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24/10/2005
-
22h28
da Efe
Os Estados Unidos pediram à Síria que coopere com a comissão da ONU (Organização das Nações Unidas) designada para investigar o assassinato do ex-primeiro-ministro libanês, Rafik al Hariri, depois de avisar que poderia apresentar um parecer contra o país ao Conselho de Segurança da ONU.
"É a hora de uma confissão verdadeira do governo da Síria. Sem mais obstruções, nem decisões pela metade. Queremos uma cooperação essencial", disse o embaixador dos EUA na ONU, John Bolton.
O último relatório da comissão investigadora da ONU-- liderada pelo promotor alemão Detlev Mehlis-- envolvia altos funcionários dos governos da Síria e do Líbano em um complô para assassinar Al Hariri-- que morreu em um atentado em 14 de fevereiro, ao lado de mais vinte pessoas.
O Conselho de Segurança realizará nesta terça-feira uma reunião pública para debater o relatório de Mehlis, que, inicialmente, teria categoria ministerial, mas depois teve a participação restrita aos embaixadores dos países-membros, informou a ONU.
Resolução
Questionado se uma resolução será apresentada contra a Síria, Bolton disse que os EUA "gostariam de se mexer o mais rápido possível", mas admitiu que ainda teriam que discutir o assunto com outros membros do Conselho.
"Segundo as conversas que mantivemos até agora, acho que existe um alto nível de unidade no Conselho para insistir que a Síria coopere plenamente com a comissão de Mehlis. Agora estamos vendo como manter a pressão durante os próximos dias", declarou.
Os EUA e a França já formaram uma dupla para apoiar a resolução 1559, que estabeleceu a retirada das tropas e serviços secretos sírios do Líbano, após uma presença de quase três décadas.
No entanto, fontes diplomáticas destacaram que os EUA, com o apoio do Reino Unido, discute também a possibilidade de impor sanções à Síria, o que França se mostrou contra por considerar que é "muito cedo" para as medidas punitivas.
O embaixador francês na ONU, Jean-Marc de la Sabliere, evitou falar de sanções, e disse apenas que "o importante é que haja uma ação efetiva do Conselho".
Sanções
Uma resolução que inclua sanções-- como a proibição de viajar ou o bloqueio de bens de determinadas pessoas-- teria também a oposição da Rússia, tradicional aliada da Síria, que poderia vetar qualquer medida neste sentido.
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirmou hoje que "este é o princípio de um processo, não o final", e lembrou que a investigação de Mehlis seguirá até meados de dezembro.
"Na questão de sanções, não tenho certeza se o Conselho decidiu impô-las (...) Acho que deveríamos esperar que este órgão discuta o relatório. Ainda não chegamos no final", ressaltou.
Annan tinha programado se reunir amanhã em Nova York com o ministro de Relações Exteriores da Síria, Faruk Al Chara, mas o escritório do porta-voz da ONU informou que a reunião foi cancelada.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a crise sírio-libanesa
Leia o que já foi publicado sobre Rafik al Hariri
EUA fazem pressão para que Síria coopere em investigação da ONU
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Os Estados Unidos pediram à Síria que coopere com a comissão da ONU (Organização das Nações Unidas) designada para investigar o assassinato do ex-primeiro-ministro libanês, Rafik al Hariri, depois de avisar que poderia apresentar um parecer contra o país ao Conselho de Segurança da ONU.
"É a hora de uma confissão verdadeira do governo da Síria. Sem mais obstruções, nem decisões pela metade. Queremos uma cooperação essencial", disse o embaixador dos EUA na ONU, John Bolton.
O último relatório da comissão investigadora da ONU-- liderada pelo promotor alemão Detlev Mehlis-- envolvia altos funcionários dos governos da Síria e do Líbano em um complô para assassinar Al Hariri-- que morreu em um atentado em 14 de fevereiro, ao lado de mais vinte pessoas.
O Conselho de Segurança realizará nesta terça-feira uma reunião pública para debater o relatório de Mehlis, que, inicialmente, teria categoria ministerial, mas depois teve a participação restrita aos embaixadores dos países-membros, informou a ONU.
Resolução
Questionado se uma resolução será apresentada contra a Síria, Bolton disse que os EUA "gostariam de se mexer o mais rápido possível", mas admitiu que ainda teriam que discutir o assunto com outros membros do Conselho.
"Segundo as conversas que mantivemos até agora, acho que existe um alto nível de unidade no Conselho para insistir que a Síria coopere plenamente com a comissão de Mehlis. Agora estamos vendo como manter a pressão durante os próximos dias", declarou.
Os EUA e a França já formaram uma dupla para apoiar a resolução 1559, que estabeleceu a retirada das tropas e serviços secretos sírios do Líbano, após uma presença de quase três décadas.
No entanto, fontes diplomáticas destacaram que os EUA, com o apoio do Reino Unido, discute também a possibilidade de impor sanções à Síria, o que França se mostrou contra por considerar que é "muito cedo" para as medidas punitivas.
O embaixador francês na ONU, Jean-Marc de la Sabliere, evitou falar de sanções, e disse apenas que "o importante é que haja uma ação efetiva do Conselho".
Sanções
Uma resolução que inclua sanções-- como a proibição de viajar ou o bloqueio de bens de determinadas pessoas-- teria também a oposição da Rússia, tradicional aliada da Síria, que poderia vetar qualquer medida neste sentido.
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirmou hoje que "este é o princípio de um processo, não o final", e lembrou que a investigação de Mehlis seguirá até meados de dezembro.
"Na questão de sanções, não tenho certeza se o Conselho decidiu impô-las (...) Acho que deveríamos esperar que este órgão discuta o relatório. Ainda não chegamos no final", ressaltou.
Annan tinha programado se reunir amanhã em Nova York com o ministro de Relações Exteriores da Síria, Faruk Al Chara, mas o escritório do porta-voz da ONU informou que a reunião foi cancelada.
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