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25/07/2005
-
08h32
da Folha Online
Alex Pereira, 28, primo do brasileiro Jean Charles de Menezes, 27, que foi morto por policiais britânicos na sexta-feira (22), após ter sido confundido com um terrorista na estação de metrô de Stockwell (sul de Londres), afirmou nesta segunda-feira que a polícia "tem que pagar" pelo que fez, em entrevista à rede britânica BBC.
"Eles têm que pagar por essa atitude, se não, vão matar mais gente, vão matar milhares de pessoas. Eles mataram a primeira pessoa que viram, isso é o que fizeram", afirmou Pereira, que mora em Londres. "Mataram meu primo, podem matar qualquer um", disse.
Menezes levou cinco tiros na cabeça. Ele recebeu ordem de prisão da polícia britânica, que alegou que Menezes trajava "roupas suspeitas". Segundo testemunhas, ele saltou as catracas do metrô e correu pela plataforma, seguido por cerca de 20 policiais à paisana. Ele foi morto dentro do metrô da linha Northern.
Pereira quer a polícia libere a gravação do circuito interno de segurança do metrô com o vídeo da morte do primo, mas a polícia ainda não esclareceu se irá atender o pedido do primo.
A família de Menezes considera agora a possibilidade de processar a polícia londrina. Na noite deste domingo, Pereira e outros três primos de Menezes receberam a visita da advogada de direitos humanos Gareth Pierce.
Ainda não está claro se Pierce pode representar a família do brasileiro em uma ação contra o governo britânico. A advogada, que recentemente defendeu britânicos detidos na prisão americana de Guantánamo (Cuba), teve um de seus casos retratados no filme "Em Nome do Pai" (1993), por ter defendido Gerry Conlon, condenado à prisão perpétua por ter realizado atentados em nome do IRA [Exército Republicano Irlandês, guerrilha católica].
Amorim
O ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) deve se reunir com o colega britânico Jack Straw nesta segunda-feira, quando deve ouvir novas explicações sobre de Menezes.
Neste domingo, o ministro brasileiro conversou com o subsecretário de Estado da chancelaria britânica, David Treisman, de quem ouviu a promessa de que a investigação sobre a morte será "plena".
O governo britânico ainda não liberou o corpo do brasileiro, que deverá ser enterrado no Brasil, nem tratou de uma possível indenização à família pelo assassinato. A mineira Leide Menezes de Figueiredo, 17, disse esperar que o corpo do primo volte para o Brasil em até 15 dias.
"Atirar para matar"
O comissário-chefe da polícia britânica, Ian Blair, lamentou a morte do brasileiro em declaração à imprensa neste domingo, mas afirmou que a política de "atirar para matar" vai continuar a ser utilizada no combate ao terrorismo.
"A polícia metropolitana assume totalmente a responsabilidade por isso. À família, só posso expressar meus mais profundos sentimentos", acrescentou o chefe de polícia.
Blair defendeu a atitude dos agentes de "atirar para matar". "Não faz sentido atirar contra o peito de alguém neste caso, já que os explosivos poderiam estar escondidos justamente nesta parte do corpo e seriam detonados", disse ele, que também afirmou que nada muda na política da polícia.
Com agências internacionais
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Primo de brasileiro morto em Londres diz que polícia "tem que pagar"
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Alex Pereira, 28, primo do brasileiro Jean Charles de Menezes, 27, que foi morto por policiais britânicos na sexta-feira (22), após ter sido confundido com um terrorista na estação de metrô de Stockwell (sul de Londres), afirmou nesta segunda-feira que a polícia "tem que pagar" pelo que fez, em entrevista à rede britânica BBC.
"Eles têm que pagar por essa atitude, se não, vão matar mais gente, vão matar milhares de pessoas. Eles mataram a primeira pessoa que viram, isso é o que fizeram", afirmou Pereira, que mora em Londres. "Mataram meu primo, podem matar qualquer um", disse.
Menezes levou cinco tiros na cabeça. Ele recebeu ordem de prisão da polícia britânica, que alegou que Menezes trajava "roupas suspeitas". Segundo testemunhas, ele saltou as catracas do metrô e correu pela plataforma, seguido por cerca de 20 policiais à paisana. Ele foi morto dentro do metrô da linha Northern.
Pereira quer a polícia libere a gravação do circuito interno de segurança do metrô com o vídeo da morte do primo, mas a polícia ainda não esclareceu se irá atender o pedido do primo.
A família de Menezes considera agora a possibilidade de processar a polícia londrina. Na noite deste domingo, Pereira e outros três primos de Menezes receberam a visita da advogada de direitos humanos Gareth Pierce.
Ainda não está claro se Pierce pode representar a família do brasileiro em uma ação contra o governo britânico. A advogada, que recentemente defendeu britânicos detidos na prisão americana de Guantánamo (Cuba), teve um de seus casos retratados no filme "Em Nome do Pai" (1993), por ter defendido Gerry Conlon, condenado à prisão perpétua por ter realizado atentados em nome do IRA [Exército Republicano Irlandês, guerrilha católica].
Amorim
O ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) deve se reunir com o colega britânico Jack Straw nesta segunda-feira, quando deve ouvir novas explicações sobre de Menezes.
Neste domingo, o ministro brasileiro conversou com o subsecretário de Estado da chancelaria britânica, David Treisman, de quem ouviu a promessa de que a investigação sobre a morte será "plena".
O governo britânico ainda não liberou o corpo do brasileiro, que deverá ser enterrado no Brasil, nem tratou de uma possível indenização à família pelo assassinato. A mineira Leide Menezes de Figueiredo, 17, disse esperar que o corpo do primo volte para o Brasil em até 15 dias.
"Atirar para matar"
O comissário-chefe da polícia britânica, Ian Blair, lamentou a morte do brasileiro em declaração à imprensa neste domingo, mas afirmou que a política de "atirar para matar" vai continuar a ser utilizada no combate ao terrorismo.
"A polícia metropolitana assume totalmente a responsabilidade por isso. À família, só posso expressar meus mais profundos sentimentos", acrescentou o chefe de polícia.
Blair defendeu a atitude dos agentes de "atirar para matar". "Não faz sentido atirar contra o peito de alguém neste caso, já que os explosivos poderiam estar escondidos justamente nesta parte do corpo e seriam detonados", disse ele, que também afirmou que nada muda na política da polícia.
Com agências internacionais
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