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05/10/2005
-
16h03
da Folha Online
Morto em 1924, o líder da Revolução Russa de 1917, Vladimir Lênin, nunca foi enterrado: seu corpo permanece exposto na praça Vermelha, em Moscou (Rússia), envolto em um caixão de vidro, há mais de oito décadas.
De tempos em tempos o corpo de Lênin volta a ser objeto de polêmica entre aqueles que querem enterrá-lo, e os que preferem manter o corpo do líder bolchevique como uma espécie de relíquia que marcou o fim de uma era no país, com a derrubada do czarismo.
Lênin morreu em 1924, aos 53 anos. Desde então, uma espécie de culto e um mito cresceram em volta da figura do revolucionário, tachado de "herói" por seus simpatizantes, e de "assassino" por historiadores e analistas da história russa, que levantam até a mesmo a hipótese de que sua morte não foi causada por um problema no coração, e sim por sífilis.
Na semana passada, o assunto veio à tona com a declaração de um dos colaboradores do presidente russo Vladimir Putin.
Georgi Poltavchenko afirmou que Lênin deveria ser enterrado. "Nosso país tem sido agitado pela luta, mas poucas pessoas são responsáveis por isso hoje em dia. Eu não acho que seja justo com aqueles que iniciaram a luta permanecerem no centro do nosso país, perto do Kremlin [sede do governo russo]", afirmou.
A sugestão de Poltavchenko acabou despertando a opinião pública sobre o tema, e não somente sobre o lugar em que deve permanecer o corpo de Lênin, mas também sobre o seu lugar na própria história da Rússia.
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Após a declaração do colaborador de Putin, outros saíram em defesa de um enterro para Lênin, como o cineasta russo Nikita Mikhalkov, que também dirige a Fundação Cultural da Rússia. "Uma grande quantidade de dinheiro tem sido desperdiçada para manter um show pagão", disse ele a jornalistas. "Lênin queria ser enterrado ao lado de sua mãe, em São Petesburgo".
Em contrapartida, Gennadi I. Zyuganov, líder do Partido Comunista russo, disse que Lênin "não desejava ser enterrado em lugar algum", e se opôs também a aceitar qualquer sugestão de enterrar em outro lugar os corpos de outros líderes soviéticos que foram colocados perto do mausoléu de Lênin.
"Fazer esse tipo de sugestão [de enterrar Lênin] cheira a provocação e ignorância", afirmou Zyuganov nesta terça-feira, em entrevista ao jornal americano. "Parece que Poltavchenko veio com essa proposta de profanação da praça Vermelha, sem qualquer aprovação de um poder superior".
"É hora de nos livrarmos dessa múmia horrível", disse Valeriya Novodvorskaya, líder da União Democrática, partido reformista. "Ninguém pode falar de qualquer tipo de democratização na Rússia enquanto Lênin estiver na praça principal do país".
Pesquisas informais realizadas nesta segunda-feira pela rádio russa Ekho Moskvy demonstraram que uma boa parte dos russos acha que Lênin tem que ser retirado de seu mausoléu.
Com "The New York Times"
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Erramos: Russos debatem destino de corpo de Lênin exposto em mausoléu
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Morto em 1924, o líder da Revolução Russa de 1917, Vladimir Lênin, nunca foi enterrado: seu corpo permanece exposto na praça Vermelha, em Moscou (Rússia), envolto em um caixão de vidro, há mais de oito décadas.
De tempos em tempos o corpo de Lênin volta a ser objeto de polêmica entre aqueles que querem enterrá-lo, e os que preferem manter o corpo do líder bolchevique como uma espécie de relíquia que marcou o fim de uma era no país, com a derrubada do czarismo.
Lênin morreu em 1924, aos 53 anos. Desde então, uma espécie de culto e um mito cresceram em volta da figura do revolucionário, tachado de "herói" por seus simpatizantes, e de "assassino" por historiadores e analistas da história russa, que levantam até a mesmo a hipótese de que sua morte não foi causada por um problema no coração, e sim por sífilis.
Na semana passada, o assunto veio à tona com a declaração de um dos colaboradores do presidente russo Vladimir Putin.
Georgi Poltavchenko afirmou que Lênin deveria ser enterrado. "Nosso país tem sido agitado pela luta, mas poucas pessoas são responsáveis por isso hoje em dia. Eu não acho que seja justo com aqueles que iniciaram a luta permanecerem no centro do nosso país, perto do Kremlin [sede do governo russo]", afirmou.
A sugestão de Poltavchenko acabou despertando a opinião pública sobre o tema, e não somente sobre o lugar em que deve permanecer o corpo de Lênin, mas também sobre o seu lugar na própria história da Rússia.
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Após a declaração do colaborador de Putin, outros saíram em defesa de um enterro para Lênin, como o cineasta russo Nikita Mikhalkov, que também dirige a Fundação Cultural da Rússia. "Uma grande quantidade de dinheiro tem sido desperdiçada para manter um show pagão", disse ele a jornalistas. "Lênin queria ser enterrado ao lado de sua mãe, em São Petesburgo".
Em contrapartida, Gennadi I. Zyuganov, líder do Partido Comunista russo, disse que Lênin "não desejava ser enterrado em lugar algum", e se opôs também a aceitar qualquer sugestão de enterrar em outro lugar os corpos de outros líderes soviéticos que foram colocados perto do mausoléu de Lênin.
"Fazer esse tipo de sugestão [de enterrar Lênin] cheira a provocação e ignorância", afirmou Zyuganov nesta terça-feira, em entrevista ao jornal americano. "Parece que Poltavchenko veio com essa proposta de profanação da praça Vermelha, sem qualquer aprovação de um poder superior".
"É hora de nos livrarmos dessa múmia horrível", disse Valeriya Novodvorskaya, líder da União Democrática, partido reformista. "Ninguém pode falar de qualquer tipo de democratização na Rússia enquanto Lênin estiver na praça principal do país".
Pesquisas informais realizadas nesta segunda-feira pela rádio russa Ekho Moskvy demonstraram que uma boa parte dos russos acha que Lênin tem que ser retirado de seu mausoléu.
Com "The New York Times"
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