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01/09/2005
-
22h07
da Folha Online
A passagem do furacão Katrina não apenas deixou centenas de milhares de desabrigados e um número ainda desconhecido de mortos no sul dos Estados Unidos como levou violência e caos para Nova Orleans (Louisiana),
Sobreviventes foram agredidos, tiros foram disparados e helicópteros foram atingidos na cidade, que continua inundada. "Este é um SOS desesperado", afirmou o prefeito, Ray Nagin, nesta quinta-feira.
"Neste momento, estamos sem recursos no estádio e não temos ônibus suficientes. O local está sem condições sanitárias e de segurança e não há s mantimentos", afirmou Nagin.
No interior do estádio --que já abriga 60 mil-- sobreviventes demonstram cansaço, indignação e revolta com a demora na ajuda.
"Estamos aqui feito animais. Não temos ajuda", afirmou Isaac Clark, 68, do lado de fora do estádio Superdome, onde cerca de 60 mil pessoas se aglomeram à espera de resgate. Segundo Clark, os sobreviventes não receberam comida, água ou remédios.
A multidão no estádio está cada vez mais hostil. O chefe de polícia Eddie Compass afirmou que enviou 88 policiais para acalmar a situação no estádio, mas que eles tiveram de retornar ao serem recebidos por uma multidão enfurecida.
Violência
Operações de resgate tiveram que ser suspensas em áreas da cidade em que houve tiroteios. Um policial da Guarda Nacional foi ferido na perna por um tiro quando um homem tentou se apossar de seu rifle, segundo o capitão de polícia Ernie Demmo. O homem foi preso.
"Há indivíduos que foram estuprados, outros foram espancados", afirmou Compass.
Em Washington, o governo anunciou o envio de 1.400 homens da Guarda Nacional para ajudar a restabelecer a ordem na região. Outros 2.800 guardas já estão na cidade.
Henry Whitehorn, chefe da polícia de Louisiana, afirmou que autoridades já trabalham para estabelecer prisão temporária para pessoas acusadas de saques e outros crimes. "Esses indivíduos não tomarão o controle de Nova Orleans", afirmou.
"Nós faremos o que for necessário para manter a lei e a ordem em nossa área", afirmou a governadora da Louisiana, Kathleen Blanco. "Estou furiosa. Isto é intolerável".
O presidente George W. Bush defendeu "tolerância zero" para os criminosos. "Eu acho que deve haver tolerância zero para as pessoas que infringem a lei em uma situação de emergência como essa-- seja saqueando, se beneficiando da caridade alheia ou aplicando fraudes em seguradoras", afirmou Bush. "Os cidadãos têm de trabalhar juntos".
Bush deve visitar amanhã as regiões devastadas na costa do Golfo e pediu a seu pai, o ex-presidente George Bush, e seu antecessor, Bill Clinton, que liderem uma campanha de levantamento de fundos para as vítimas do Katrina.
Mortos
Ainda não há uma estimativa oficial dos mortos devido à passagem do furacão. "Não temos números. Podem ser centenas ou milhares", afirmou o senador americano Mary Landrieu. "Eu acho que será um número chocante."
Ao menos 80% dos 485 mil moradores de Nova Orleans deixaram suas casas pouco antes da chegada do Katrina à região, o que ocorreu na segunda-feira (29). Autoridades informaram que levará "meses" até que essas pessoas possam retornar. Entretanto, dezenas de milhares não tinham recursos ou condições para sair.
O Estado do Texas, que já aceitou receber cerca de 25 mil desabrigados --que serão levados em ônibus ao Astrodome-- aceitou receber mais vítimas, que devem ser encaminhadas à cidade de San Antonio, confirmou Rick Perry, do governo local, sem dar mais detalhes.
As primeiras centenas de pessoas retiradas do Superdome chegaram na manhã desta quinta-feira ao estádio de Astrodome, em Houston.
Com agências internacionais
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A passagem do furacão Katrina não apenas deixou centenas de milhares de desabrigados e um número ainda desconhecido de mortos no sul dos Estados Unidos como levou violência e caos para Nova Orleans (Louisiana),
Sobreviventes foram agredidos, tiros foram disparados e helicópteros foram atingidos na cidade, que continua inundada. "Este é um SOS desesperado", afirmou o prefeito, Ray Nagin, nesta quinta-feira.
"Neste momento, estamos sem recursos no estádio e não temos ônibus suficientes. O local está sem condições sanitárias e de segurança e não há s mantimentos", afirmou Nagin.
No interior do estádio --que já abriga 60 mil-- sobreviventes demonstram cansaço, indignação e revolta com a demora na ajuda.
"Estamos aqui feito animais. Não temos ajuda", afirmou Isaac Clark, 68, do lado de fora do estádio Superdome, onde cerca de 60 mil pessoas se aglomeram à espera de resgate. Segundo Clark, os sobreviventes não receberam comida, água ou remédios.
A multidão no estádio está cada vez mais hostil. O chefe de polícia Eddie Compass afirmou que enviou 88 policiais para acalmar a situação no estádio, mas que eles tiveram de retornar ao serem recebidos por uma multidão enfurecida.
Violência
Operações de resgate tiveram que ser suspensas em áreas da cidade em que houve tiroteios. Um policial da Guarda Nacional foi ferido na perna por um tiro quando um homem tentou se apossar de seu rifle, segundo o capitão de polícia Ernie Demmo. O homem foi preso.
"Há indivíduos que foram estuprados, outros foram espancados", afirmou Compass.
Em Washington, o governo anunciou o envio de 1.400 homens da Guarda Nacional para ajudar a restabelecer a ordem na região. Outros 2.800 guardas já estão na cidade.
AP |
Sobrevivente carrega filho no colo enquanto procura ajuda nas ruas de Nova Orleans |
"Nós faremos o que for necessário para manter a lei e a ordem em nossa área", afirmou a governadora da Louisiana, Kathleen Blanco. "Estou furiosa. Isto é intolerável".
O presidente George W. Bush defendeu "tolerância zero" para os criminosos. "Eu acho que deve haver tolerância zero para as pessoas que infringem a lei em uma situação de emergência como essa-- seja saqueando, se beneficiando da caridade alheia ou aplicando fraudes em seguradoras", afirmou Bush. "Os cidadãos têm de trabalhar juntos".
Bush deve visitar amanhã as regiões devastadas na costa do Golfo e pediu a seu pai, o ex-presidente George Bush, e seu antecessor, Bill Clinton, que liderem uma campanha de levantamento de fundos para as vítimas do Katrina.
Mortos
Ainda não há uma estimativa oficial dos mortos devido à passagem do furacão. "Não temos números. Podem ser centenas ou milhares", afirmou o senador americano Mary Landrieu. "Eu acho que será um número chocante."
Ao menos 80% dos 485 mil moradores de Nova Orleans deixaram suas casas pouco antes da chegada do Katrina à região, o que ocorreu na segunda-feira (29). Autoridades informaram que levará "meses" até que essas pessoas possam retornar. Entretanto, dezenas de milhares não tinham recursos ou condições para sair.
O Estado do Texas, que já aceitou receber cerca de 25 mil desabrigados --que serão levados em ônibus ao Astrodome-- aceitou receber mais vítimas, que devem ser encaminhadas à cidade de San Antonio, confirmou Rick Perry, do governo local, sem dar mais detalhes.
As primeiras centenas de pessoas retiradas do Superdome chegaram na manhã desta quinta-feira ao estádio de Astrodome, em Houston.
Com agências internacionais
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