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16/09/2005 - 14h55

Eleições alemãs definirão modelo de reformas sociais

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da EFE, em Berlim

A Alemanha realiza neste domingo (18) eleições antecipadas em que os eleitores deverão escolher entre vários modelos de reformas, essencialmente entre o do atual chanceler e candidato à reeleição, o social-democrata Gerhard Schröder, e o da principal candidata da oposição, a democrata-cristã Angela Merkel.

Exceto pelo Partido da Esquerda, formado pelos herdeiros dos comunistas da ex-Alemanha Oriental, e por dissidentes do Partido Social Democrata (SPD), todos os partidos com chances de entrar no Bundestag (Parlamento) defendem de forma mais ou menos aberta reformas sociais mais ou menos radicais.

O programa de Schröder, a Agenda 2010, detonou o adiantamento das eleições, que o governante social-democrata apresentou como uma espécie de referendo sobre o plano.

Em maio, Schröder propôs adiantar as eleições, que deveriam ser realizadas no segundo semestre de 2006, após a última de uma série de derrotas em eleições regionais em um estado federado com muita tradição de movimento de trabalhadores e, até então, um bastião social-democrata: Renânia do Norte-Vestfália.

Apesar de estar em andamento e ser considerado "irreversível", o chanceler constatou que seu plano de reformas não gozava do apoio de seu partido e decidiu colocar nas mãos dos cidadãos, pelas eleições antecipadas, o futuro da Agenda 2010.

Sem apoio

O setor de esquerda de seu partido estava cada vez mais reticente a apoiar as reformas. Membros do SPD criaram um partido alternativo e militantes protestavam na rua.

A mudança mais polêmica era o chamado Hartz 4º, a reforma trabalhista pela qual o subsídio ao desemprego crônico fica restrito a uma ajuda social.

Schröder entrou em campanha para defender as reformas já realizadas nos campos trabalhista, tributário e da saúde. Ele também quer o sinal verde dos cidadãos para outros projetos: flexibilizar os acordos coletivos, reduzir o imposto sobre sociedades, reformar as caixas de previdência.

Contra o chanceler, pesa o fato de que, apesar das reformas, o desemprego continua grande e o déficit também.

Uma pesquisa divulgada hoje pelo governo --que lembra que Schröder iniciou o processo de reformas na Alemanha-- mostra, no entanto, que 73% dos alemães acham que o país precisa de mudanças para se manter competitivo e enfrentar a evolução demográfica.

Os cidadãos têm a possibilidade de optar pelo modelo de reformas que defendem a União Democrata Cristã (CDU), de Merkel, ou seus potenciais parceiros de coalizão, o Partido Liberal (FDP).

propostas

A CDU propõe, entre outras coisas, reduzir o imposto sobre a renda para 12% (o menor) e a 39% (o maior). Atualmente é de 15% a 42%, o que já representa 10 pontos a menos que quando Schröder chegou ao poder em 1998. Também pretende aumentar em dois pontos o Imposto sobre o Valor Agregado (IVA), dos atuais 16% para 18%.

Em matéria sanitária, os conservadores defendem uma cota única e o FDP a privatização total.

Tanto o SPD como a CDU defendem um sistema de ajuda às famílias. Mas, enquanto os conservadores propõem subsídios diretos --isenções fiscais e outras bonificações--, os social-democratas querem também uma ampliação da oferta de creches e do horário escolar para favorecer a mulher trabalhadora.

As últimas sondagens indicam que os social-democratas não têm maioria para formar Governo com seu atual parceiro de coalizão, os Verdes, e eventualmente com o Partido de Esquerda ou com o FDP. O mesmo acontece com a CDU com os liberais.

Mas tanto Schröder como Merkel insistem que não há consenso para criar uma grande coalizão entre os dois partidos, única aliança que, de acordo com as sondagens, teria maioria.

A última pesquisa publicada nesta sexta-feira pelo Instituto Forsa indica que a CDU obteria entre 41 e 43% dos votos, o SPD entre 32% e 34%, os Verdes entre 6 e 7%, o FDP entre 7 e 8%, e o Partido de Esquerda entre 7 e 8%. Os indecisos são 25%.

A campanha se tornou uma troca de acusações: o SPD e os Verdes afirmam que a CDU e o FDP ignoram em seu programa de reformas os preceitos da solidariedade, e a oposição conservadora contra-ataca acusando o governo de esconder dos eleitores seus planos de cortes.

O Partido da Esquerda se apresenta como o defensor de todos aqueles que querem voltar ao sistema social anterior às reformas.

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