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22/09/2000
-
07h57
das agências internacionais
Governo, oposição e OEA (Organização dos Estados Americanos) devem começar hoje negociações por uma transição democrática até as eleições anunciadas por Alberto Fujimori.
Na pauta estarão temas como o papel das Forças Armadas e a situação legal de Vladimiro Montesinos, braço direito do presidente.
A reunião será presidida pelo dominicano Eduardo Latorre, secretário permanente da OEA no Peru, e terá ainda a participação de Fernando Jaramillo, chefe de gabinete do secretário-geral da OEA, e Peter Boehm, embaixador canadense na organização.
Ontem, a entidade iniciou suas atividades no Peru, e Latorre, Jaramillo e Boehm encontraram-se com Fujimori. A missão deverá permanecer no país até sábado.
A OEA chega com a tarefa de diminuir a tensão e intermediar as conversações entre grupos divergentes. Desde a exibição de um vídeo em que Montesinos parece subornar um parlamentar, instalou-se no Peru uma crise.
São comuns os boatos de golpe de Estado, a oposição insiste na nomeação de um governo transitório e Fujimori, por sua vez, não quer deixar a Presidência antes da eleição de seu sucessor.
O temor de um levante militar foi atenuado pelo comunicado do Comando Conjunto das Forças Armadas de que apóia Fujimori. Mas a situação jurídica de Montesinos, cujo paradeiro é ignorado, ainda provoca paixões.
Foi por causa das incertezas sobre o assessor que os partidos de oposição deixaram, na sexta-feira passada, o diálogo promovido pela OEA com o governo. Declararam que não voltariam a negociar até que Fujimori destituísse Montesinos e aprovasse medidas concretas para antecipar as eleições.
Segundo o advogado Valentín Paniagua, líder do Partido Ação Popular (do ex-presidente Fernando Belaunde), o destino do chefe do serviço secreto peruano -desativado informalmente- será um dos principais temas do encontro com a OEA, assim como a conduta dos militares.
A organização apontou irregularidades na eleição de 28 de maio, na qual Fujimori obteve seu terceiro mandato consecutivo.
Vários países manifestaram apoio à decisão de Fujimori de convocar um novo pleito, mas a inquietação permanece. "Washington espera que Fujimori utilize o tempo de governo que lhe sobra para implementar as reformas democráticas recomendadas pela OEA", disse um porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos.
O escritor Mario Vargas Llosa, cujo nome chegou novamente a ser cogitado para a Presidência -ele foi derrotado por Fujimori nas eleições presidenciais de 1990-, declarou que não concorrerá.
Ele afirmou que a solução para o Peru não é fácil, já que há uma "ditadura que tem em seu histórico muitas mentiras, muitas trapaças e também muito sangue e roubo".
Leia mais notícias internacionais na Folha Online
Leia os textos dos colunistas
Eleonora de Lucena, Clóvis Rossi e Marcio Aith sobre o tema
Clique aqui para ler especial sobre o governo Fujimori
OEA reúne hoje oposição e governo do Peru
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Governo, oposição e OEA (Organização dos Estados Americanos) devem começar hoje negociações por uma transição democrática até as eleições anunciadas por Alberto Fujimori.
Na pauta estarão temas como o papel das Forças Armadas e a situação legal de Vladimiro Montesinos, braço direito do presidente.
A reunião será presidida pelo dominicano Eduardo Latorre, secretário permanente da OEA no Peru, e terá ainda a participação de Fernando Jaramillo, chefe de gabinete do secretário-geral da OEA, e Peter Boehm, embaixador canadense na organização.
Ontem, a entidade iniciou suas atividades no Peru, e Latorre, Jaramillo e Boehm encontraram-se com Fujimori. A missão deverá permanecer no país até sábado.
A OEA chega com a tarefa de diminuir a tensão e intermediar as conversações entre grupos divergentes. Desde a exibição de um vídeo em que Montesinos parece subornar um parlamentar, instalou-se no Peru uma crise.
São comuns os boatos de golpe de Estado, a oposição insiste na nomeação de um governo transitório e Fujimori, por sua vez, não quer deixar a Presidência antes da eleição de seu sucessor.
O temor de um levante militar foi atenuado pelo comunicado do Comando Conjunto das Forças Armadas de que apóia Fujimori. Mas a situação jurídica de Montesinos, cujo paradeiro é ignorado, ainda provoca paixões.
Foi por causa das incertezas sobre o assessor que os partidos de oposição deixaram, na sexta-feira passada, o diálogo promovido pela OEA com o governo. Declararam que não voltariam a negociar até que Fujimori destituísse Montesinos e aprovasse medidas concretas para antecipar as eleições.
Segundo o advogado Valentín Paniagua, líder do Partido Ação Popular (do ex-presidente Fernando Belaunde), o destino do chefe do serviço secreto peruano -desativado informalmente- será um dos principais temas do encontro com a OEA, assim como a conduta dos militares.
A organização apontou irregularidades na eleição de 28 de maio, na qual Fujimori obteve seu terceiro mandato consecutivo.
Vários países manifestaram apoio à decisão de Fujimori de convocar um novo pleito, mas a inquietação permanece. "Washington espera que Fujimori utilize o tempo de governo que lhe sobra para implementar as reformas democráticas recomendadas pela OEA", disse um porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos.
O escritor Mario Vargas Llosa, cujo nome chegou novamente a ser cogitado para a Presidência -ele foi derrotado por Fujimori nas eleições presidenciais de 1990-, declarou que não concorrerá.
Ele afirmou que a solução para o Peru não é fácil, já que há uma "ditadura que tem em seu histórico muitas mentiras, muitas trapaças e também muito sangue e roubo".
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Eleonora de Lucena, Clóvis Rossi e Marcio Aith sobre o tema
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