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23/07/2005 - 22h17

Egito não vai se intimidar por chantagem terrorista, diz presidente

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da Folha Online

O presidente do Egito, Hosni Mubarak, afirmou neste sábado que a morte de 88 pessoas no atentado terrorista na cidade turística de Sharm el-Sheik serviu para endurecer o combate aos militantes palestinos.

"Isto [os ataques] vai apenas nos fazer mais determinados em perseguir o terrorismo", afirmou. "Não vamos ceder a essa chantagem ou procurar um acordo", disse Mubarak, em um curto pronunciamento exibido na TV local.

O mais recente balanço divulgado por autoridades médicas egípcias dão conta que ao menos 88 pessoas morreram e cerca de outras 119 ficaram feridas com a explosão de carros-bomba em hotéis em Sharm el Sheik e de Naama Bay, no mar Vermelho, em um dos piores ataques terroristas ao país.

Segundo o hospital central, 34 corpos ainda não foram identificados.

Horas após os ataques, o grupo Brigadas Abdullah Azzam supostamente ligado à rede terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden, reivindicou a autoria das ações em um site islâmico.

Khaled El Fiqi/EFE
Carros atingidos por explosão em Sharm el Sheik
O grupo foi um dos que assumiu a responsabilidade pelos atentados à bomba contra resorts egípcios de Taba e Ras Shitan em outubro passado que deixaram um saldo de 34 mortos. A autenticidade do comunicado, no entanto, não pôde ser verificada.

Um grupo auto-intitulado Guerreiros Sagrados do Egito divulgou comunicado também assumindo os ataques e listou o nome de cinco pessoas que teriam participado das explosões.

Turistas

A região dos últimos ataques abriga vários hotéis de luxo e é bastante freqüentada por turistas europeus e israelenses, que estão agora em férias de verão.

De acordo com a polícia, ao menos dois carros-bomba explodiram quase que de forma simultânea, e atingiram diversos hotéis lotados de turistas e egípcios e estrangeiros. Além disso, uma outra bomba foi detonada quase no mesmo horário em um calçadão perto da praia onde turistas passeavam à noite.

Os atentados ocorreram por volta da 1h [19h de Brasília] e fizeram tremer janelas a cerca de um quilômetro de distância. Fumaça e fogo foram vistos em Naama Bay, um trecho de praia da península do Sinai que abriga dezenas de hotéis de luxo, bastante freqüentados por turistas israelenses.

Segundo o governador de Sinai do Sul, Mustafa Afifi, um dos carros-bomba explodiu no hotel Ghazala Garden -- estabelecimento quatro estrelas de Naama Bay que conta com 176 quartos.

Um segundo carro-bomba explodiu no Old Market, em Sharm el Sheik, a alguns quilômetros de distância do hotel, atingindo pessoas que estavam em um café. Outra explosão aconteceu no hotel Meridién, um dos mais luxuosos da região.

Vítimas

Entre as vítimas em Sharm el Sheik, estão britânicos, russos, holandeses, kuaitianos, sauditas e egípcios, segundo fontes da segurança.

Charlie Ives, um policial londrino que estava de férias em Sharm el Sheik, afirmou à rede de TV britânica BBC que estava em um café a cerca de 50 metros do local de uma das explosões.

"Foi uma histeria em massa. Nós tentávamos acalmar as pessoas", afirmou. Segundo Ives, a explosão foi forte. "Nós fomos quase atirados para fora do café", disse.

Outros turista britânico, Fabio Basone, estava no Hard Rock Cafe de Naama Bay quando ouviu uma pequena explosão, seguida de uma mais forte.

"Nós saímos para a rua e havia centenas de pessoas correndo e gritando para todo lado", afirmou à BBC. "Eu vi que a fachada do hotel havia sido arrancada (...) Havia dois corpos no chão, mas não sei se estavam mortos".

O presidente egípcio, Hosni Mubarak, tem uma casa de veraneio em Sharm el Sheik, em um resort a poucos quilômetros de Naama Bay, onde costuma passar as férias de inverno. No entanto, nas férias de verão, ele costuma ficar em sua casa, na cidade de Alexandria (norte).

Foi o pior ataque no Egito em uma década. Em outubro de 2004, 34 pessoas morreram após uma série de explosões em resorts em Taba e Ras Shitan, na região do Sinai, na fronteira com Israel.

O governo egípcio atribuiu o atentado ao conflito israelo-palestino, já que o local é freqüentado por muitos turistas israelenses, e efetuou uma onda de prisões na região do Sinai.

Com agências internacionais

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