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04/08/2005 - 19h24

Número de mortos em tumultos chega a 130 no Sudão

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da Folha Online

Ao menos 130 pessoas morreram e outras 350 ficaram feridas no Sudão em três dias de violência depois da morte do ex-líder rebelde e primeiro vice-presidente, John Garang, afirmou a Red Crescent (organização que equivale à Cruz Vermelha) nesta quinta-feira.

Moradores relatam que as ruas da capital, Cartum, estão mais tranqüilas que nos dias anteriores, quando grupos armados rondavam pelas ruas, apesar do toque de recolher imposto na segunda-feira (1) para tentar deter os tumultos.

EFE
Policial patrulha ruas de Cartum após tumultos que deixaram 130 mortos e 350 feridos
O diretor da Red Crescent no Sudão, Hadi Ali al Obeid, afirmou a agência de notícias Reuters que o número de mortos na noite desta quarta-feira na capital era 111 -- com seis mortos em Malakal e 13 na cidade de Juba, no sul do país, onde Garang deve ser enterrado neste sábado (6).

"Estava bastante tranqüilo na noite de ontem, em comparação com as noites anteriores", afirmou Al Obeid.

Muitos dos bairros comerciais de Cartum estavam bastante danificados, com lojas queimadas e carros destruídos devido aos violentos protestos.

O presidente Omar Hassan al Bashir pediu calma por meio de um comunicado na televisão nesta quarta-feira, terceiro dia de tumultos na capital. Mais de 300 pessoas ficaram feridas apenas em Cartum.

Líder

Garang liderava a antiga facção rebelde do sul do país, Movimento pela Liberação do Povo Sudanês (SPLM), que travou uma luta de mais de duas décadas com o governo islâmico com sede em Cartum, antes de assinar um acordo de paz, em janeiro último, para acabar com a mais longa guerra civil da África.

Ele voltou a Cartum para ser nomeado vice-presidente em 9 de julho e trabalhava para a formação de um governo de coalizão.

O acordo de paz envolvia a divisão de poder e de riquezas, eleições democráticas em uma prazo de três anos e um referendo de autonomia do sul dentro de seis anos.

Salva Kiir, substituto de Garang, foi escolhido como novo líder do SPLM e deve tomar posse como vice-presidente nas próximas semanas.

Medo

Embora os subúrbios e o centro de Cartum estejam mais calmos nesta quinta-feira, milhões de sudaneses que moram em bairros pobres ao redor da capital ainda sentem os efeitos da violência.

Muitos moradores da região do campo de Mayo afirmaram que estão muito assustados para sair de casa, acrescentando que sofrem de falta de comida devido ao bloqueio do movimento entre a capital e o campo.

A polícia cercou a área do campo para impedir os tumultos se espalhem pelo país. A organização internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) afirmou que foram para a região de Mayo para atender feridos caso haja mais violência.

No entanto, outras entidades não conseguem ter acesso à região. Ahmed Abdel Rahman, da agência nacional SUDO, afirmou ter feito um pedido de urgência ao governo para que os agentes tenham acesso à região e possam ajudar os que precisam de cuidados médicos e alimentos.

"Os hospitais estão cheios, eles não conseguem atender tantos feridos", afirmou. "Nós queremos atuar nos campos... fora de cartum, porque a população não consegue chegar aos hospitais e não tem acesso a medicamentos".

Com agências internacionais

Especial
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