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26/08/2005 - 08h15

ONU pede ajuda da Síria para resolver morte de ex-premiê libanês

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da EFE, em Nova York

O Conselho de Segurança da ONU pediu nesta quinta-feira aos países, e especialmente à Síria, que cooperem para que a investigação sobre o assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafik al Hariri --morto em um atentado na capital libanesa, Beirute, ocorrido em 14 de fevereiro último, possa ser concluída o "mais rápido possível".

Os 15 membros do CS se reuniram a portas fechadas nesta quinta-feira. No encontro, o o subsecretário para Assuntos Políticos da ONU, Ibrahim Gambari, informou sobre os avanços da comissão independente que investiga o caso, liderada pelo procurador alemão Detlev Melhis.

Ao término da reunião, Gambari disse que "houve um avanço significativo no andamento da investigação", mas que achava precipitado dar detalhes sobre as descobertas porque o processo ainda não terminou.

Ele lembrou que a comissão independente, formada por 87 especialistas internacionais e 39 libaneses, foi criada em 16 de julho passado pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e que desde então só teve 70 dias para realizar suas indagações.

Ainda assim, o subsecretário afirmou que a comissão, que contou com a assistência logística e do pessoal da ONU, entrevistou 243 testemunhas e já preparou uma série de avaliações e análise mais profundas.

Síria

Após confirmar que a equipe investigadora obteve a "plena cooperação" de países como Jordânia e Israel, ele disse que não podia dizer o mesmo da Síria, cuja colaboração considerou "crucial" para completar as pesquisas.

Kenzo Oshima, Embaixador do Japão e presidente rotativo do CS, também pediu aos países e às partes que cooperem com a investigação, apesar de não ter mencionado de forma explícita o nome da Síria.

O diplomata japonês leu uma declaração em que o CS reiterava o pleno apoio aos investigadores para que os responsáveis pelo assassinato de Al Hariri possam ser identificados.

"Após considerar que a cooperação daqueles que possam possuir informação relevante relacionada com o crime com a Comissão é essencial para a investigação, os membros do Conselho reiteram sua chamada a todos os Estados e partes, especialmente àqueles que não responderam de forma adequada, a cooperar plenamente para acelerar o trabalho dos investigadores", disse Oshima.

O diplomata afirmou que a comissão poderia pedir uma extensão de mais algumas semanas para acabar com sua investigação, mas que a solicitação seria notificada por Annan no momento oportuno.

Por sua vez, o embaixador dos EUA na ONU, John Bolton, informou que "não há nenhuma dúvida de que a falta de cooperação da Síria está prejudicando o trabalho da comissão".

Ele lembrou que, apesar de Melhis ter solicitado esta cooperação em 11 de julho e 22 de agosto, nunca obteve nenhuma resposta das autoridades sírias, o que considerou "algo muito sério".

Ao lado dos EUA, a França foi o principal promotor das iniciativas no CS para que a Síria retirasse suas tropas e homens do serviço secreto do Líbano, e para criar uma comissão independente sobre as circunstâncias do assassinato de Hariri.

Resposta

O embaixador da Síria, Faisal Mekdad, disse que seu país está disposto a cooperar e que, desde o início, elogiou a criação de uma comissão investigadora independente para encontrar os autores "desse horrível ato terrorista".

Mekdad ressaltou que representantes do governo sírio se reunirão dentro de alguns dias em Genebra para discutir o nível de cooperação com a equipe de Melhis, mas antecipou que Damasco oferecerá toda a ajuda que for necessária.

"Queremos que a realidade venha à tona", ressaltou o embaixador sírio.

Muitos libaneses acusaram a Síria de instigar o atentado que matou Al Hariri. Autoridades autoridades sírias sempre negaram qualquer envolvimento.

Especial
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