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18/09/2000
-
20h22
da AP
em Buenos Aires
Um ex-narcotraficante peruano que se encontra detido na cidade de Salta (norte de Buenos Aires) assegurou hoje que a polícia antinarcóticos de seu país está por trás do Cartel de Lima.
"Se me enviarem a meu país me matarão porque os chefes de minha organização ocupam altos cargos da polícia antinarcóticos do Peru e por trás de tudo está (Vladimiro) Montesinos", assegurou o peruano Víctor Gallardo Susanivar ou Luis Eduardo Ureta Santander, ex-chefe do chamado Cartel de Lima, detido em Salta no dia 23 de agosto de 1998.
O narcotraficante enfrenta desde sexta-feira (15) um pedido de extradição solicitado pelo Peru, onde é acusado de traficar 3.000 kg de cocaína em um só embarque.
Em uma reportagem publicada hoje pelo diário "El Tribuno", de Salta, o preso acusou Montesinos, atualmente detido no Peru, de ser o chefe maior do cartel peruano.
Gallardo ou Santander revelou perante a Justiça argentina detalhes de uma nova rota do tráfico que, partindo do povoado de Huánuco, localizado a 400 km ao noroeste de Lima, passava por Lima, Arequipa, Puno (fronteira com a Bolívia), La Paz, Bermejo, e em território argentino por Aguas Blancas, Orán, Salta e Buenos Aires.
"Temo por minha vida, se me extraditarem para o Peru sou um homem morto. Meus chefes e sócios no tráfico de drogas pertencem à cúpula da força policial antinarcóticos (Dinagro - Direção Nacional de Controle de Drogas)", assegurou, segundo o jornal.
Ele explicou que a droga, uma vez em Buenos Aires, era levada a Johannesburgo (África do Sul), de onde era transportada para distribuição em Lisboa, Madri, Milão, Roma, Londres e Moscou.
O narcotraficante cumpria importantes funções no Cartel de Lima, já que era encarregado de explorar a rota, garantir e cobrar as entregas e enviar os fundos para o Peru, disse a reportagem do "El Tribuno".
Gallardo ou Santander, entretanto, não se definiu como o cabeça da organização, e disse que seus compatriotas e sócios Ricardo Ferreyra Aguirre, atual capitão da Polícia Antinarcóticos de Lima, e um compadre dele, Santiago Peña, atualmente detido em Johannesburgo, eram quem "dirigiam tudo".
"Acima deles, quem chefia tudo é Montesinos", ressaltou o narcotraficante. "Quero que me entendam, em meu país há narcotraficantes internacionais que estão muito relacionados com o governo. Se me levarem para o Peru, no melhor dos casos, me julgarão como guerrilheiro, sob as leis antiterroristas", afirmou.
Leia texto do colunista Marcio Aith sobre o tema
Clique aqui para ler especial sobre o governo Fujimori
Leia mais notícias internacionais na Folha Online
Traficante acusa Montesinos de chefiar Cartel de Lima
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Um ex-narcotraficante peruano que se encontra detido na cidade de Salta (norte de Buenos Aires) assegurou hoje que a polícia antinarcóticos de seu país está por trás do Cartel de Lima.
"Se me enviarem a meu país me matarão porque os chefes de minha organização ocupam altos cargos da polícia antinarcóticos do Peru e por trás de tudo está (Vladimiro) Montesinos", assegurou o peruano Víctor Gallardo Susanivar ou Luis Eduardo Ureta Santander, ex-chefe do chamado Cartel de Lima, detido em Salta no dia 23 de agosto de 1998.
O narcotraficante enfrenta desde sexta-feira (15) um pedido de extradição solicitado pelo Peru, onde é acusado de traficar 3.000 kg de cocaína em um só embarque.
Em uma reportagem publicada hoje pelo diário "El Tribuno", de Salta, o preso acusou Montesinos, atualmente detido no Peru, de ser o chefe maior do cartel peruano.
Gallardo ou Santander revelou perante a Justiça argentina detalhes de uma nova rota do tráfico que, partindo do povoado de Huánuco, localizado a 400 km ao noroeste de Lima, passava por Lima, Arequipa, Puno (fronteira com a Bolívia), La Paz, Bermejo, e em território argentino por Aguas Blancas, Orán, Salta e Buenos Aires.
"Temo por minha vida, se me extraditarem para o Peru sou um homem morto. Meus chefes e sócios no tráfico de drogas pertencem à cúpula da força policial antinarcóticos (Dinagro - Direção Nacional de Controle de Drogas)", assegurou, segundo o jornal.
Ele explicou que a droga, uma vez em Buenos Aires, era levada a Johannesburgo (África do Sul), de onde era transportada para distribuição em Lisboa, Madri, Milão, Roma, Londres e Moscou.
O narcotraficante cumpria importantes funções no Cartel de Lima, já que era encarregado de explorar a rota, garantir e cobrar as entregas e enviar os fundos para o Peru, disse a reportagem do "El Tribuno".
Gallardo ou Santander, entretanto, não se definiu como o cabeça da organização, e disse que seus compatriotas e sócios Ricardo Ferreyra Aguirre, atual capitão da Polícia Antinarcóticos de Lima, e um compadre dele, Santiago Peña, atualmente detido em Johannesburgo, eram quem "dirigiam tudo".
"Acima deles, quem chefia tudo é Montesinos", ressaltou o narcotraficante. "Quero que me entendam, em meu país há narcotraficantes internacionais que estão muito relacionados com o governo. Se me levarem para o Peru, no melhor dos casos, me julgarão como guerrilheiro, sob as leis antiterroristas", afirmou.
Leia texto do colunista Marcio Aith sobre o tema
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