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17/07/2005 - 14h50

Irã promete fazer tudo para reconstrução e segurança do Iraque

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da France Presse, em Teerã

O Irã fará tudo para acelerar a reconstrução e assegurar a segurança no Iraque, prometeu neste domingo em Teerã o presidente Mohammad Khatami ao premiê iraquiano, Ibrahim al Jaafari, que realiza uma visita histórica ao antigo inimigo.

Segundo o ministro das Relações Exteriores iraquiano, Hoshyar Zebari, os iranianos mostraram-se muito cooperativos". "Conversamos longamente sobre as questões de segurança", afirmou em resposta sobre a porosidade das fronteiras, acrescentando que "o desafio da segurança e as ameaças que nos têm como alvo são a prioridade" das duas nações.

"A República Islâmica do Irã fará todo o possível para assegurar a reconstrução, a segurança e a estabilidade do Iraque", insistiu Khatami, citado pela agência oficial Irna, no encontro com Jaafari, primeiro chefe de governo iraquiano a visitar o Irã desde a queda de Saddam Hussein.

"A estratégia do Irã é a de apoiar um Iraque livre, independente e desenvolvido", acrescentou, apesar das preocupações que inspira aos americanos e aos árabes a aceleração dessa aproximação entre os dois países.

"A visita do premiê iraquiano ao Irã marca uma reviravolta nas relações históricas entre os dois países, permitindo tratar as feridas e reparar os prejuízos causados por Saddam (Hussein) à cooperação comum", disse.

Ele fez referência à guerra entre o Irã e o Iraque de 1980 a 1988 e que teria feito cerca de um milhão de mortos, segundo uma estimativa admitida pelos dois lados.

A República islâmica, suspeita por alguns adversários de querer favorizar a instalação de um regime teocrático em Bagdá, quer, ao contrário, "a instauração de um regime democrático conforme os valores culturais do povo iraquiano", afirmou Khatami. "Sabemos do mal feito por Saddam Hussein aos povos da região, mas ele não representava o povo iraquiano", afirmou Jaafari citado pela Irna.

Os iranianos foram acusados pelos americanos, mas também por alguns líderes iraquianos de se intrometerem nos assuntos do país vizinho, para desestabilizá-lo. O Irã nega o fato de que milhares de membros dos Mujahedine do povo, grupo de oposição armada ao regime islâmico, estejam refugiados no Iraque.

A reconciliação, estimulada desde a queda de Saddam Hussein em 2003, deve seguir adiante, apesar da persistência de sérios contenciosos. A chegada de Jaafari, à frente de uma delegação de dez ministros, deve também reforçar a cooperação econômica.

O ministro do Petróleo iraquiano Ibrahim Bahr al Ouloum evocou a assinatura de um memorando no setor. As duas partes deverão também se entender sobre suas redes elétricas.

Vários protocolos de acordo foram assinados. Os iranianos deverão participar da reconstrução do aeroporto de Najaf e os vistos deverão ser suprimidos para os motoristas de companhias internationais em trânsito, transportando passageiros e bens, informou a Irna.

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