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26/07/2005 - 10h08

Ex-premiê do Nepal é condenado a dois anos de prisão

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da EFE, em Katmandu

O ex-primeiro-ministro do Nepal Sher Bahadur Deuba foi condenado nesta terça-feira a dois anos de prisão após ser considerado culpado de corrupção por uma comissão criada pelo rei Gyanendra.

A Comissão Real Anti-Corrupção, que responde apenas ao rei, condenou Deuba e o ministro de Infra-estrutura da época de seu mandato, Prakash Man Singh, a dois anos de prisão e o pagamento de uma multa de US$ 1,2 milhão cada um.

Os dois políticos foram detidos em abril deste ano, acusados de vários casos de corrupção, entre eles a suposta má administração de recursos em relação a um projeto de purificação de água, em parte financiado pelo Banco Asiático de Desenvolvimento.

Os dois dizem ser inocentes, negam as acusações contra eles e dizem que estão sendo vítimas de uma "caça às bruxas" iniciada pelo rei contra a oposição no Nepal.

A Comissão Anti-Corrupção foi criada por Gyanendra dias depois de destituir o governo de Deuba, em 1º de fevereiro, e assumir o poder absoluto.

Com poderes judiciais, a comissão presta informações apenas ao monarca, que é responsável por designar seus membros.

Manifestação

Centenas de partidários de Deuba fizeram uma manifestação nesta terça-feira no distrito de Lalipur, em Katmandu, e gritaram palavras de ordem contra o rei e a decisão.

De acordo com testemunhas, várias pessoas ficaram feridas nos protestos, mas a polícia ainda não confirmou esta informação.

"Ainda que me condenem, não estou preocupado, porque a prisão não é novidade para mim", disse o ex-primeiro-ministro nepalês antes de saber o veredicto.

Deuba passou nove anos na prisão entre as décadas de 70 e 80, por causa de suas atividades a favor da democracia durante a ditadura do rei Panchayat, deposto em 1990.

Em 1º de fevereiro deste ano, o rei Gyanendra assumiu o poder absoluto no Nepal, destituiu o governo de Deuba e declarou estado de emergência, medida que suspendeu três meses depois.

Desde então, o monarca controla o país com um gabinete designado por ele, e mantém uma rígida censura que proíbe a publicação de críticas ao regime monárquico, além de ter ordenado a prisão de vários jornalistas, ativistas de direitos humanos e políticos.

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