Muammar Gaddafi, líder da Líbia, país anfitrião do encontro da UA, que disse que a África deveria recusar ajudas condicionais de países ricos.
Gaddafi afirmou aos líderes africanos que a solução para os problemas do continente seria que os vários países fossem agregados em uma só nação, e não a ajuda do Ocidente.
"Pedir ajuda não irá garantir o futuro da África, pelo contrário, criará um abismo ainda maior entre os grandes e os pequenos", disse.
Mas, segundo diplomatas, Obasanjo é considerado a principal influência no teor da mensagem que os líderes africanos irão mandar aos membros do G8, a respeito da reversão do quadro de pobreza, conflitos e doença do continente de 800 milhões de habitantes.
Presidente da Nigéria --país mais populoso da África-- Obasanjo disse esperar que a próxima reunião do G8 --grupo dos sete países mais ricos do mundo mais a Rússia-- prevista para ter início nesta quarta-feira (6), prolongue o recente cancelamento das dívidas de 14 países africanos.
"Agora não é hora de falar, mas de agir de maneira organizada", disse o líder nigeriano, durante a sessão de abertura da reunião das 53 nações que fazem parte da UA --que acontece a cada seis meses.
O presidente nigeriano disse ainda que as nações ricas deveriam repor os fundos desviados no passado por líderes africanos corrruptos e revertidos para o Ocidente -- avaliados em bilhões de dólares.
"Para a África [acabar com a pobreza] será preciso não só o perdão das dívidas, pelo qual fizemos intensas campanhas, mas também uma sólida ajuda financeira, por meio da nacionalização de fundos de corrupção em bancos estrangeiros, do cumprimento das promessas feitas por nossos parceiros desenvolvidos e da geração de novos fundos por meio de investimentos. (...) Nossa política coletiva também irá fazer sua parte para nosso progresso", disse.
Qualidade
O porta-voz da UA, o nigeriano Desmond Orjiako, afirmou à agência de notícias Reuters que o grupo deve pedir aos países do G8 que melhorem a qualidade da ajuda.
Muitos críticos apontam defeitos na ajuda oferecida pelo Ocidente, dizendo que a condição imposta é que os governos africanos façam negócios com empresas dos países que fazem doações.
Como em todas as reuniões do grupo, a UA apontou os conflitos internos como uma grande barreira para o crescimento dos países da África--- que já sofreram 186 golpes de Estado e 26 conflitos de maiores proporções nos últimos 50 anos.
"Líderes africanos já demonstraram nossa determinação de não mais permitir mudanças inconstitucionais de governo", disse Orjiako.
Mais de 40% dos africanos vivem com menos de US$ 1 por dia, 200 millhões sofrem por falta de comida e mais de 2 milhões morrem todos os anos infectados pelo vírus da Aids.
Com agências internacionais
Especial
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