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29/09/2005 - 11h52

Greve geral paralisa várias regiões da Índia

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da Efe, em Nova Déli

Várias regiões da Índia ficaram paralisadas nesta quinta-feira, assim como parte do sistema de transporte aéreo e dos bancos do país, devido a uma greve convocada por sete sindicatos nacionais e setenta setoriais em protesto contra a política econômica do governo e as privatizações.

Gautam Singh/AP
Casal caminha com malas em estação de Bangalore durante greve geral na Índia
Cerca de 10 milhões de trabalhadores aderiram à greve, que atingiu as atividades industrial e comercial por todo o país. A greve, principalmente nos serviços aéreos e bancários, marca o descontentamento das categorias com a política econômica do governo, que inclui a privatização de empresas públicas rentáveis, a abertura dos mercados ao capital estrangeiro e a flexibilização da legislação trabalhista.

Durante o dia, centenas de pessoas se manifestaram em frente aos bancos e aos aeroportos do país. Não foram registrados incidentes.

Sindicatos

O secretário-geral do Centro de Sindicatos Indianos, M.K. Pandhe, afirmou que foi "uma advertência ao governo". Alertou ainda que, se as políticas não forem revistas, os sindicatos terão de realizar "ações maiores e greves mais longas podem ser convocadas".

O Sindicato Conjunto de Empregados de Aeroportos tenta evitar a privatização dos aeroportos de Nova Déli e Mumbai (Bombaim). De acordo com a entidade, 30 mil funcionários participaram da paralisação, e vários vôos foram atrasados ou cancelados.

"A greve foi um sucesso absoluto", disse à imprensa Nitin Jadhav, secretário-adjunto do sindicato. Ele explicou que a greve não é por seus interesses, mas para "destacar os efeitos negativos da privatização".

O secretário-geral do sindicato, M.K. Doshal, contou que, em Nova Déli, "a cada hora há 50 aterrissagens e decolagens mas, desde o início da greve, só houve duas ou três por hora".

Na noite de ontem, o sindicato decidiu reduzir a duração de 24 para 12 horas de paralisação para evitar um possível caos e provocar menos incômodo aos viajantes.

Policiamento

Cerca de 3.000 soldados da Força Aérea do Exército e da Marinha estão nos principais aeroportos da Índia para garantir a segurança e impedir incidentes violentos.

A greve foi mais ampla nos estados de Bengala Ocidental, no leste do país, e o de Kerala, no sul, governados pela esquerda. O aeroporto de Calcutá, capital de Bengala Ocidental, foi fechado. Não se registrou tráfego rodoviário, nem de trens, e as lojas, escritórios, colégios e universidades não funcionaram.

No Estado turístico de Kerala, tanto os ônibus estaduais quanto os públicos pararam hoje. As atividades empresariais e industriais não funcionaram, de acordo com a agência indiana PTI.

A greve também teve ampla adesão em Assam, no nordeste do país. A região ficou praticamente sem comunicação aérea. Na zona industrial de Gurgaon, próxima a Nova Déli, 85% das fábricas fecharam suas portas.

Bancos

Os sindicatos dos setores bancário e de seguros também paralisaram as atividades por 24 horas em protesto contra a privatização de bancos. Aproximadamente um milhão de trabalhadores aderiram, segundo a agência de notícias Ians.

Peter Fernandez, secretário da Confederação de Bancos da Índia, um dos oito sindicatos do setor que convocaram a greve, disse que "a resposta é melhor do que se esperava", pois todos os empregados de bancos públicos participaram, assim como alguns trabalhadores de bancos privados.

O ministro das Finanças P. Chidambaram, disse que as perdas provocadas pela greve são "mínimas", embora tenha reconhecido que "os usuários dos bancos e companhias seguradoras sofrerão algum incômodo" por causa da greve.

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