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21/08/2005
-
22h37
da France Presse, em Jerusalém
Depois de ter sido despejado de sua casa da colônia de Neve Dekalim,Mordechai Better, 51, foi com a família para um quarto de hotel de Jerusalém e passou a procurar, com outros moradores de Gaza que tiveram que deixar a região devido ao plano de retirada, a forma de encontrar um novo lugar para viver.
"Somos refugiados sem trabalho, sem casa e sem futuro", diz Better, que chegou a Jerusalém na quarta-feira (17), procedente de Neve Dekalim com a mulher e os quatro filhos.
O clima austero do hotel Caesar de Jerusalém contrasta com o da casa familiar de 160 metros quadrados que será destruída nos próximos dias.
Instalado desde 1982 na faixa de Gaza, Better dirigia os serviços educativos do conselho regional do território. "Estou em um beco sem saída. Não vejo nada no final do túnel. Procuramos soluções para reconstruir o que [o primeiro-ministro Ariel] Sharon destruiu", disse o colono. A referência a Sharon foi feita por ele ser o autor do plano de retirada.
A seu lado, sua mulher Tamar não consegue ocultar a tristeza. "Não acreditamos até o último momento", diz.
O casal parece exausto pelo sono perdido dos últimos dias, depois de ter deixado a comodidade da casa familiar. Os meninos estão em um quarto contíguo, onde recebem a visita de psicólogos que tentam reduzir ao máximo seus traumas.
Adaptação
Em um hotel vizinho, meia centena de famílias foram recebidas nos últimos dias. Outras são esperadas ao longo da jornada.
Na recepção, particularmente barulhenta, os colonos tentam se organizar.
É preciso recuperar os móveis e outros pertences e procurar saber como conseguir um emprego e uma nova casa.
Muitos se precipitam, com o olhar agoniado, ante os grandes painéis que informam sobre atividades previstas para as crianças, os horários de oração ou a freqüência de ônibus.
Noam Herschtik, que nasceu em Neve Dekalim há 17 anos, usa ainda a camiseta azul que rasgou em sinal de luto. Com o olhar perdido, o adolescente confessa: "não tenho a menor idéia do que farei amanhã".
Sua família recusa-se a ficar nas casas de luxo que o governo põe à disposição das pessoas despejadas, ao sul de Israel.
"Nove pessoas em 90 metros quadrados é algo insuportável", explica Ilana, sua mãe.
Yigal Kaminetsky, rabino de Gush Katif (bloco de colônias da faixa de Gaza), visitou domingo vários grupos de colonos abrigados nos hotéis de todo o país. Seu discurso otimista chocava com a tristeza do ambiente.
"Destruíram nossa casa mas não destruirão nosso espírito. Estamos sem casa, sem trabalho e sem nada. Mas cairão rendidos a nossos pés", declarou.
Especial
Leia cobertura completa sobre a retirada de Gaza
Leia o que já foi publicado sobre o plano de retirada
Colonos trocam casas luxuosas por quartos de hotel em Jerusalém
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Depois de ter sido despejado de sua casa da colônia de Neve Dekalim,Mordechai Better, 51, foi com a família para um quarto de hotel de Jerusalém e passou a procurar, com outros moradores de Gaza que tiveram que deixar a região devido ao plano de retirada, a forma de encontrar um novo lugar para viver.
"Somos refugiados sem trabalho, sem casa e sem futuro", diz Better, que chegou a Jerusalém na quarta-feira (17), procedente de Neve Dekalim com a mulher e os quatro filhos.
O clima austero do hotel Caesar de Jerusalém contrasta com o da casa familiar de 160 metros quadrados que será destruída nos próximos dias.
Instalado desde 1982 na faixa de Gaza, Better dirigia os serviços educativos do conselho regional do território. "Estou em um beco sem saída. Não vejo nada no final do túnel. Procuramos soluções para reconstruir o que [o primeiro-ministro Ariel] Sharon destruiu", disse o colono. A referência a Sharon foi feita por ele ser o autor do plano de retirada.
A seu lado, sua mulher Tamar não consegue ocultar a tristeza. "Não acreditamos até o último momento", diz.
O casal parece exausto pelo sono perdido dos últimos dias, depois de ter deixado a comodidade da casa familiar. Os meninos estão em um quarto contíguo, onde recebem a visita de psicólogos que tentam reduzir ao máximo seus traumas.
Adaptação
Em um hotel vizinho, meia centena de famílias foram recebidas nos últimos dias. Outras são esperadas ao longo da jornada.
Na recepção, particularmente barulhenta, os colonos tentam se organizar.
É preciso recuperar os móveis e outros pertences e procurar saber como conseguir um emprego e uma nova casa.
Muitos se precipitam, com o olhar agoniado, ante os grandes painéis que informam sobre atividades previstas para as crianças, os horários de oração ou a freqüência de ônibus.
Noam Herschtik, que nasceu em Neve Dekalim há 17 anos, usa ainda a camiseta azul que rasgou em sinal de luto. Com o olhar perdido, o adolescente confessa: "não tenho a menor idéia do que farei amanhã".
Sua família recusa-se a ficar nas casas de luxo que o governo põe à disposição das pessoas despejadas, ao sul de Israel.
"Nove pessoas em 90 metros quadrados é algo insuportável", explica Ilana, sua mãe.
Yigal Kaminetsky, rabino de Gush Katif (bloco de colônias da faixa de Gaza), visitou domingo vários grupos de colonos abrigados nos hotéis de todo o país. Seu discurso otimista chocava com a tristeza do ambiente.
"Destruíram nossa casa mas não destruirão nosso espírito. Estamos sem casa, sem trabalho e sem nada. Mas cairão rendidos a nossos pés", declarou.
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