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28/10/2005
-
17h17
da Folha Online
Lewis Libby Jr.,55, principal assessor e chefe de gabinete do vice-presidente americano, Dick Cheney, renunciou nesta sexta-feira após ser indiciado por perjúrio, falso testemunho, perjúrio e obstrução da Justiça por conta de seu envolvimento no caso de vazamento de informação sobre a identidade da agente da CIA, Valerie Plame, ocorrido em 2003.
Libby não foi condenado por ter revelado diretamente a informação, mas por ter mentido em seu testemunho à Justiça sobre o caso. Se condenado, pode pegar 30 anos de prisão e pagar US$ 1,2 milhão de multa. Cheney divulgou um comunicado dizendo que aceitava a renúncia de Libby com "grande arrependimento". Ele também afirmou que ao seu ex-assessor foi concedido o direito de inocência. Para Cheney, ele é "o mais capacitado e talentoso homem" que o vice-presidente já conheceu.
O caso atinge diretamente a administração do presidente americano, George W. Bush, e a política de continuidade da Guerra do Iraque, já que Plame era mulher, na época, do embaixador americano Joseph Wilson, um dos maiores críticos do conflito e da suposta acusação feita pelos Estados Unidos de que, em 2002, o então presidente do Iraque, Saddam Hussein, teria comprado urânio do Níger para fabricar armas nucleares.
Nenhuma evidência sobre isso foi encontrada por Wilson, enviado à África em uma missão da CIA e, tempos, depois, pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) que realizou diversas inspeções no Iraque.
O outro envolvido na divulgação da real identidade de Plame --o principal assessor de Bush, Karl Rove-- não foi indiciado dessa vez, mas continuará sendo investigado por Patrick Fitzgerald, o procurador-geral que lidera as investigações.
O vazamento da informação está sendo sendo visto como parte de uma estratégia da administração de Bush em desacreditar Wilson.
Segredos
Em uma coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira, Fitzgerald disse que a investigação estava "substancialmente completa", mesmo assim, ainda não foi finalizada.
Qualquer acusado no caso de Plame que seja levado a julgamento pode colocar na berlinda todos os segredos de Bush sobre a Guerra do Iraque. Libby é considerado "o arquiteto da guerra".
A renúncia de Libby e seu indiciamento acontecem um dia depois que Harriet Miers --a escolha de Bush para ocupar uma das cadeiras da Suprema Corte-- retirou a sua candidatura, por conta de pressões de republicanos e democratas, que não a consideram capacitada para o cargo.
Queda de popularidade
A popularidade de Bush tem sofrido uma queda considerável, principalmente no que tange ao apoio dos americanos à Guerra do Iraque. O presidente também foi bastante criticado por sua atuação no socorro às vítimas do furacão Katrina, que devastou o Estado da Louisiana em 29 de agosto último.
Não há qualquer indicação de que as investigações sobre o caso de Plame atinjam diretamente Bush ou Cheney. O vice-presidente chega até a ser mencionado no indiciamento de Libby, mas ninguém mais foi acusado.
A falta de acusações contra Rove foi recebida pela administração de Bush de várias formas. Isso mantém o principal conselheiro de Bush no cargo, mas o coloca em risco, e sob uma atmosfera de incerteza, já que a investigação vai continuar.
As acusações contra Libby seguem um padrão de outras investigações que afetaram presidentes americanos: inevitavelmente, as acusações provieram justamente de mentiras aos investigadores, e nunca estavam ligadas ao principal objeto de investigação.
Isso ocorreu quando houve o impeachment de Bill Clinton (1993-2001), após o escândalo com Monica Lewinsky e com Richard Nixon (1969-1974), no caso Watergate.
Com agências internacionais
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Lewis Libby Jr.,55, principal assessor e chefe de gabinete do vice-presidente americano, Dick Cheney, renunciou nesta sexta-feira após ser indiciado por perjúrio, falso testemunho, perjúrio e obstrução da Justiça por conta de seu envolvimento no caso de vazamento de informação sobre a identidade da agente da CIA, Valerie Plame, ocorrido em 2003.
Efe |
Lewis Libby, assessor de Dick Cheney, renuncia após ser indiciado em caso de agente da CIA |
O caso atinge diretamente a administração do presidente americano, George W. Bush, e a política de continuidade da Guerra do Iraque, já que Plame era mulher, na época, do embaixador americano Joseph Wilson, um dos maiores críticos do conflito e da suposta acusação feita pelos Estados Unidos de que, em 2002, o então presidente do Iraque, Saddam Hussein, teria comprado urânio do Níger para fabricar armas nucleares.
Nenhuma evidência sobre isso foi encontrada por Wilson, enviado à África em uma missão da CIA e, tempos, depois, pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) que realizou diversas inspeções no Iraque.
O outro envolvido na divulgação da real identidade de Plame --o principal assessor de Bush, Karl Rove-- não foi indiciado dessa vez, mas continuará sendo investigado por Patrick Fitzgerald, o procurador-geral que lidera as investigações.
O vazamento da informação está sendo sendo visto como parte de uma estratégia da administração de Bush em desacreditar Wilson.
Segredos
Em uma coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira, Fitzgerald disse que a investigação estava "substancialmente completa", mesmo assim, ainda não foi finalizada.
Qualquer acusado no caso de Plame que seja levado a julgamento pode colocar na berlinda todos os segredos de Bush sobre a Guerra do Iraque. Libby é considerado "o arquiteto da guerra".
A renúncia de Libby e seu indiciamento acontecem um dia depois que Harriet Miers --a escolha de Bush para ocupar uma das cadeiras da Suprema Corte-- retirou a sua candidatura, por conta de pressões de republicanos e democratas, que não a consideram capacitada para o cargo.
Queda de popularidade
A popularidade de Bush tem sofrido uma queda considerável, principalmente no que tange ao apoio dos americanos à Guerra do Iraque. O presidente também foi bastante criticado por sua atuação no socorro às vítimas do furacão Katrina, que devastou o Estado da Louisiana em 29 de agosto último.
Não há qualquer indicação de que as investigações sobre o caso de Plame atinjam diretamente Bush ou Cheney. O vice-presidente chega até a ser mencionado no indiciamento de Libby, mas ninguém mais foi acusado.
A falta de acusações contra Rove foi recebida pela administração de Bush de várias formas. Isso mantém o principal conselheiro de Bush no cargo, mas o coloca em risco, e sob uma atmosfera de incerteza, já que a investigação vai continuar.
As acusações contra Libby seguem um padrão de outras investigações que afetaram presidentes americanos: inevitavelmente, as acusações provieram justamente de mentiras aos investigadores, e nunca estavam ligadas ao principal objeto de investigação.
Isso ocorreu quando houve o impeachment de Bill Clinton (1993-2001), após o escândalo com Monica Lewinsky e com Richard Nixon (1969-1974), no caso Watergate.
Com agências internacionais
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