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22/08/2005
-
18h04
da Folha Online
Líderes iraquianos entregaram, nesta segunda-feira, o esboço de uma nova Constituição ao Parlamento iraquiano, poucos minutos antes da meia-noite (17h de Brasília), fim do prazo para a elaboração da Carta.
O prazo inicial para a entrega do texto--que expirava na última segunda-feira --foi estendido por mais uma semana devido a divergências entre os líderes de diferentes facções religiosas.
Logo após a entrega do texto, líderes sunitas divulgaram um comunicado rejeitando a Constituição porque o comitê e o governo não conseguiram chegar a um consenso.
"Nós rejeitamos a Constituição entregue porque não entramos em acordo a respeito dela", afirmou o representante sunita Nasser al Janabi.
Embora o comunicado tenha sido divulgado depois que o Parlamento já havia recebido o texto, o anúncio é significativo porque indica que os sunitas tentarão bloquear qualquer acordo com o qual não concordem totalmente. Isso pode complicar as discussões sobre a Carta que devem acontecer nos próximos dias.
Unanimidade
O porta-voz do Parlamento, Hajim al Hassani, afirmou que há grande interesse de que seja alcançada a unanimidade a respeito da Carta, "para que a Constituição satisfaça a todos".
"Todos os grupos estarão tentando, nos próximos três dias, chegar a um acordo a respeito de alguns pontos a respeito dos quais ainda há desacordo entre os grupos", afirmou Al Hassani. "O esboço da Constituição foi recebido e agora trabalharemos para resolver os problemas que ainda existem".
Em seguida, Al Hassani deixou a sessão sem que acontecesse a aguardada votação a respeito da Constituição.
Posteriormente, ele afirmou à imprensa que as principais divergências são a respeito do federalismo, da formação de unidades federais, da menção do partido Baath --ligado ao ex-ditador Saddam Hussein-- no texto, e da divisão de poderes entre o presidente, o Parlamento e o gabinete.
Rejeição
Xiitas e curdos têm número suficiente de representantes no Parlamento para conseguir a aprovação da Carta sem o apoio dos sunitas.
No entanto, a minoria sunita ainda poderia escapar da Constituição quando ela for votada pelos iraquianos em um referendo previsto para acontecer em 15 de outubro --quando a Carta deve ser ou não ratificada.
De acordo com as leis iraquianas atuais, a Constituição será barrada se dois terços dos cidadãos de três das 18 províncias iraquianas votarem contra. Os árabes sunitas são maioria em ao menos quatro províncias.
Além disso, uma tentativa de curdos e xiitas para chegar a um acordo no Parlamento sem o apoio dos sunitas poderia causar um retrocesso na comunidade, que está à frente da insurgência, e minar os esforços americanos para começar a remover suas tropas do país em 2006.
Os curdos querem a instituição do federalismo para proteger suas três províncias no norte do Iraque. Os árabes sunitas se opõem, por receio de que os curdos queiram declarar sua independência.
Os xiitas estão divididos, com algumas facções apoiando o federalismo na esperança de construir uma região xiita no sul do país.
Com agências internacionais
Especial
Leia cobertura completa sobre o Iraque sob tutela
Leia o que já foi publicado sobre a Constituição iraquiana
Sunitas rejeitam texto de Carta entregue ao Parlamento no Iraque
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Líderes iraquianos entregaram, nesta segunda-feira, o esboço de uma nova Constituição ao Parlamento iraquiano, poucos minutos antes da meia-noite (17h de Brasília), fim do prazo para a elaboração da Carta.
O prazo inicial para a entrega do texto--que expirava na última segunda-feira --foi estendido por mais uma semana devido a divergências entre os líderes de diferentes facções religiosas.
Logo após a entrega do texto, líderes sunitas divulgaram um comunicado rejeitando a Constituição porque o comitê e o governo não conseguiram chegar a um consenso.
"Nós rejeitamos a Constituição entregue porque não entramos em acordo a respeito dela", afirmou o representante sunita Nasser al Janabi.
Embora o comunicado tenha sido divulgado depois que o Parlamento já havia recebido o texto, o anúncio é significativo porque indica que os sunitas tentarão bloquear qualquer acordo com o qual não concordem totalmente. Isso pode complicar as discussões sobre a Carta que devem acontecer nos próximos dias.
Unanimidade
O porta-voz do Parlamento, Hajim al Hassani, afirmou que há grande interesse de que seja alcançada a unanimidade a respeito da Carta, "para que a Constituição satisfaça a todos".
"Todos os grupos estarão tentando, nos próximos três dias, chegar a um acordo a respeito de alguns pontos a respeito dos quais ainda há desacordo entre os grupos", afirmou Al Hassani. "O esboço da Constituição foi recebido e agora trabalharemos para resolver os problemas que ainda existem".
Em seguida, Al Hassani deixou a sessão sem que acontecesse a aguardada votação a respeito da Constituição.
Posteriormente, ele afirmou à imprensa que as principais divergências são a respeito do federalismo, da formação de unidades federais, da menção do partido Baath --ligado ao ex-ditador Saddam Hussein-- no texto, e da divisão de poderes entre o presidente, o Parlamento e o gabinete.
Rejeição
Xiitas e curdos têm número suficiente de representantes no Parlamento para conseguir a aprovação da Carta sem o apoio dos sunitas.
No entanto, a minoria sunita ainda poderia escapar da Constituição quando ela for votada pelos iraquianos em um referendo previsto para acontecer em 15 de outubro --quando a Carta deve ser ou não ratificada.
De acordo com as leis iraquianas atuais, a Constituição será barrada se dois terços dos cidadãos de três das 18 províncias iraquianas votarem contra. Os árabes sunitas são maioria em ao menos quatro províncias.
Além disso, uma tentativa de curdos e xiitas para chegar a um acordo no Parlamento sem o apoio dos sunitas poderia causar um retrocesso na comunidade, que está à frente da insurgência, e minar os esforços americanos para começar a remover suas tropas do país em 2006.
Os curdos querem a instituição do federalismo para proteger suas três províncias no norte do Iraque. Os árabes sunitas se opõem, por receio de que os curdos queiram declarar sua independência.
Os xiitas estão divididos, com algumas facções apoiando o federalismo na esperança de construir uma região xiita no sul do país.
Com agências internacionais
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