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21/08/2005 - 23h04

Retirada do Iraque está no centro de batalha política nos EUA

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da France Presse, em Washington

A classe política dos Estados Unidos realizou um debate neste domingo sobre a prolongada presença de suas tropas no Iraque, sem ocultar a preocupação com as perspectivas de saída do conflito, num momento em que o governo de Bagdá estuda o projeto de Constituição iraquiana.

Democratas e republicanos pediram ao presidente George W. Bush uma "estratégia de saída" dos 138.000 soldados atualmente mobilizados no Iraque, alegando que os políticos iraquianos devem assumir as responsabilidades por seu futuro.

Nos debates políticos transmitidos pelas redes de TV na manhã deste domingo, os parlamentares refletiram a crescente insatisfação da opinião pública nos Estados Unidos com a política de Bush no Iraque, e manifestaram decepção ante a escassa perspectiva de iniciar a retirada.

"Temos que começar a pensar como vamos sair de lá. Nossa intervenção já desestabilizou o Oriente Médio e, quanto mais ficarmos lá, mais durará a desestabilização", disse o senador republicano Chuck Hagel à rede de TV ABC, veterano da guerra do Vietnã.

Na rede CNN, o senador democrata Carl Levin se pronunciou na mesma linha: "Acredito que nossa mensagem aos iraquianos tem de ser a seguinte: 'Vocês precisam resolver seus assuntos políticos, não fugir deles'".

"Se não houver um acordo nesta nova Constituição, temos que considerar o estabelecimento de um cronograma de retirada", acrescentou Levin.

Constituição iraquiana

Já em Bagdá, o governo iraquiano advertiu que a apresentação da Constituição ao Parlamento, prevista para esta segunda-feira, pode ser adiada em mais uma semana. A primeira data de entrega, em 15 de agosto último, não foi cumprida por diferenças sobre a autonomia regional, o papel do islã nas leis, e o controle de recursos como o petróleo.

No sábado (20), o general americano Peter Schoomaker disse publicamente que o Pentágono [comando militar americano] tem planos de manter eventualmente cem mil efetivos americanos no Iraque por mais quatro anos.

Desde o início da invasão liderada pelos Estados Unidos em março de 2003, mais de 1.800 soldados americanos morreram no Iraque e milhares foram feridos, como parte de um conflito que custa aos contribuintes americanos muitos milhões de dólares.

O senador republicano George Allen descartou a comparação da situação no Iraque com o fracasso dos EUA no Vietnã nos anos 70 e expressou confiança no progresso de Constituição iraquiana.

"Se podem constituir uma sociedade livre e justa com esta Constituição (...), creio que isso será um ponto de referência real", disse Allen.

Uma pesquisa recente destacou que 57% dos americanos acreditam que a guerra tornou os EUA mais vulneráveis a possíveis ataques terroristas, apesar dos freqüentes argumentos de Bush.

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