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30/09/2005 - 11h26

Repórter do "NYT" faz acordo, sai da prisão e depõe sobre a CIA

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da Folha Online

Judith Miller, repórter americana do jornal "The New York Times", que estava detida desde 6 de julho passado em uma prisão federal na Virgínia por se negar a revelar suas fontes e colaborar com uma investigação da CIA [agência de inteligência americana] foi solta nesta quinta-feira sob acordo, e já se apresentou nesta sexta-feira a uma corte federal americana.

Miller foi libertada após passar mais 12 semanas na prisão, sob um acordo realizado entre seus advogados e a Procuradoria americana, e chegou nesta sexta-feira pela manhã em Washington, para testemunhar em uma investigação especial movida por procuradores americanos para descobrir quem teria informado a repórteres sobre a ligação de Valerie Plame --ex-mulher do embaixador americano Joseph Wilson-- com a CIA, em 2003.

Naquele ano, Miller teria conversado várias vezes com Lewis Libby, chefe da equipe do vice-presidente americano, Dick Cheney. Inicialmente, ele se recusara a depor em um júri de instrução, que poderia revelar qual funcionário do governo do presidente americano, George W. Bush, revelara a identidade de Plame.

De acordo com o "New York Times", sua decisão em testemunhar no caso depois que Libby --sua fonte-- que "voluntária e pessoalmente" disse que a repórter não mais estava ligada ao compromisso de confidencialidade "a respeito das conversas" quem ambos mantiveram naquele ano.

A repórter compareceu nesta sexta-feira ao tribunal acompanhada do advogado Robert Bennett, e de alguns colegas que trabalham com ela no jornal.

O vazamento da informação pode, ainda, levar funcionários do governo a serem acusados criminalmente. Nos EUA, revelar publicamente a identidade de um agente secreto é crime.

Agente da CIA

A revelação da identidade da agente aconteceu em julho de 2003, pelo jornalista Robert Novak, que publica sua coluna em dezenas de jornais americanos, logo depois que Wilson criticou publicamente a administração de Bush na condução da invasão do Iraque.

Miller não escreveu uma linha sobre o caso de Plame, mas o procurador Patrick Fitzgerald quer que ela entregue documentos e testemunhe sobre o seu contato com Libby, que foi anterior à publicação do artigo de Novak.

Em 2002, a CIA tinha enviado Wilson para a África, para pesquisar a suposta compra de urânio do Níger pelo Iraque. Mais de um ano depois, o embaixador publicou um artigo no próprio "New York Times", intitulado "O que eu não encontrei na África", onde ele perguntava: "Será que a administração de Bush manipulou a inteligência americana sobre o programa de armas de destruição em massa de Saddam [Hussein] para justificar a invasão [no Iraque]?"

Em janeiro de 2003, quando Bush falou ao Congresso dos EUA e mencionou as causas para uma possível ação militar contra o Iraque, afirmou que o regime de Saddam Hussein tentou comprar materiais nucleares "na África".

A publicação do texto de Wilson aconteceu no mesmo período em que o governo Bush divulgou a informação de que a inteligência havia encontrado armas de destruição em massa no Iraque, e Miller se encontrou com Libby dois dias depois que o artigo do embaixador foi divulgado pela mídia.

O repórter da revista "Time", Matthew Cooper, testemunhou recentemente que Karl Rove --principal assessor político de Bush-- e Libby conversaram com ele a respeito do trabalho de Plame na CIA, também em 2003.

Com "The New York Times" e agências internacionais

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Judith Miller
  • Leia o que já foi publicado sobre Valerie Plame
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