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19/09/2000
-
18h49
France Presse
de Lima (Peru)
O anúncio de que haverá eleições gerais no Peru em março de 2001 amenizou parcialmente a incerteza que reina no país depois do aumento da tensão, ontem, com o silêncio do governo e as informações contraditórias sobre o destino do assessor de inteligência da presidência, Vladimiro Montesinos.
No Palácio de Governo, o presidente Alberto Fujimori tratou de um projeto de lei orientado para encurtar o mandato presidencial de cinco para um ano.
Ele pretende enviá-lo logo ao Congresso, o que permitiria a rápida realização de eleições, sem a participação dele próprio como candidato.
O presidente teria começado ao meio-dia uma reunião ministerial para analisar um pacote de iniciativas com esse fim.
"As eleições podem ser em março", disse à noite o ministro da Justiça, Alberto Bustamante, sublinhando que o governo já desistiu de fazer uma consulta para que os peruanos decidam sobre esse encurtamento do período presidencial.
O objetivo é que o novo presidente e o novo Congresso se instalem em 28 de julho de 2001, dia da festa nacional peruana.
O anúncio é o primeiro elemento novo depois da mensagem de Fujimori no sábado, e foi tomado com prudência por setores da oposição que exigiam definições para essa situação de crise.
Os Estados Unidos encorajam o Peru a "regressar rapidamente" para um regime plenamente democrático e pediram às Forças Armadas peruanas apoiarem o processo, considerando que a marcha a se seguir deve ser decidida pelos próprios peruanos.
Também a missão especial da OEA para o Peru apelou ao governo para solucionar logo o impasse gerado pela denuncia contra Montesinos, a fim de que se restitua o diálogo entre governo e a oposição, apoiado pelo organismo interamericano.
Nesse aspecto a oposição mantém firme o propósito de prender e julgar Montesinos antes de reiniciar as negociações. Os parlamentares opositores reiteraram que não participarão de sessões do Congresso enquanto Montesinos não for processado judicialmente.
O chefe opositor e ex-candidato presidencial, Alejandro Toledo, prega a formação de um governo de emergência e transição, dirigido por uma personalidade respeitável, para que se convoque eleições em quatro meses. Ele acha que Fujimori deveria renunciar.
O argumento é de que o Peru vive atualmente numa situação extraordinária e que, por isso, as soluções também devem ser extraordinárias, com medidas excepcionais.
O clima político no Peru segue provocando reações: Wall Street quer uma "transição suave", outros, como o jornal "The New York Times", dizem em editorial que "as eleições deveriam ser realizadas em semanas" e supervisionadas pela OEA.
Leia mais notícias internacionais na Folha Online
Leia texto do colunista Marcio Aith sobre o tema
Clique aqui para ler especial sobre o governo Fujimori
Anúncio de eleições em 2001 ameniza situação no Peru
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de Lima (Peru)
O anúncio de que haverá eleições gerais no Peru em março de 2001 amenizou parcialmente a incerteza que reina no país depois do aumento da tensão, ontem, com o silêncio do governo e as informações contraditórias sobre o destino do assessor de inteligência da presidência, Vladimiro Montesinos.
No Palácio de Governo, o presidente Alberto Fujimori tratou de um projeto de lei orientado para encurtar o mandato presidencial de cinco para um ano.
Ele pretende enviá-lo logo ao Congresso, o que permitiria a rápida realização de eleições, sem a participação dele próprio como candidato.
O presidente teria começado ao meio-dia uma reunião ministerial para analisar um pacote de iniciativas com esse fim.
"As eleições podem ser em março", disse à noite o ministro da Justiça, Alberto Bustamante, sublinhando que o governo já desistiu de fazer uma consulta para que os peruanos decidam sobre esse encurtamento do período presidencial.
O objetivo é que o novo presidente e o novo Congresso se instalem em 28 de julho de 2001, dia da festa nacional peruana.
O anúncio é o primeiro elemento novo depois da mensagem de Fujimori no sábado, e foi tomado com prudência por setores da oposição que exigiam definições para essa situação de crise.
Os Estados Unidos encorajam o Peru a "regressar rapidamente" para um regime plenamente democrático e pediram às Forças Armadas peruanas apoiarem o processo, considerando que a marcha a se seguir deve ser decidida pelos próprios peruanos.
Também a missão especial da OEA para o Peru apelou ao governo para solucionar logo o impasse gerado pela denuncia contra Montesinos, a fim de que se restitua o diálogo entre governo e a oposição, apoiado pelo organismo interamericano.
Nesse aspecto a oposição mantém firme o propósito de prender e julgar Montesinos antes de reiniciar as negociações. Os parlamentares opositores reiteraram que não participarão de sessões do Congresso enquanto Montesinos não for processado judicialmente.
O chefe opositor e ex-candidato presidencial, Alejandro Toledo, prega a formação de um governo de emergência e transição, dirigido por uma personalidade respeitável, para que se convoque eleições em quatro meses. Ele acha que Fujimori deveria renunciar.
O argumento é de que o Peru vive atualmente numa situação extraordinária e que, por isso, as soluções também devem ser extraordinárias, com medidas excepcionais.
O clima político no Peru segue provocando reações: Wall Street quer uma "transição suave", outros, como o jornal "The New York Times", dizem em editorial que "as eleições deveriam ser realizadas em semanas" e supervisionadas pela OEA.
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