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06/08/2005 - 02h19

Imprensa russa vê semelhanças entre submarino preso e "Kursk"

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da Folha Online

A frota russa, envolvida em uma corrida contra o tempo para salvar os sete marinheiros presos desde a última quinta-feira em um submarino no litoral de Kamtchatka (costa do Pacífico), no extremo leste da Rússia, está tão mal preparada para realizar o resgate como quando ocorreu o naufrágio do "Kursk", em 2000, estima neste sábado o jornal "Kommersant".

"A organização dos trabalhos de resgate do AS-28 lembra muito o que ocorreu com o submarino 'Kursk' [...]. Como há cinco anos, o alto comando da frota russa não comunicou o acidente de imediato e depois disse que a tripulação tinha ar e comida suficientes, e que estava mantendo um contato estável", destaca o jornal financeiro.

"Ao mesmo tempo, como no caso do 'Kursk', a verdadeira operação de resgate começou mais de 24 horas após o acidente", destaca o "Kommersant". "Nos dois casos, a frota russa não estava preparada para realizar uma operação de resgate por falta de especialistas e material adequados".

O minissubmarino russo AS-28, que está submerso a uma profundidade de 190 metros no mar na península de Kamchatcka, está preso a cabos da antena de vigilância costeira, afirmaram autoridades russas. Segundo o almirante Victor Fedorov, comandante da Frota do Pacífico da Rússia, o novo fato complica o resgate, já que as equipes terão "que erguer não só o minissubmarino mas todo o sistema".

"A antena está presa ao fundo do mar por uma âncora de 60 toneladas. Para que a imersão seja possível, é necessária a explosão da âncora, para retirar o sistema do oceano", afirmou o almirante.

Caso a explosão seja bem-sucedida, navios da Marinha russa arrastariam o minissubmarino para um banco de areia a cerca de 15 quilômetros de distância, e, em seguida, o rebocariam até a superfície.

Segundo Fedorov, o cabo da antena já foi preso. "Os tripulantes do submarino acompanham de perto a operação". Em um primeiro momento, as autoridades russas haviam informado que o minissubmarino ficara preso a uma rede de pesca.

Anteriormente, equipes de resgate chegaram a capturar o submarino e movê-lo mas ele escapou de volta para o fundo do mar. "Nós o movemos por cerca de cem metros em direção à costa, mas a velocidade não era suficiente", afirmou o almirante.

Oxigênio

A Marinha afirma que o minissubmarino efetuava uma simulação de resgate. Rumores, entretanto, dão conta de que o AS-28 realizava "operações secretas".

Segundo Fedorov, a tripulação presa no submarino passa bem. "Acabamos de receber um comunicado do submarino. Os tripulantes se encontram bem", afirmou. De acordo com o almirante, as reservas de oxigênio são suficientes para ao menos 18 horas. Anteriormente, ele havia afirmado que o oxigênio duraria dois dias.

A temperatura a bordo do submarino é de apenas 5 graus centígrados, mas os tripulantes possuem trajes térmicos. Em último caso, a Marinha considera alçar o submarino alguns metros acima, permitindo assim que mergulhadores resgatem os tripulantes, operação considerada arriscada.

A mudança de tática de resgate foi feita nesta sexta-feira. Nas primeiras 30 horas após o encalhe, oficiais da Marinha tentaram --sem sucesso-- tirar a rede que prende o propulsor do submarino.

Acidente

O acidente aconteceu quase cinco anos depois que o submarino nuclear Kursk afundou no mar de Barents, após a explosão de um torpedo defeituoso, em agosto de 2000, matando 118 marinheiros.

Esse foi o mais grave acidente na história da Marinha russa. Na ocasião, o presidente russo, Vladimir Putin, foi duramente criticado, porque não quis interromper suas férias para visitar o local do naufrágio.
O AS-28 foi construído em 1989, e tem cerca de 13,5 metros de comprimento e 5,7 metros de largura. De acordo com a Marinha, apenas três pessoas podem ocupar a embarcação, e o fim rápido do oxigênio --previsto para durar cinco dias inicialmente-- será causado pelo número muito superior de tripulantes que está no submarino.

A Marinha russa conta com quatro minissubmarinos como o AS-28, de 13 metros de comprimento e 5,7 metros de altura, que foram desenhados para resgatar tripulações de submarinos de guerra.

Com France Presse e agências internacionais

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