15/08/2005 - 21h35

Atraso em Constituição não afetará democracia no Iraque, diz Rice

da EFE, em Washington

A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmou nesta segunda-feira que o adiamento da Constituição iraquiana não atrapalhará os esforços iraquianos pela democratização do país.

Os líderes iraquianos fracassaram nesta segunda-feira em seus esforços para entregar ao Parlamento a minuta da Constituição, o que obrigou a câmara a estender o prazo por uma semana.

No entanto, Rice e a Casa Branca justificaram o atraso, dizendo que as questões discutidas são complexas e precisam de um maior debate.

"Estamos presenciando o avanço da democracia no Iraque", disse a secretária de Estado em entrevista coletiva, ao se referir à decisão tomada pelos políticos iraquianos.

"Também estamos confiantes de que eles concluirão o processo com o qual os líderes iraquianos se comprometeram", acrescentou.

Rice disse ainda que o adiamento da apresentação está totalmente dentro da lei. "Com as eleições de janeiro, a formação de um Governo e o processo de redação de uma Constituição o país já demonstrou seu compromisso com um novo Iraque, baseado na vigência da lei. Estamos presenciando uma nova democracia no Iraque", afirmou.

Depois, em entrevista coletiva, a secretária de Estado reconheceu que os assuntos em discussão são difíceis e "os líderes iraquianos acham que precisam de mais tempo para analisá-los".

"Trata-se de um documento de enorme importância. São pessoas que estão tentando construir um futuro após décadas de tirania. Estão tentando juntar opiniões", disse.

Esforços

Quase paralelamente, a Casa Branca divulgou uma declaração do presidente dos EUA, George W. Bush, concordando que as questões em discussão são complexas.

Os esforços dos líderes iraquianos "são um reconhecimento à democracia e um exemplo de que os problemas difíceis podem ser resolvidos mediante o debate, a negociação e a transação", disse.

"Aplaudo os heróicos esforços dos negociadores iraquianos e aprecio seu trabalho para resolver as questões pendentes através da negociação e do diálogo", diz Bush na declaração.

Após uma tensa jornada de negociações, o presidente do Parlamento iraquiano, Hachem al Hassani, foi obrigado a anunciar que o processo de transição estava adiado até 22 de agosto. "O adiamento será de uma semana", anunciou al Hassani aos jornalistas.

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