Publicidade
Publicidade
04/11/2005
-
08h56
da Folha Online
Jovens franceses promoveram nesta quinta-feira mais uma noite de violência nos subúrbios de Paris, e atearam fogo em mais de 400 carros, segundo o site do jornal francês "Le Monde". Apesar do número elevado de veículos, houve menos confrontos entre manifestantes e policiais que os ocorridos na noite desta quarta-feira.
Pela primeira vez em mais de uma semana de confrontos, a violência também se espalhou pelas cidades provinciais ao redor de Paris. Jovens também queimaram carros em Dijon, Rouen e Bouches-du-Rhone.
Seine-Saint-Denis, no norte de Paris, foi novamente a região mais afetada pela violência: segundo a polícia, ao menos 150 veículos foram destruídos nesse local. Nos departamentos de Essone (sudeste), Val d'Oise (norte) e Yvelines (oeste) também foram registrados atos de violência.
Autoridades locais disseram esperar que as celebrações pelo fim do Ramadã [mês sagrado dos muçulmanos, época em que comer, beber e manter relações sexuais são atividades proibidas entre a alvorada e anoitecer, que acontece no nono mês do calendário islâmico] fossem "acalmar os ânimos" dos manifestantes, provindos de bairros pobres dos subúrbios franceses, onde há muitos imigrantes africanos e oriundos de países muçulmanos.
Em um dos episódios mais graves registrados na noite de ontem, segundo o "Le Monde", dois veículos da polícia francesa foram atacados "com tiros de pistola e granadas ", sem deixar feridos. Quase 300 policiais e agentes de segurança ocuparam as ruas de Seine-Saint-Denis ontem.
O primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, se encontrou com chefes da segurança francesa na noite de ontem na tentativa de estabelecer um "plano de ação para os subúrbios" que deverá ser formalmente apresentado ainda neste mês.
Prioridades
"A prioridade é restaurar a ordem pública porque a violência é inaceitável. Mas eu também quero começar um diálogo", afirmou o primeiro-ministro aos repórteres, ao final do encontro.
Manuel Valls, prefeito de Evry, localizada ao sul de Paris, afirmou temer nesta quinta-feira que o que esteja acontecendo em Seine-Saint-Denis se espalhe por outras regiões. "Precisamos dar a essas pessoas [que moram nos subúrbios] uma mensagem de esperança".
Os confrontos entre jovens norte-africanos, árabes de origem africana e a polícia começaram a ocorrer na semana passada, depois que dois adolescentes morreram eletrocutados dentro de um transformador de energia, ao tentaram se esconder, em uma suposta perseguição policial, fato que é negado pela polícia.
Desemprego
Para se ter uma idéia da péssima situação econômico-social enfrentada em Seine-Saint-Denis, uma das áreas mais afetadas pelos confrontos, a taxa de desemprego é 4% maior que a taxa nacional francesa, que chega a 9,8%.
Em algumas áreas do subúrbio parisiense, a taxa de desemprego chega a ser até um terço maior que os índices do número de pessoas sem trabalho na França.
A proporção de pessoas que não pertencem a países da União Européia (UE) na região de Paris é cerca de três vezes maior que a média francesa.
Os habitantes dessas periferias, onde vivem populações originárias do Magreb (Marrocos, Argélia, Tunísia) e de outras partes da África, afirmam ser vítimas de discriminação no mercado de trabalho. E se dizem frustrados, sobretudo os jovens, diante da falta de perspectiva para o futuro.
Com "Le Monde" e agências internacionais
Leia mais
Conflitos em Paris começaram com morte de dois adolescentes
Desemprego e racismo alimentam revolta em Paris
Especial
Veja imagens da violência na capital francesa
Leia o que já foi publicado sobre distúrbios em Paris
Leia o que já foi publicado sobre a França
Paris tem nova noite de violência e manifestantes queimam 400 carros
Publicidade
Jovens franceses promoveram nesta quinta-feira mais uma noite de violência nos subúrbios de Paris, e atearam fogo em mais de 400 carros, segundo o site do jornal francês "Le Monde". Apesar do número elevado de veículos, houve menos confrontos entre manifestantes e policiais que os ocorridos na noite desta quarta-feira.
Pela primeira vez em mais de uma semana de confrontos, a violência também se espalhou pelas cidades provinciais ao redor de Paris. Jovens também queimaram carros em Dijon, Rouen e Bouches-du-Rhone.
Victor Tonelli/Reuters |
Motoristas de ônibus passam por destroços de 23 veículos destruídos por manifestantes em Paris |
Autoridades locais disseram esperar que as celebrações pelo fim do Ramadã [mês sagrado dos muçulmanos, época em que comer, beber e manter relações sexuais são atividades proibidas entre a alvorada e anoitecer, que acontece no nono mês do calendário islâmico] fossem "acalmar os ânimos" dos manifestantes, provindos de bairros pobres dos subúrbios franceses, onde há muitos imigrantes africanos e oriundos de países muçulmanos.
Em um dos episódios mais graves registrados na noite de ontem, segundo o "Le Monde", dois veículos da polícia francesa foram atacados "com tiros de pistola e granadas ", sem deixar feridos. Quase 300 policiais e agentes de segurança ocuparam as ruas de Seine-Saint-Denis ontem.
O primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, se encontrou com chefes da segurança francesa na noite de ontem na tentativa de estabelecer um "plano de ação para os subúrbios" que deverá ser formalmente apresentado ainda neste mês.
Prioridades
"A prioridade é restaurar a ordem pública porque a violência é inaceitável. Mas eu também quero começar um diálogo", afirmou o primeiro-ministro aos repórteres, ao final do encontro.
Manuel Valls, prefeito de Evry, localizada ao sul de Paris, afirmou temer nesta quinta-feira que o que esteja acontecendo em Seine-Saint-Denis se espalhe por outras regiões. "Precisamos dar a essas pessoas [que moram nos subúrbios] uma mensagem de esperança".
Os confrontos entre jovens norte-africanos, árabes de origem africana e a polícia começaram a ocorrer na semana passada, depois que dois adolescentes morreram eletrocutados dentro de um transformador de energia, ao tentaram se esconder, em uma suposta perseguição policial, fato que é negado pela polícia.
Desemprego
Para se ter uma idéia da péssima situação econômico-social enfrentada em Seine-Saint-Denis, uma das áreas mais afetadas pelos confrontos, a taxa de desemprego é 4% maior que a taxa nacional francesa, que chega a 9,8%.
Em algumas áreas do subúrbio parisiense, a taxa de desemprego chega a ser até um terço maior que os índices do número de pessoas sem trabalho na França.
A proporção de pessoas que não pertencem a países da União Européia (UE) na região de Paris é cerca de três vezes maior que a média francesa.
Os habitantes dessas periferias, onde vivem populações originárias do Magreb (Marrocos, Argélia, Tunísia) e de outras partes da África, afirmam ser vítimas de discriminação no mercado de trabalho. E se dizem frustrados, sobretudo os jovens, diante da falta de perspectiva para o futuro.
Com "Le Monde" e agências internacionais
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice