22/09/2000 - 19h04

Greves no Peru agravam crise política do governo Fujimori

da France Presse
em Lima (Peru)

A crise política no Peru continua se agravando com a greve dos caminhoneiros, que já está no terceiro dia, e com o anúncio das empresas de transporte público de Lima (capital) de que uma greve geral começará na próxima quarta-feira (27).

Cem mil caminhoneiros continuam hoje a greve nacional que começou na quarta-feira (20), em protesto contra o aumento do preço do combustível nas últimas semanas. As consequências da greve já começam a ser sentidas: nos mercados faltam alimentos e a venda de combustíveis começa a ser racionada.

Donos de caminhões bloqueiam as principais estradas do país, assim como o acesso a algumas cidades e, particularmente, às refinarias.

"Se o problema não for contornado, neste final de semana o desabastecimento atingirá 70% dos postos de gasolina", disse o sindicalista Eduardo Caprile.

O governo anunciou hoje resoluções que beneficiam os filiados à União Nacional de Transportistas, como facilidades na importação de caminhões usados e a autorização de pagamento fracionado dos impostos destas compras; também reduziu em 90% as multas por infrações de trânsito.

Os proprietários de caminhões pedem ao governo medidas para controlar o
aumento dos preços dos combustíveis, além do perdão total para as multas e o aumento dos preços dos fretes.

O Comitê de Empresas de Transporte Urbano de Lima confirmou uma greve parcial para segunda-feira (25) e outra, total, para quarta-feira (27).

Neste momento o presidente Alberto Fujimori enfrenta a pior crise de seu governo e já anunciou novas eleições, das quais não participará, o mais breve possível. A crise foi disparada pela divulgação de um vídeo onde o importante assessor de Fujimori, Vladimiro Montesinos, supostamente suborna um parlamentar da oposição peruana para votar com a bancada governista.

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