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25/08/2005 - 18h09

Bush e "mãe pacifista" voltam a Crawford, para mais manifestações

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da EFE

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e a "mãe pacifista" Cindy Sheehan voltaram a Crawford, no Texas, onde estão sendo preparadas novas manifestações em apoio a suas respectivas causas e estratégias em relação ao Iraque.

"Queremos respostas" e esclarecimentos sobre "qual é a nobre causa pela qual nossos filhos morrem", disse Sheehan nesta quinta-feira em entrevista coletiva pouco depois de chegar ao acampamento que tem o nome de seu filho Casey, morto no Iraque, e que ela teve que deixar por alguns dias devido ao estado de saúde da mãe.

"Há milhões de americanos que estão conosco", disse Sheehan cercada por seus seguidores. Além disso, a ativista reiterou que não sairá das imediações do rancho do presidente, onde acampou no último dia 6, até que Bush a receba e responda todas suas perguntas.

Campanha

No entanto, Bush não parece disposto a falar com ela. Nos atos públicos do presidente nesta semana, ele disse muito claramente que entende a dor de Sheehan, mas que não tem a mesma opinião.

Nos três dias consecutivos em que esteve fora de Crawford, Bush lançou uma clara campanha para recuperar apoio a sua estratégia no Iraque, reiterando que continuará com seus planos no país.

Além disso, o presidente ressaltou que a retirada das tropas não está entre as opções, e que há outras famílias de vítimas que apóiam seu plano.

"As famílias estão com os EUA, e o país agradece ao serviço e ao sacrifício das famílias de militares", disse Bush em um discurso ontem, em Idaho, diante de um público majoritariamente de militares.

"Os EUA vivem em liberdade graças a famílias como a de (Tammy) Pruett", cujo marido e cinco filhos foram enviados ao Iraque, disse o presidente.

Após o discurso, no qual não citou Sheehan, Bush se reuniu com 68 familiares de soldados mortos no Iraque e no Afeganistão.

"Nunca disse que falava em nome de cada uma das famílias de vítimas, mas sei que falo por milhares delas", disse Sheehan nesta quinta-feira.

A ativista disse ainda que respeita as opiniões diferentes e o fato algumas pessoas se consolarem pensando que seus filhos morreram por uma causa nobre.

Respeito

No entanto, Sheehan pediu respeito a sua opinião e à de milhares de americanos que a apóiam totalmente.

Enquanto isso, alguns grupos pacifistas estão fazendo protestos em outros pontos do país, e já começaram a organizar uma campanha maior para manter e aumentar as manifestações contra a guerra depois do fim das férias de Bush em Crawford.

Os partidários do presidente também começaram a se mobilizar em uma viagem com o lema "Não fale por mim, Cindy". A campanha começou na última segunda-feira na Califórnia, e neste fim de semana chegará a Crawford, onde deve acontecer uma grande concentração no próximo sábado.

Muitos dos defensores de Bush também são militares, veteranos ou familiares de soldados que acusam a "mãe pacifista" de baixar a estima dos americanos que cumprem sua missão no Iraque, e de desonrar a memória de seu próprio filho.

Sheehan respondeu hoje às acusações, e disse que ela sabe melhor do que ninguém que seu filho a elogiaria por tentar reduzir as contínuas baixas americanas no Iraque.

Desde que começou o conflito, em março de 2003, 1.874 soldados americanos morreram e pouco mais de 14 mil ficaram feridos.

O governo Bush não planeja a retirada das tropas do Iraque e, além disso, anunciou o próximo envio de dois batalhões adicionais com cerca de 1.500 soldados.

O novo contingente tem o objetivo de reforçar a segurança no país diante do plebiscito constitucional iraquiano, previsto para o dia 15 de outubro, e das eleições convocadas para dezembro.
 

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