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15/10/2005 - 08h31

Iraquianos mantêm posições divergentes sobre Constituição

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da Folha Online

Grupos políticos e líderes religiosos iraquianos mantêm posições divergentes sobre a nova Constituição do país, redigida este ano. Veja quais são os pontos de vista dos principais grupos políticos no país:

-Partidos e grupos políticos

Partido Dawa - integrante da coalizão que une xiitas e curdos e é maioria no Parlamento, a legenda do atual primeiro-ministro iraquiano, Ibrahim al Jaafari, foi uma das principais forças na criação do novo texto. Jaafari tem pedido para que os xiitas façam o "máximo esforço" pela aprovação do documento.

Supremo Conselho para a Revolução Islâmica no Iraque - também parte da coalizão xiita e curda iraquiana, o líder do partido, Abdul Aziz al Hakim pediu aos seus seguidores para seguirem o seu "dever religioso" e votar pelo "sim" à Constituição. Formado no Irã para se opor a Saddam Hussein, o partido é acusado de, junto ao Irã, promover a insurgência entre os xiitas. Seus líderes negam.

União Patriótica do Curdistão - parte da coalizão que é maioria no Parlamento, e representado pelo atual presidente do Iraque, Jalal Talabani, membros do partido atuaram fortemente para promover a Constituição como um documento pluralista e voltado ao federalismo.

Partido Democrático Curdo - O líder, Massoud Barzani, é o chefe do governo regional do Curdistão, e se comprometeu em apoiar a Constituição, para conseguir maior autonomia à região, que ficou décadas sobre a opressão de Saddam.

Aliança Nacional Iraquiana - Partido do ex-primeiro ministro interino Iyad Allawi, xiita secular que defende a necessidade de união no Iraque e procurou os sunitas e líderes religiosos xiitas para consolidar seu apoio. Allawi apoiou o referendo, ressaltando que Constituição pode ser modificada.

Diálogo Nacional Iraquiano - Coalizão de partidos políticos sunitas, muitos dos quais boicotaram a votação de um governo de transição, em janeiro último. Líderes sunitas temem que a Constituição divida o Iraque e faça uma divisão injusta dos recursos naturais --como o petróleo-- entre xiitas e curdos. No entanto, o grupo não conseguiu entrar em um acordo sobre o veto ao documento. Alguns membros do grupo defendem o boicote ao referendo para colocar em xeque a legitimidade da votação, enquanto outros defendem o "não" como única maneira de derrubar a Constituição.

Partido Islâmico Iraquiano- O único grupo de oposição sunita que participou do processo político, mas voltou atrás antes das eleições de janeiro último. O grupo pede que os iraquianos votem "sim" no referendo, depois de chegarem a um acordo com os líderes xiitas e curdos, que prometeram que alguns pontos da Carta poderão ser modificados.

Associação dos Clérigos MuçulmanosGrupo de estudantes sunitas que tem influência sobre muitos sunitas, principalmente na Província de Anbar (oeste), coração da insurgência. Seus líderes afirmam que a Constituição ameaça a união iraquiana e os valores árabes.

Partido dos IraquianosPartido secular liderado pelo vice-presidente iraquiano, Ghazi al Yawar, maior político sunita do Iraque. Yawar--que foi nomeado pelos EUA presidente do governo interino, em 2004-- expressou dúvidas a respeito da Constituição, descrevendo-a como "plano curdo e xiita que está muito longe das aspirações do povo iraquiano." No entanto, ele apareceu em uma cerimônia em apoio à Carta após as mudanças de última hora no texto.

- Líderes religiosos

Aiatolá Ali al Sistani - O mais reverenciado clérigo xiita iraquiano, baseado na cidade sagrada de Najaf. Sistani aprovou a formação da Aliança Unida Iraquiana, que obteve o melhor resultado nas eleições de janeiro. Washington vê o apoio de Al Sistaeni como fundamental para que os planos americanos no Iraque sejam bem-sucedidos. O clérigo pediu aos iraquianos que aprovem a Constituição, após algumas mudanças no texto.

Moqtada al Sadr - O clérigo xiita liderou duas revoltas contra as tropas americanas e britânicas no Iraque em 2004 e continua um forte opositor ao envolvimento estrangeiro em questões iraquianas. Em agosto último, Sadr reuniu 100 mil manifestantes em protestos contra a Carta em todo o Iraque. Nas últimas semanas, no entanto, Al Sadr parece ter flexibilizado sua posição, já que não fez campanha pública pelo "não" no referendo.

- Oponentes radicais

Guerrilhas iraquianas- Dezenas de milhares de sunitas árabes nacionalistas --incluindo seguidores do ex-ditador Saddam Hussein e líderes tribais-- pegaram em armas para combater a ocupação americana no Iraque e demonstrar o poder da minoria sunita contra o novo governo. Esses grupos rejeitam totalmente o processo político, que consideram uma criação dos EUA. Os objetivos políticos destes grupos são similares aos dos líderes sunitas linha-dura.

Militantes islâmicos- Este grupo inclui a rede terrorista Al Qaeda no Iraque e grupos aliados a ela, responsáveis por alguns dos mais sangrentos ataques no país. Segundo autoridades iraquianas, o número de combatentes estrangeiros chega a mil. Eles trabalham para insurgentes locais, fornecendo jovens árabes de outros países que desejam morrer em ataques suicidas. O porta-voz da Al Qaeda --acusada por autoridades americanas de fomentar a guerra civil no Iraque para atingir Washington--divulgou comunicados afirmando que a Carta é anti-islâmica e alertando para ataques em postos eleitorais no dia da realização do referendo.

Com agências internacionais

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