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07/11/2005
-
09h14
da Folha Online
Na 11º noite marcada pela violência urbana realizada por grupos de manifestantes dos subúrbios de Paris e outras cidades ao redor, 1.408 veículos foram incendiados, 34 policiais ficaram feridos e 395 prisões foram feitas nesta madrugada.
Em um dos episódios mais dramáticos ocorridos na madrugada desta segunda-feira e registrados em Grigny (sul de Paris), um grupo de jovens armou uma emboscada contra a polícia, e atirou nos agentes de segurança bombas de petróleo. Dez policiais foram feridos, e dois estão em estado grave.
Segundo o chefe da Polícia Nacional francesa, Michel Gaudin, as cidades de Marseille, Saint-Etienne, Toulouse, Metz e Lile foram as mais afetadas na noite deste domingo pela ação dos grupos.
O sindicato francês que representa a polícia pediu nesta segunda-feira que o governo decrete a adoção de um horário para o toque de recolher nas áreas mais afetadas pelo conflito, e quer a ajuda do Exército para controlar os grupos de manifestantes.
"Nada parece parar a guerra civil que se espalha pouco a pouco por todo o país", informou a organização, em um comunicado. "Os acontecimentos que estamos vivendo não têm precedentes desde a Segunda Guerra Mundial" (1939-1945).
"Nós temos pensado em várias resoluções para reforçar a ação da polícia e da Justiça. A prioridade absoluta é o restabelecimento da segurança e da ordem pública", disse neste domingo o presidente francês, Jacques Chirac, que tem sido bastante criticado na França devido ao seu silêncio frente à crescente onda de violência, segundo o jornal francês. Chirac, entretanto, não especificou quais seriam as novas ações.
Reforço
O primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, afirmou também neste domingo que os dispositivos de segurança serão reforçados "por todo o sul e se necessário pelo leste" da região onde têm acontecido as manifestações.
Há 11 dias, dois adolescentes moradores da região de Clichy-sous-Bois (nordeste de Paris) morreram eletrocutados ao se esconderem dentro de um transformador de energia, após serem supostamente perseguidos por policiais, versão que é negada pelas autoridades francesas.
Desde então, moradores dos distritos do subúrbio de Paris e de outras regiões próximas à cidade têm realizado uma série de violentas manifestações, marcadas pela queima de centenas de veículos e confrontos com a polícia.
Os locais onde ocorrem as manifestações são ocupados em sua maioria por famílias de imigrantes árabes e africanos. Devido às suspeitas de que militantes extremistas islâmicos estejam por trás dos confrontos na França --realizados, como já afirmaram os próprios policiais, por "grupos móveis" de jovens-- uma organização islâmica francesa emitiu uma fatwa [lei] condenando a violência.
Em um comunicado, a União de Organizações Islâmicas da França (UOIF) condena a violência "com a maior firmeza" e pede "com insistência o retorno à calma o quanto antes".
A fatwa, promulgada na noite deste domingo, estabelece que "está formalmente proibido a qualquer muçulmano que busca a satisfação e a graça divida participar em qualquer ação que atinja de modo cego os bens privados ou públicos ou que possa atentar contra a vida alheia".
Segundo a UOIF, os atuais acontecimentos "parecem revelar as graves falhas do modelo de integração francês, que afunda abertamente a dezenas de jovens dos bairros difíceis no desespero e na miséria".
Com "Le Monde" e Reuters
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Na 11º noite marcada pela violência urbana realizada por grupos de manifestantes dos subúrbios de Paris e outras cidades ao redor, 1.408 veículos foram incendiados, 34 policiais ficaram feridos e 395 prisões foram feitas nesta madrugada.
Em um dos episódios mais dramáticos ocorridos na madrugada desta segunda-feira e registrados em Grigny (sul de Paris), um grupo de jovens armou uma emboscada contra a polícia, e atirou nos agentes de segurança bombas de petróleo. Dez policiais foram feridos, e dois estão em estado grave.
Bob Edme/AP |
Bombeiro tenta apagar fogo de caminhão em Cenon, perto de Bordeaux, sudeste da França |
O sindicato francês que representa a polícia pediu nesta segunda-feira que o governo decrete a adoção de um horário para o toque de recolher nas áreas mais afetadas pelo conflito, e quer a ajuda do Exército para controlar os grupos de manifestantes.
"Nada parece parar a guerra civil que se espalha pouco a pouco por todo o país", informou a organização, em um comunicado. "Os acontecimentos que estamos vivendo não têm precedentes desde a Segunda Guerra Mundial" (1939-1945).
"Nós temos pensado em várias resoluções para reforçar a ação da polícia e da Justiça. A prioridade absoluta é o restabelecimento da segurança e da ordem pública", disse neste domingo o presidente francês, Jacques Chirac, que tem sido bastante criticado na França devido ao seu silêncio frente à crescente onda de violência, segundo o jornal francês. Chirac, entretanto, não especificou quais seriam as novas ações.
Reforço
O primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, afirmou também neste domingo que os dispositivos de segurança serão reforçados "por todo o sul e se necessário pelo leste" da região onde têm acontecido as manifestações.
Há 11 dias, dois adolescentes moradores da região de Clichy-sous-Bois (nordeste de Paris) morreram eletrocutados ao se esconderem dentro de um transformador de energia, após serem supostamente perseguidos por policiais, versão que é negada pelas autoridades francesas.
Desde então, moradores dos distritos do subúrbio de Paris e de outras regiões próximas à cidade têm realizado uma série de violentas manifestações, marcadas pela queima de centenas de veículos e confrontos com a polícia.
Os locais onde ocorrem as manifestações são ocupados em sua maioria por famílias de imigrantes árabes e africanos. Devido às suspeitas de que militantes extremistas islâmicos estejam por trás dos confrontos na França --realizados, como já afirmaram os próprios policiais, por "grupos móveis" de jovens-- uma organização islâmica francesa emitiu uma fatwa [lei] condenando a violência.
Em um comunicado, a União de Organizações Islâmicas da França (UOIF) condena a violência "com a maior firmeza" e pede "com insistência o retorno à calma o quanto antes".
A fatwa, promulgada na noite deste domingo, estabelece que "está formalmente proibido a qualquer muçulmano que busca a satisfação e a graça divida participar em qualquer ação que atinja de modo cego os bens privados ou públicos ou que possa atentar contra a vida alheia".
Segundo a UOIF, os atuais acontecimentos "parecem revelar as graves falhas do modelo de integração francês, que afunda abertamente a dezenas de jovens dos bairros difíceis no desespero e na miséria".
Com "Le Monde" e Reuters
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