20/09/2000 - 03h46

Entidades e igreja peruana exigem solução para a crise

das agências internacionais

Vários setores da sociedade peruana, inclusive a Igreja Católica, exigiram ontem medidas efetivas para a solução da crise no país.

O Colégio de Advogados de Lima (CAL) chegou até a pedir a renúncia do presidente Alberto Fujimori. Ele afirmaram que, sem a alteração da Carta Magna peruana, essa medida é a única forma para que sejam convocadas novas eleições gerais no país antes do fim de seu mandato.

Os parlamentares Jorge del Castillo e Henry Pease, da oposição, também exigiram o afastamento do presidente.

O bloco da oposição quer que Fujimori deixe o poder e que seja instalado um governo de transição. Forma-se, aos poucos, um consenso na figura do ouvidor-geral do país, Jorge Santistevan, como o mais adequado para um regime transitório.

Montesinos

O congressista peruano Rafael Rey, líder do movimento de oposição Avancemos, pediu que Fujimori destituísse oficialmente seu assessor, Vladimiro Montesinos, e baixasse uma norma desativando o SIN (serviço secreto peruano). O presidente ainda não declarou a extinção do poderoso órgão de espionagem chefiado por Montesinos.

"Foi um anúncio presidencial, mas, no Peru, as coisas necessitam de normas publicadas no diário oficial", disse Reyes.

As Forças Armadas ainda não se manifestaram sobre o anúncio de que haverá novas eleições.

O presidente da Conferência Episcopal Peruana, Luis Bambarén, pediu
ontem uma punição exemplar para Montesinos. "Não posso tolerar em meu coração, como bispo e como peruano, que haja delito impunes." O religioso acrescentou que "toda a sociedade do Peru está esperando uma sanção exemplar, conforme a lei, para o corruptor e para o corrompido".

Temor internacional

O ministro espanhol de Assuntos Exteriores, Josep Piqué, expressou ontem "inquietude" do governo da Espanha quanto à situação no Peru. Ele fez um apelo para que todas as partes implicadas evitem o risco de uma "fratura social".

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