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28/10/2005 - 14h15

Al Qaeda usa internet para treinar terroristas, dizem especialistas

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da France Presse, em Paris

Da propaganda ao treinamento de militantes, a rede terrorista Al Qaeda --liderada por Osama bin Laden-- desenvolve atividades cada vez mais perigosas na internet, driblando a perseguição policial graças à fluidez de sua comunicação e a artimanhas, apontam especialistas.

Os Estados tentam dar respostas, como o arquivamento obrigatório por um ano dos dados de conexão pelos cibercafés, como prevê o projeto de lei antiterrorista apresentado esta semana na França. Mas eles têm poucas chances de derrubar a infra-estrutura terrorista.

"Em matéria de internet, como nas demais, os terroristas sempre levam vantagem", estima Anne Giudicelli, diretora da consultoria Terrorisc. "Os grupos transferiram para a rede sua comunicação, recrutamento, planejamento e, muito importante, o treinamento militar", explica Rita Katz, diretora do Instituto Site, com sede em Washington, que fiscaliza as páginas da web islâmicas.

Um método atribuído ao suposto mentor dos atentados do 11 de Setembro, Khaled Sheikh Mohammed, consiste em criar uma conta de e-mail e enviar a senha aos membros da rede, que se comunicam entre si memorizando as mensagens na pasta de arquivos, sem enviá-las. "Os sistemas federais para detectar as comunicações funcionam apenas quando a mensagem é transmitida, mas segundo o sistema criado por Mohammed, não há transmissão", explica Rohan Gunaratna, autor de uma obra sobre a Al Qaeda.

Árabe

Segundo Rebecca Givner Forbes, especialista do Terrorism Center, firma contratada pelo governo americano, "as pessoas por trás dessas páginas da internet são muito mais astutas do que o internauta comum (...) Para enviar documentos, por exemplo, utilizam com freqüência páginas japonesas ou chinesas, que têm a particularidade de não pedir endereço de e-mail nem informações pessoais".

"Em caso de ataque a suas páginas, elas criam cópias e as fazem reaparecer", acrescenta Rebecca. "Muitas das pessoas que tentam neutralizá-los não falam árabe".

Os "ciberterroristas" também exploram as técnicas clássicas da internet para ocultar sua identidade ou piratear portais, como Mustapha Setmariam Nassar, especialista em armas bacteriológicas e autor de um manual dissimulado em um servidor comercial americano. "Quando foi descoberto, publicou-o por meio de outro servidor, uma técnica característica da Al Qaeda", comenta Katz.

Segundo Giudicelli, nessas páginas "são encontrados cada vez mais vídeos explicando de cabo a rabo como se fabricam explosivos". Forbes confirma: "As instruções aparecem claramente na tela, a pessoa segue cada etapa, como uma receita em um programa de culinária". Para ela, "as pessoas ficarão mais dispostas a partir para a ação a partir dessas instruções".

Especial
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