Publicidade
Publicidade
20/09/2005
-
12h59
da France Presse, em Viena
Simon Wiesenthal, que morreu nesta terça-feira, em Viena, aos 96 anos, perseguiu durante toda a vida os criminosos nazistas e conseguiu colocar à disposição da Justiça mais de mil pessoas, com destaque para Adolf Eichmann, executor da chamada "solução final", de Adolf Hitler, para o povo judeu.
Mundialmente conhecido como o "caçador de nazistas", Wiesenthal criou seu Centro de Documentação Judaica"O que fiz foi pelos os jovens e pelos que morreram porque continuei com vida, e este privilégio implica um dever", comentou certa vez o sobrevivente do campo de extermínio de Mathausen (Áustria). Com este objetivo, depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), criou um centro de informações sobre criminosos nazistas, ponto de partida da caça aos nazistas.
O rabino Marvin Hier, decano e fundador do Centro Simon Wiesenthal em Los Angeles (Califórnia, Estados Unidos), uma organização não-governamental de defesa dos direitos humanos, descreveu Wiesenthal como "a consciência do Holocausto", em um comunicado.
Arquitetura
Nascido em 31 de dezembro de 1908, em Buczacz, situado na Galícia (Província do império austro-húngaro, hoje Polônia), que abandonou aos sete anos por causa da presença dos cossacos, Wiesenthal estudou arquitetura em Lemberg (Lwow, cidade da Galícia que passou a fazer parte da antiga União Soviética, em 1945) e, depois, em Praga (República Tcheca).
A chegada das tropas hitlerianas atormentou sua vida. Preso em 1941, foi internado em cinco campos de concentração, entre eles Buchenwald e Mathausen, de onde sairia no dia 5 de maio de 1945.
Wiesenthal passou a viver em Linz (Áustria) --a apenas poucos metros da família de Eichmann.
Ele encontrou a pista que levaria a Eichmann depois de anos de perseguição, o que possibilitou o seqüestro do nazista em Buenos Aires, em 1960, por parte do serviço secreto de Israel.
Em 1947, funda em Linz, ao oeste de Viena, um Centro de Documentação responsável por compilar informações sobre o destino dos judeus e de seus torturadores. Em boa parte graças a seu trabalho, em 1961, Eichmann foi levado à Justiça, assim como outros 1.100 criminosos nazistas.
Depois da execução de Eichmann em Israel, em 31 de maio de 1962, Wiesenthal transfere para Viena o centro, que também se propõe a combater o anti-semitismo e todas as formas de preconceitos e revisionismo. "Os assassinos da memória preparam as condições para os assassinatos de amanhã", explicava.
Livro
Em "Justiça não é Vingança", sua autobiografia publicada em 1989, o "caçador de nazistas" se esforça para mostrar como, incansavelmente, perseguiu e desmascarou os criminosos, com suas novas identidades, em todo o mundo.
Apenas uma vez, explica no livro, teve vontade de deixar a legalidade de lado e aplicar a pena de talião ao descobrir, entre os documentos de um nazista, a foto de um menino judeu pendurado pelos testículos.
Porém, aquele que quis "viver pelos mortos", também viveu para os vivos, em particular aos refugiados de países do Leste Europeu.
Quase 8.000 pessoas passaram pelos centros construídos por Wiesenthal.
Premiado em várias ocasiões, Wiesenthal também tinha detratores. Alguns o acusaram de dificultar a busca e envio à Justiça de personagens como o ex-presidente austríaco e secretário-geral da ONU Kurt Waldheim.
Como justificativa, Wiesenthal argumentou que sua proposta era a de caçar os criminosos de guerra e Waldheim, criticado por seu passado no Exército hitleriano, não era um deles.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Simon Wiesenthal
Leia o que já foi publicado sobre o Adolf Eichamnn
Leia o que já foi publicado sobre o Holocausto
Veja galeria de imagens de Simon Wiesentahl
Wiesenthal dedicou sua vida às vítimas do Holocausto
Publicidade
Simon Wiesenthal, que morreu nesta terça-feira, em Viena, aos 96 anos, perseguiu durante toda a vida os criminosos nazistas e conseguiu colocar à disposição da Justiça mais de mil pessoas, com destaque para Adolf Eichmann, executor da chamada "solução final", de Adolf Hitler, para o povo judeu.
EFE |
Simon Wiesenthal, ao receber título de doutor honoris causa em Praga, em abril de 1997 |
O rabino Marvin Hier, decano e fundador do Centro Simon Wiesenthal em Los Angeles (Califórnia, Estados Unidos), uma organização não-governamental de defesa dos direitos humanos, descreveu Wiesenthal como "a consciência do Holocausto", em um comunicado.
Arquitetura
Nascido em 31 de dezembro de 1908, em Buczacz, situado na Galícia (Província do império austro-húngaro, hoje Polônia), que abandonou aos sete anos por causa da presença dos cossacos, Wiesenthal estudou arquitetura em Lemberg (Lwow, cidade da Galícia que passou a fazer parte da antiga União Soviética, em 1945) e, depois, em Praga (República Tcheca).
A chegada das tropas hitlerianas atormentou sua vida. Preso em 1941, foi internado em cinco campos de concentração, entre eles Buchenwald e Mathausen, de onde sairia no dia 5 de maio de 1945.
Wiesenthal passou a viver em Linz (Áustria) --a apenas poucos metros da família de Eichmann.
Arquivo/Reuters |
Adolf Eichmann, durante seu julgamento em Israel, em que foi condenado à morte |
Em 1947, funda em Linz, ao oeste de Viena, um Centro de Documentação responsável por compilar informações sobre o destino dos judeus e de seus torturadores. Em boa parte graças a seu trabalho, em 1961, Eichmann foi levado à Justiça, assim como outros 1.100 criminosos nazistas.
Depois da execução de Eichmann em Israel, em 31 de maio de 1962, Wiesenthal transfere para Viena o centro, que também se propõe a combater o anti-semitismo e todas as formas de preconceitos e revisionismo. "Os assassinos da memória preparam as condições para os assassinatos de amanhã", explicava.
Livro
Em "Justiça não é Vingança", sua autobiografia publicada em 1989, o "caçador de nazistas" se esforça para mostrar como, incansavelmente, perseguiu e desmascarou os criminosos, com suas novas identidades, em todo o mundo.
Apenas uma vez, explica no livro, teve vontade de deixar a legalidade de lado e aplicar a pena de talião ao descobrir, entre os documentos de um nazista, a foto de um menino judeu pendurado pelos testículos.
Porém, aquele que quis "viver pelos mortos", também viveu para os vivos, em particular aos refugiados de países do Leste Europeu.
Quase 8.000 pessoas passaram pelos centros construídos por Wiesenthal.
Premiado em várias ocasiões, Wiesenthal também tinha detratores. Alguns o acusaram de dificultar a busca e envio à Justiça de personagens como o ex-presidente austríaco e secretário-geral da ONU Kurt Waldheim.
Como justificativa, Wiesenthal argumentou que sua proposta era a de caçar os criminosos de guerra e Waldheim, criticado por seu passado no Exército hitleriano, não era um deles.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice