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01/09/2005 - 17h33

Estádio em Nova Orleans já abriga cerca de 60 mil

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da Folha Online

Um total de 60 mil desabrigados lotam o estádio Superdome, em Nova Orleans (Louisiana), após a passagem do furacão Katrina, que devastou o sul dos Estados Unidos. O grande número de vítimas dificulta a retirada das pessoas do estádio --que está inundado e sem condições de higiene para abrigá-las.

"Este é um SOS desesperado", afirmou o prefeito da cidade, Ray Nagin, em um comunicado lido na rede de TV americana CNN.

"Neste momento, estamos sem recursos no estádio e não temos ônibus suficientes. O local está sem condições sanitárias e de segurança e os mantimentos previstos para 15 a 25 mil pessoas estão acabando", afirmou Nagin.

Ainda não há uma estimativa oficial dos mortos devido à passagem do furacão. "Não temos números. Podem ser centenas ou milhares", afirmou o senador americano Mary Landrieu. "Eu acho que será um número chocante."

Ao menos 80% dos 485 mil moradores de Nova Orleans deixaram suas casas pouco antes da chegada do Katrina à região, o que ocorreu na segunda-feira (29). Autoridades informaram que levará "meses" até que essas pessoas possam retornar. Entretanto, dezenas de milhares não tinham recursos ou condições para sair.

O Estado do Texas, que já aceitou receber cerca de 25 mil desabrigados --que serão levados em ônibus ao Astrodome-- aceitou receber mais vítimas, que devem ser encaminhadas à cidade de San Antonio, confirmou Rick Perry, do governo local, sem dar mais detalhes.

Violência

A violência tomou conta das ruas de Nova Orleans, enquanto multidões lotam o lado de fora do estádio, desesperadas para escapar da cidade inundada e do calor de 32ºC.

Episódios de violência, tiros e incêndios criminosos também complicam as operações de resgate. Na manhã desta quinta-feira os trabalhos tiveram de ser interrompidos depois que pessoas armadas atiraram contra um helicóptero militar que era utilizado no resgate de sobreviventes.

Além dos tiros que foram desferidos contra os helicópteros de resgate, relatos dão conta de atos incendiários criminosos.

AP
Multidão lota lado de fora do estádio Superdome, em Nova Orleans
Resgates com barco foram adiados devido aos riscos que envolvem e policiais estão mobilizados para impedir saques e outros crimes que são registrados na cidade.

Cerca de 5.000 membros da Guarda Nacional estão mobilizados na Louisiana. O Exército afirmou que o número poderia subir para 21 mil até amanhã e 30 mil nos próximos dias, principalmente na Louisiana e no Mississippi, mas também no Alabama.

Em toda Nova Orleans, tiros são ouvidos com freqüência e assaltantes invadem lojas, casas, hospitais e prédios públicos. Dois hospitais foram invadidos por homens portando facas e armas de fogo, segundo relato de um piloto que participa das operações de resgate na cidade.

"Nós faremos o que for necessário para manter a lei e a ordem em nossa área", afirmou a governadora da Louisiana, Kathleen Blanco, à imprensa. "Estou furiosa. Isto é intolerável".

Esforços

O presidente dos EUA, George W. Bush, afirmou nesta quarta-feira que levará anos para que o país se recupere da destruição causada pelo Katrina.

Bush nomeou seu pai, o ex-presidente George Bush, e seu antecessor, o ex- presidente Bill Clinton, para liderarem os esforços de coleta de fundos e ajuda para as vítimas do Katrina, como foi feito para responder à devastação provocada na Ásia devido a tsunami, no final de 2004.

Grande parte da cidade permanece cerca de 2,4 metros debaixo d'água e autoridades estimam que deve levar um mês para retirar a água.

Os preços da gasolina bateram recorde devido à preocupação em relação às reservas e não há previsão de quando a produção voltará ao normal. O valor do galão chegou a US$ 4 em alguma áreas do país.

O Congresso americano deve encurtar as férias de verão para aprovar uma lei de emergência de ajuda financeira para as vítimas do furacão. Segundo assessores, um pacote inicial pode girar em torno de US$ 10 bilhões.

Com agências internacionais

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