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27/07/2005 - 18h57

Sharon se reúne com Chirac na França, em primeira visita desde 2001

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da Folha Online

O premiê israelense, Ariel Sharon, se reuniu com o presidente francês, Jacques Chirac, nesta quarta-feira em um encontro de duas horas descrito pelo porta-voz do governo francês de "amigável" apesar das divergências que já existiram entre os dois líderes.

Sharon, que causou a fúria de Chirac há um ano, após encorajar os judeus franceses a deixarem o país devido ao anti-semitismo na Franca, ganhou a admiração do chefe de Estado francês por liderar o plano de retirada dos colonos israelenses da faixa de Gaza.

"Estamos testemunhando uma renovação no processo de paz, no contexto do Mapa da Paz", afirmou Chirac, em referência ao plano de paz no Oriente Médio iniciado há dois anos pelos Estados Unidos, Rússia, ONU (Organização das Nações Unidas) e UE (União Européia).

A visita de Sharon foi a primeira desde 2001, quando esteve em Paris logo após tomar posse como primeiro-ministro. Sharon convidou Chirac a visitar seu rancho em Israel, convite aceito pelo líder francês.

Chirac, visto por muitos israelense como pró-árabe, não visita Israel desde 1996, quando gritou com a polícia israelense e a acusou de limitar sua movimentação, durante uma visita a Jerusalém.

Elogios

Durante o encontro, Sharon fez elogios a Chirac, chamando-o de "um dos maiores líderes do mundo". O premiê israelense disse ainda que, com o convite de Chirac para que visitasse Paris, a França oferecia "ajuda preciosa no processo de paz que todo nós no Oriente Médio precisamos".

"Eu deixei Israel em um momento que não é simples, em um momento em que o terrorismo palestino continua, e quando as disputas internas em Israel estão acirradas devido à retirada de Gaza", afirmou Sharon, deixando claro o quanto a visita a França era importante para ele.

"Não há dúvida de que Israel tem representação na Europa e de que o mundo se tornou melhor desde a proposta de retirada", acrescentou.

Segundo o porta-voz de Chirac, Jerome Bonnafont, os dois líderes discutiram o plano de Israel de retirar os colonos judeus de 21 assentamentos da faixa de Gaza e de outros quatro da Cisjordânia, que deve ter início em 17 de agosto.

Durante a reunião, Chirac também propôs a criação de uma nova fundação francesa-israelense para estreitar os laços econômicos e culturais entre os dois países, o que foi aceito por Sharon, segundo Bonnafont.

Líbano

Segundo o porta-voz, Sharon e Chirac também concordaram em relação à questões do Líbano e do Irã. Ao lado do Reino Unido e da Alemanha, a França liderou um esforço para impedir que o Irã desenvolva armas nucleares. Israel vê com bons olhos os esforços europeus.

Ambos também destacaram a importância de que seja elaborada uma resolução da ONU para que as milícias do Líbano deixem as armas.

Chirac foi cauteloso em seus comentários sobre a paz no Oriente Médio, para não favorecer israelenses nem palestinos. Ele afirmou que o Mapa da Paz deve "guiar os israelenses para uma vida pacífica e segura e os palestinos para a construção de um Estado viável e independente".

Polêmica

Há um ano, Sharon causou a ira do governo francês ao dizer aos líderes judeus nos Estados Unidos que a França era o centro do "mais violento anti-semitismo" e que os judeus franceses deveriam deixar o país e emigrar para Israel.

Chirac rejeitou as declarações do líder israelense e afirmou que ele não seria bem-vindo ao país enquanto não esclarecesse seus comentários.

Desde então, Israel demonstrou grande compromisso com a retirada de Gaza, vista pela França e por outros países como uma das melhores chances de trazer a paz ao Oriente Médio.

Ao fazer o convite a Sharon, no mês passado, Chirac elogiou seu "determinada e corajosa" decisão de empreender a retirada em Gaza

Os comentários maus recentes de Sharon sobre o anti-semitismo na França foram conciliatórios. Ele elogiou a França em seus esforços para erradicar a violência anti-semita, afirmando que o país deveria servir de modelo para o restante da Europa. Antes da reunião desta quarta-feira, Sharon elogiou o "forte combate" francês contra o anti-semitismo.

Com agências internacionais

Especial
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