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19/08/2005 - 16h28

Artigo: A retirada israelense de Gaza

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MOHAMAD SAMI El KADRI
especial para a Folha Online

Estamos assistindo na televisão a um verdadeiro "espetáculo" com a retirada de colonos judeus da faixa de Gaza.

Em 1948, a ONU (Organização das Nações Unidas) decide dividir a Palestina em dois Estados: judeu e palestino. O Estado Judeu vem com a criação do Estado de Israel. E o Estado palestino não saiu no papel.

O que era dos palestinos por direito transformou-se em reivindicação. Sharon [Ariel, premiê de Israel] implementa uma política de segregação em que os palestinos são submetidos às mais cruéis formas de perseguição, usurpação e massacres. Ele procura dilacerar a resistência palestina, como o cerco a Arafat [Iasser, líder palestino morto em novembro passado] e ataques sistemáticos aos territórios ocupados, minando a tão precária economia palestina. Destrói casas, assassina lideres palestinos, toma terras produtivas e, por fim, causa um colapso na vida do povo palestino.

O que muda para os palestinos com a retirada dos colonos judeus de Gaza? Apenas e tão somente a devolução de uma ínfima parte de seu território.

Mas Sharon faz disso um espetáculo, em que mais de 7.000 jornalistas participam da cobertura da retirada podendo passar para o mundo a imagem de que ele, Sharon , estaria ajudando os palestinos.

O que se questiona é: Até quando o mundo continuará assistindo à construção do "murro da vergonha" [barreira que Israel constrói sob alegação de se proteger contra terroristas palestinos. Já os palestinos classificam a barreira como um ato separatista. Tal construção é reprovada, inclusive, pela comunidade internacional] sem tomar providências para acabar com ele? Quando as condenações na ONU terão efeitos contra Israel? Que espetáculo é esse que mostra 15 mil colonos judeus chorando e ocultam mais de 2 milhões de palestinos vivendo segregados em guetos?

Mohamad Sami El Kadri é presidente da Associação Islâmica de São Paulo
 

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